Southern Seas 2024: Aviação Naval operando com os navios da USN e USCG

Por Guilherme Wiltgen

Durante a Operação Southern Seas 2024, a Aviação Naval Brasileira foi representada pelo 1º Esquadrão de Helicópteros de Esclarecimento e Ataque (HA-1).

O Destacamento Aéreo Embarcado foi composto pelo AH-11B WildLynx N-4003 a bordo da Fragata União (F 45), Capitânia do CGT-110, que foi composto pelas Fragatas Independência (F 44), União (F 45), USS Porter (DDG 78) e o USCG Cutter James (WMSL 754).

QRPB – Qualificação e Requalificação de Pouso a Bordo

Tão logo o navio cruzou a boca da barra, já entrou em postos de voo e,  minutos depois, já se aproximava para pouso a aeronave AH-11B WildLynx N-4003 (Lince 03).

Tendo como pano de fundo a cidade do Rio de Janeiro atrás de um denso nevoeiro e muita chuva, o Lince 03 realizou o seu primeiro pouso a bordo, iniciando a partir daí a qualificação e requalificação de pouso a bordo (QRPB) de seis pilotos do HA-1.

O QRPB consiste em realizar vários pousos e decolagens, circuitos e aproximações por ambos os bordos do navio.

Durante a realização do QRPB, a equipe de manobra (EQMAN) do navio, também vai se adestrando e seguindo as ordens do orientador, peiando a aeronave no convoo.

Com a melhora nas condições climáticas no período da tarde, as operações aéreas se estenderam até a noite, iniciando a qualificação de pouso noturno.

VERTREP e Pick-up

Ao longo da comissão várias atividades aéreas foram realizadas com o Lince 03, como VERTREP e Pick-up.

O Vertical Replenishment (VERTREP) consiste de transferência de material entre navios, utilizando o helicóptero para realizar tal serviço, podendo ser transportado vários tipos de cargas, desde munição a gêneros alímentícios. Para isso, o helicóptero utiliza o seu guancho de carga (Cargo Hook) localizado na parte ventral, exigindo concentração total do Fiel da aeronave e da equipe de convoo.

Apesar de ser largamente utilizado, o VERTREP é considerado uma faina relativamente perigosa (em comparação com outros métodos de reabastecimento), pois envolve perigo para o pessoal que manobra a carga, abaixo do helicóptero, além dos potenciais riscos para a aeronave devido a Danos por Objetos Estranhos (DOE), uma vez que o helicóptero permanece “hoverando” a baixa altitude sobre o convoo.

No caso em que haja necessidade de se realizar transferência de pessoal ou de carga leve, comumente é realizada a manobra de Pick Up, quando o Fiel, operando o guincho (Hoist), iça ou baixa a pessoa/carga para o navio, ou a partir deste para a aeronave.

Durante a realização do Pick-up, o Lince 03 decolou da Fragata União e realizou o exercício com os demais navios do GT.

Uma excelente oportunidade de operar com os navios da Marinha dos EUA (US Navy) e da Guarda Costeira (US Cost Guard), se adaptando aos procedimentos e sinalizações adotados pelos navios, que também aproveitaram para operar com uma aeronave diferente das normalmente utilizadas, como o MH-60R/S Seahawk no USS Porter e MH-65 Dauphin e MH-60 Jayhawk no USCG Cutter James.

Operações Aéreas Noturnas: QRPB e OTHT

Próximo ao início da noite iniciou o QRPB noturno e as missões de esclarecimento e designação de alvos além do horizonte ou OTHT (Over The Horizon Targeting).

CROSS-DECK

Durante a realização do Cross-Deck com a Marinhas dos EUA e a Guarda Costeira, nossos pilotos tiveram a oportunidade de realizar pousos e decolagens em navios com convoos de variados tamanhos e formatos, realizando diferentes circuitos de aproximação, assim como a familiarização com os procedimentos dos orientadores norte-americanos.

Tal procedimento proporciona o aumento da interoperabilidade da Marinha do Brasil, adestramento necessário quando em manobras internacionais com as Marinhas amigas.

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