Filho de Henrique Dumont, rico fazendeiro, engenheiro, e de Francisca Santos Dumont, de família portuguesa. Seu avô, François Dumont, joalheiro francês, veio para o Brasil em meados do século XIX e escolheu Diamantina para morar. Aprendeu a ler com sua irmã Virgínia. Estudou no Colégio Culto à Ciência, em Campinas, depois no Instituto das Irmãos Kopke e no Colégio Morethzon, no Rio de Janeiro. Em 1891, acompanhado da família, visitou a França pela primeira vez.
No fim do século XIX, o motor a gasolina era a sensação das exposições em Paris. Santos Dumont ficou fascinado, pois sempre se interessou por mecanismos. Voltou ao Brasil, mas no ano seguinte Dumont retorna à Paris na intenção de aplicar suas ideias.
Com 18 anos, foi emancipado e recebeu do pai títulos de renda e ações que lhe permitiriam financiar suas experiências e aprender tudo sobre motores a explosão. Seu sonho, desde criança, era criar um aparelho que permitisse o homem voar controlando seu próprio curso. Passou a adolescência observando os pássaros e estudando sua constituição física.
Depois de muitos estudos, mandou construir o “Nº1”, primeiro de uma série de “charutos voadores” motorizados. No dia 20 de setembro de 1898, sob o comando do inventor, o balão subiu aos céus, chegando a altura de 400 metros e retornando ao mesmo ponto de partida. Construindo um balão sucessivamente e realizando experiências, foi desenvolvendo os mistérios da navegação aérea.
O balão “Nº3” já possuía um motor a gasolina.
Em 1900, o milionário francês Deutsch de la Meurth lançou um desafio aos construtores de dirigíveis: “Aquele que conseguir partir do Campo de Saint-Cloud, fazer à volta a Torre Eiffel, e voltar ao ponto de partida em 30 minutos, ganhará 100.000 francos”. Pilotando o balão “Nº6”, com um motor de 16HP, Dumont ganha o premio Dustche. Distribuiu metade do premio entre seus mecânicos e auxiliares e a outra metade destinou as necessitados.
O balão “Nº7”, que foi projetado para corrida, nunca chegou a competir, pois não tinha concorrente. O “Nº8” não existiu. Com o “Nº9”, Dumont começou a transportar pessoas nos voos que fazia. Uma de suas passageiras era a cubana Aída de Acosta, que se tornou a primeira mulher no mundo a voar. De tanto cruzar os céus de Paris com o número nove, recebeu o apelido de “Le petit Santos”. O “Nº10”, maior que os outros, foi denominado “um dirigível ônibus”, pelo próprio Santos Dumont.
Santos Dumont, no dia 13 de setembro de 1906, com o “14-BIS”, executou em Paris o primeiro voo em um aparelho mais pesado que o ar. A aeronave subiu a uma altura de 50 metros. Em 1908, Santos Dumont constrói o “Demoiselle”, cujo desenho serviria de modelo a todos os projetistas que se seguiram. Tudo nela era obra de Dumont, inclusive o motor. Em 1910, na primeira exposição da Aeronáutica realizada no Grand Palais de Paris, o “Demoiselle” foi um sucesso.
Ainda em 1910, Dumont encerrou sua carreira. Passou a supervisionar as indústrias que surgiram na Europa. Doente, resolve voltar ao Brasil. Em 8 de dezembro de 1914, ao ver seu invento ser usado para bombardear a cidade de Colônia, Dumont se decepcionou. No Brasil, sua tristeza aumentou quando o aeroplano foi usado durante a revolução de 1932 em São Paulo.
Alberto Santos Dumont morreu no dia 23 de julho de 1932. Deixou dois livros: “Dans-L’air” e “O que Vi e o que Nós Veremos”.
FONTE: E-biografias