Por Xandu Alves
A FAB (Força Aérea Brasileira) está em processo de seleção da comissão de 250 especialistas brasileiros, militares e civis, que irão à Suécia para conhecer e treinar a tecnologia dos caças Gripen.
Fabricados pela Saab, as aeronaves supersônicas foram compradas pelo governo brasileiro para modernizar a frota da Força Aérea. O contrato prevê 36 aviões por cerca de R$ 13,9 bilhões (US$ 5,4 bilhões), com transferência de tecnologia para produção de aeronaves no Brasil.
Com isso, a nova versão do caça Gripen NG (New Generation), será montada em parceria com empresas brasileiras, principalmente a Embraer, com sede em São José.
Em nota, a FAB confirmou que boa parte dos cientistas, engenheiros e técnicos que irão à Suécia trabalham na região, como no DCTA (Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial). Também serão enviados especialistas de empresas, como da Embraer e de outras 100 companhias que poderão fazer parte da cadeia produtiva dos novos caças.
Segundo fontes da Aeronáutica, estão confirmados 66 projetos de offset ligados à produção do Gripen. Tratam-se de compensações que o país exige no caso de compras de material, bens e serviços vindos do exterior.
A FAB não confirmou, porém, a data da viagem dos especialistas para a Europa, que deve ocorrer no segundo semestre deste ano. O Gripen NG começa a ser produzido em 2017. A previsão é de que a Força Aérea Brasileira comece a receber os caças a partir de 2019.
Sigilo
Países assinarão documento secreto
Em razão da transferência de tecnologia para a produção do Gripen, Brasil e Suécia assinarão um acordo de preservação do sigilo. Conhecido pela sigla em inglês PSI (Project Security Instructions), o documento “encontra-se em fase de elaboração”, disse a FAB (Força Aérea Brasileira). O texto vai amparar e proteger a troca de informações sigilosas.
Guerra
Conflito desperta Forças Armadas
Em visita ao Brasil na semana passada, quando se reuniu com emissários do Ministério da Defesa, o vice-ministro da Defesa da Suécia, Jan Salestrand, revelou que seu país “não estava dando atenção suficiente para as suas Forças Armadas”. Mas com a situação conflituosa com Rússia e Ucrânia, o “setor passou a ocupar papel de destaque”.
Memória
Programa levou 15 anos até escolha
O governo brasileiro demorou 15 anos para definir o caça que irá modernizar a frota de aviões de combate da Força Aérea. O programa FX-2, como ficou conhecida a modernização da frota, foi instalado em 1998 e só definiu a origem dos caças em dezembro de 2013. O supersônico Gripen, da sueca Saab, venceu a França e os EUA na concorrência.
FONTE: O VALE