Privatização da Nuclep: o PROSUB corre risco?




Por Luiz Padilha

O governo brasileiro pretende privatizar pelo menos 120 empresas este ano, quase o dobro das 67 ocorridas no ano passado, segundo o secretário especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados do Ministério da Economia, Salim Mattar, buscando assim economizar algo em torno de R$ 150 bilhões.

Dentre as empresas que estão na mira do governo, incluídas no Plano Nacional de Desestatização (PND) e no Programa de Parcerias para Investimentos (PPI), aparece a Equipamentos Pesados (Nuclep), empresa que fabrica os cascos resistentes dos submarinos da classe Riachuelo e que este ano começa a fabricar as primeiras partes do casco resistente do submarino nuclear brasileiro, o SNB Álvaro Alberto.

Com o objetivo de reduzir o tamanho do estado e reordenar o seu papel na economia, o governo implementou políticas de desestatização e desinvestimento, buscando economizar e reduzir o déficit público.

Prevista para ocorrer em janeiro de 2021, a desestatização da Nuclep poderá colocar em risco o andamento do PROSUB, programa que já possui um histórico de anos de pesquisas. A Nuclep graças ao Programa de Desenvolvimento de Submarinos, se capacitou tanto em termos de mão de obra quanto em seu ferramental, fundamentais para a realização do programa.

Desestatizar/privatizar

A desestatização da Nuclep, passando seu controle para empresários ou empresas estrangeiras, poderá ter um efeito financeiro benéfico para o governo, afinal, o Ministro da Economia, Paulo Guedes, busca tornar o estado brasileiro menos “gastador”, porém, seria um desastre estratégico para o país.

Mantendo-se a intenção do governo atual, mesmo que salvaguardas sejam inseridas quando da desestatização da Nuclep, esta não é uma opção estratégica para o Brasil. O governo precisa rever sua opção de desestatizar a Nuclep, afim de se preservar o know how” tecnológico adquirido durante anos de alto investimento nesse programa estratégico brasileiro.

Seção de Qualificação, nas instalações da Nuclep.
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