Para muitas companhias aéreas que operam voos para os Estados Unidos, como a Emirates ou a Japan Airlines, só houve duas soluções nesta quarta-feira: cancelar os trajetos, pura e simplesmente, ou mudar de avião, quando possível.
Isto porque, ao que tudo indica, o Boeing 777 será mais vulnerável aos efeitos da rede 5G, aqueles que muita polemica têm provocado nos últimos dias. A entidade reguladora americana (FAA) pediu às operadoras que adiem a entrada em serviço desta tecnologia. “Temos o espaço aéreo mais seguro do mundo. Estamos procurando de uma solução juntamente com os reguladores, as companhias aéreas e os fabricantes de equipamentos”, apontou Jen Psaki, porta-voz da Casa Branca.
Em causa está especificamente a possível interferência da 5G num dos principais instrumentos de bordo. Segundo David Koenig, especialista em aeronáutica, “os altímetros operam à distância, recorrem a um espetro de frequências de rádio muito próximo da chamada banda C, que é usada nos novos serviços 5G”. Quanto mais elevada for a posição da frequência, mais rápido será o serviço providenciado. E as torres nas zonas rurais do território americano são autorizadas a emitir em níveis mais altos.
Isto explica em parte porque que na Europa a 5G já está implementada em alguns países sem que tenha surgido como problema o seu uso nas imediações dos aeroportos. Em dezembro, a Agência Europeia para a Segurança da Aviação (EASA) anunciou que os estudos conduzidos até agora não identificam riscos no espaço europeu, onde as frequências podem oscilar entre 3.4 e 3.8 GHz, enquanto que nos Estados Unidos essa janela está entre 3.7 e 3.98.