Por Luiz Padilha
Nesta oportunidade, tivemos a oportunidade de conhecer o Programa ARP-E (Aeronave Remotamente Pilotada – Embarcada).
O Programa segue o que foi determinado pelo Plano de Articulação e de Equipamento da Marinha do Brasil (PAEMB). Este programa prevê a aquisição de 10 VANTs a serem empregados com lançamento e recolhimento a partir de navios, com a finalidade de realizar a patrulha naval da “Amazônia Azul” ou o esclarecimento, coleta de dados táticos e esclarecimento aéreo – identificação, posicionamento, acompanhamento, dimensionamento de forças inimigas e designação de alvos.
A Marinha do Brasil selecionou e avaliou 7 projetos de VANTs e os requisitos para essa seleção foram:
– Payload (carga paga), capacidades e limitações de operação do sistema embarcado, tendo a capacidade de realizar operações de recolhimento e lançamento a partir de navios de classe de apoio IV, com ventos de até 40 nós e estado do mar 04. Entende-se por navio classe IV, aquele que não dispõe de convoo e é dotado apenas de uma área de reabastecimento vertical (VERTREP), para operação com gancho.
Os modelos avaliados foram:
ASA FIXA
HERMES 90 da AEL- ELBIT- ISRAEL
ScanEagle da Insitu – Boeing – EUA
FT-X1 da Flight Technologies – BRASIL
ASA ROTATIVA
Pelicano – INDRA – Espanha
Camcopter S100 – SCHIEBEL – AUSTRIA
TANAN 300 – CASSIDIAN-EADS – EUROPA
SKELDAR V200 da SAAB – SUÉCIA
A Marinha do Brasil prevê a aquisição de 5 Sistemas, onde cada sistema será composto por dois veículos aéreos, uma estação de controle, sensores modulares diversos, sendo normalmente um para cada tipo de missão (payloads), um terminal de enlace de dados, equipamentos de comunicações e seus subsistemas de controle, lançamento e recuperação.
Para operar o VANT, o requisito básico para o piloto é a qualificação para voo IFR. O número de operadores para cada sistema será entre 5 a 12* pessoas (*nº considerado ideal).
SHORT-LIST
A Marinha do Brasil após avaliar os projetos acima, escolheu 2 Sistemas para testes de campo. O de asa fixa ScanEagle da Insitu-Boeing e o de asa rotativa Camcopter-S100 da SCHIEBEL.
O ScanEagle
O ScanEagle é um VANT (veículo aéreo não tripulado), produzido pela Insitu, uma subsidiária da Boeing dos Estados Unidos, para fornecer inteligência, vigilância e reconhecimento de forma continua dia e noite.
Este VANT é lançado através de uma catapulta pneumática Compact Mark 4 e recolhido pelo sistema SkyHook, que é a solução para recuperação sem redes, onde o ScanEagle é recuperado através de um dispositivo na ponta de suas asas.
Normalmente o ScanEagle voa com uma câmera eletro-óptica ou com uma câmera infra-vermelha em uma torre giroestabilizada. Existe a versão com uma câmera Dual, não havendo necessidade de reconfiguração.
Seu motor extremamente silencioso, é capaz de operar com os combustíveis JP-5 ou C-10, possuindo uma autonomia de até 24 horas de voo ininterruptos com alcance de 100 kms a partir do centro de controle. Segundo o fabricante, se as condições de tempo forem ideais, o alcance pode dobrar. O preço estimado de cada Sistema ScanEagle é de USD 6 milhões.
Características
– Autonomia máxima: 24 horas
– Combustível: JP-5 ou C-10
– Capacidade do tanque: 7 litros
– Teto operacional: até 19 mil pés
– Velocidade máxima: 80 nós
– Velocidade de cruzeiro: 60 nós
– Navegação: GPS autônomo
– Envergadura: 3,11 m
– Comprimento: 1,71 m
– Peso vazio: 14 kg com câmera eletro-óptica ( 18 kg com câmera infra-vermelha)
– Peso máximo de decolagem: 22 kg
Após a decisão, a Marinha pretende adquirir um 1º lote com 3 sistemas (2 VANTs por sistema), entre 2015 e 2023. Um 2º lote com 2 sistemas entre 2023 e 2025.