Luís Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias, nasceu em 25 de agosto de 1803, na Vila de Porto Estrela (atual Duque de Caxias), no Rio de Janeiro. Oriundo de família militar, sua vida sempre esteve ligada ao Exército e, aos 15 anos, já pertencia à Academia Real Militar. Lutou pela consolidação da Independência e pela afirmação de nossa nacionalidade, pacificou províncias conflagradas e conduziu as armas nacionais à vitória nos conflitos da Bacia do Prata.
Chefe militar vitorioso, guerreiro obstinado e homem de Estado exemplar que o Exército consagrou como Patrono, alcançou a patente máxima da Força Terrestre durante a Guerra da Tríplice Aliança. Sua memorável participação nesta guerra rendeu-lhe o título de Duque, mais alto título de nobreza já concedido pelo Império a um brasileiro.
E foi sob as ordens deste grande General, na época, o então Marquês de Caxias, que se viu realizar algo até então nunca tentado em terras sul-americanas: o emprego militar de balões cativos. Tal feito já se havia mostrado vantajoso durante a Guerra Civil Norte-americana (1861-1865), e agora mostravase eficaz também nas batalhas de Humaitá e Curupaiti, durante a Guerra da Tríplice Aliança.
Após acordos entre o governo brasileiro e dos EUA, em 31 de maio de 1867, chegaram à região do conflito dois aeronautas americanos acompanhados de dois balões e seus respectivos equipamentos. O menor dos aparelhos tinha 8,5 metros de diâmetro e 17.000 pés cúbicos de gás; o maior possuía 12,19 metros de diâmetro e 37.000 pés cúbicos de gás. A capacidade dos balões variava de 2 a 8 pessoas. Eles eram confeccionados com tecido de algodão e, depois de prontos, recebiam várias camadas de verniz para proteger a tela e diminuir o escape do gás.
Os suprimentos indispensáveis para a fabricação de hidrogênio, utilizado no enchimento dos balões, eram o ácido sulfúrico e a limalha de ferro. Alcançavam a altura de aproximadamente 300 metros. A comunicação entre os aeronautas (ou observadores aéreos) a bordo do balão com o pessoal em terra era feita por meio de mensagens lastradas, de sinais de semáfora com bandeirolas ou outros sinais visuais e, ainda, por meio de telegrafia com fio.
Em 24 de junho de 1867, deu-se o primeiro emprego militar de balão na América Latina, com sua ascensão a 330 metros. O primeiro brasileiro a fazer uso da terceira dimensão, em campanha, foi o Capitão Francisco César da Silva Amaral, que subiu com o balão no dia 12 de julho de 1867. Contabilizaram-se, ao todo, 20 ascensões, de junho a setembro de 1867. As informações sobre a disposição do inimigo no terreno, colhidas por meio da observação aérea, foram fundamentais para o Marquês de Caxias. Com o conhecimento obtido, foi escrito o primeiro capítulo da história da Aeronáutica Militar Brasileira.
FONTE: Espaço Cultural da Aviação do Exército