Por Guilherme Wiltgen e Luiz Padilha
A segunda visita do Defesa Aérea & Naval (DAN) na Thales NL foi no site localizado em Huizen, onde se encontra a unidade de Cyber Defence.
Cada vez mais, os sistemas de defesa estão centrados em redes e consequentemente o campo de batalha mais digitalizado, portanto, as transferências de dados estão mais suscetíveis a ataques cibernéticos.
Com isso, a proteção de dados é cada vez mais importante e a Thales tem capacidade para projetar e fornecer soluções para que as modernas Forças Armadas possam proteger os seus tráfegos de dados, bem como as infraestruturas críticas, em um mundo cada vez mais imprevisível e com ameaças cibernéticas emergentes.
Além do campo de batalha, a Thales também trabalha para garantir que todos possam continuar a compartilhar informações em um mundo conectado, mantendo-se seguro diante das mais variadas formas de ameaças digitais.
Para falar mais sobre o assunto, o editores do DAN foram recebidos por Roel van Rijsewijk, diretor de soluções de Cyber Defence da Thales na Holanda.
Entre os diversos assuntos, ele ressaltou quanto ao crescente, e cada vez mais sofisticado, ataque determinado, tais como Cyberwafare, crime organizado, Hackers coletivos, Cyber terrorismo e Ativismo Hacker (Hacker Ativism).
O portfólio da Thales NL compreende Protect, Detect and Respond.
Protect – O Cyber Protect atende às necessidades dos ambientes mais exigentes, abrangendo criptografia, transmissão e autenticação, oferecendo segurança e confidencialidade máximas para dados em repouso ou em trânsito. Projetadas para setores específicos, essas soluções estão prontas para uso e são facilmente implantadas e operadas.
Detect and Respond – Combina tecnologias eficientes e o know-how da Thales, permitindo a detecção das ameaças cibernéticas mais avançadas e tomando medidas decisivas para proteger os ambientes sensíveis de TI e OT.
Thales Power Management
Outra área ligada a Cyber Defence é o sistema de gerenciamento de energia das modernas viaturas de combate. Quem falou sobre essa área de atuação da Thales com os editores do DAN foi Mathijs Voorend, Gerente de Marketing do Ground Transportation business.
Voorend ressaltou que as missões militares estão cada vez mais complexas, por consequência, os veículos militares precisam incorporar cada vez mais equipamentos a bordo, e o fornecimento de energia deve atender à demanda de mobilidade, letalidade e de capacidade de sobrevivência deles.
E não são só os equipamentos específicos de missão, como equipamentos CBNR e sistemas C4ISR dependem de energia de alta qualidade, mas também os serviços padrões dos veículos, tais como como ar condicionado, aquecimento interno, controle de direção, entre outros que também dependem do gerenciamento de energia para o seu pleno desempenho.
O moderno campo de combate exige plataformas complexas, que na sua maior parte evolui através do tempo da sua vida útil, passando por várias etapas de atualização e modernização ao longo desse período. Para apoiar essa tendência, e evitar falhas graves do sistema durante a operação, são necessárias soluções de sistema de energia modulares e expansíveis.
O sistema de gerenciamento de energia da Thales permite que a tripulação do veículo tenha total controle do seu uso de energia, permitindo monitorar e gerenciar não apenas o sistema de energia secundário do veículo, mas também o sistema de energia principal, tanto nos veículos sobre rodas quanto sobre esteiras.
Os recursos do Thales Power Management atendem às altas demandas de energia com total eficiência para cada tipo de plataforma de veículo militar, bem como as suas necessidades únicas de geração, distribuição, conversão e armazenamento de energia elétrica, ajudando a minimizar o mau funcionamento do equipamento, picos de energia ou desligamentos inadvertidos, além de otimizar a energia a bordo. Desse modo, é possível realizar o monitoramento em tempo real de todos os parâmetros elétricos e alertar a tripulação sobre quaisquer anomalias, ajudando a identificar/resolver possíveis problemas antes que a energia acabe. Capacidade esta, fundamental para sobrevivência de qualquer veículo militar durante missões críticas ou atuando em ambientes contestados.
SOTAS
Dando continuidade a nossa visita na unidade de Huizen, fomos apresentados a nova versão do sistema integrado de comunicação veicular SOTAS por Clemens Koedijk (Sales Manager Cyber Defense) e Frank Van De Berge (Technical Lead). A Thales produz há mais de 30 anos o SOTAS oferecendo funcionalidades valiosas para os operadores, como serviços de áudio, rede e hospedagem de aplicativos.
Todos os pontos fortes do sistema foram melhorados com novas tecnologias para atender às necessidades e ameaças atuais e futuras, e sua evolução manteve sua principal característica, que é a modularidade, onde o mesmo pode ser dimensionado e configurado para todos os tipos de veículos e missões com a comunicação sem ruídos no campo de operações, podendo ser feita com ou sem fio, com os soldados recebendo informações por voz ou por dados em tempo real.
A Thales, desde o início do desenvolvimento do SOTAS, procurou fazer com que o sistema interagisse com os equipamentos instalados nos carros de combate, como: Torreta RWS, Identificador IFF, Câmera de observação, equipamentos de defesa do carro, entre outros.
No laboratório de testes do SOTAS, Clemens e Frank nos proporcionaram uma experiência submersiva, ao demonstrar como funciona o SOTAS dentro de um veículo de combate. Sentados como se estivéssemos dentro de um blindado e utilizando o capacete com o comunicador, tivemos a noção da qualidade das comunicações utilizando o SOTAS, que reduz substancialmente os sons internos do veículo e permite uma comunicações alta e clara, fundamental para que as tripulações possam se comunicar de forma segura para execução das suas missões.
Exército Brasileiro (EB)
Adquirido em 2011, o equipamento está instalado nos veículos blindados Guarani, Cascavel, Urutu e M113. A nova versão foi adquirida pelo Exército Brasileiro e em breve estará disponível nos novos veículos do EB.
A maioria dos equipamentos são de geração anterior, porém todos mantém suas capacidades e são totalmente compatíveis com a nova geração que está chegando, ou seja, não haverá perda de eficiência no uso dos equipamentos.
Outro ponto importante a ser destacado é a atualização dos sensores, que ficaram mais compactos, reduzindo substancialmente a necessidade de manutenção.
NOTA DO EDITOR: O DAN agradece a gentileza com que foi recebido na unidade de Cyber Defence da Thales em Huizen, nas pessoas de Roel van Rijsewijk, Mathijs Voorend, Clemens Koedijk e Frank Van De Berge, pelo tempo dispensado e aos esforços para atenderem aos nossos questionamentos.
Agradecemos também a equipe de comunicação da Thales LATAM e NL, Jacqueline Takemasa e Nubia Xavier de Oliveira, pelo suporte durante as visitas.