Por Guilherme Wiltgen
Por ocasião da escala da Mission Jeann d’Arc no Rio de Janeiro, a Marinha do Brasil realizou exercícios navais e anfíbios com os navios da Marine Nationale (Marinha Nacional da França).
O termo PASSEX vem da terminologia da Marinha dos EUA que quer dizer “Passing Exercise”, que é um exercício feito entre marinhas para garantir que elas sejam capazes de se comunicarem e cooperarem em tempos de guerra ou em caso de uma ajuda humanitária.
A Mission Jeanne d’Arc
A Mission Jeanne d’Arc tem como objetivo a formação dos futuros oficiais da Marine Nationale, que realizam a viagem de instrução visitando áreas onde a Marinha francesa se faz presente em diversas operações navais ao redor do globo, colocando em prática tudo que aprenderam durante a fase acadêmica de sua formação. Ao contrário de muitas Marinhas, não se trata de apenas uma viagem de instrução e sim um “deployment” operacional de longa duração de um Grupo Tarefa (GT) Anfíbio.
Desde que grupo “Jeanne d’Arc” suspendeu da Base Naval de Toulon, em 25 de Fevereiro, o GT apoiou as operações anti-terrorismo e anti-pirataria no Mar Mediterrâneo, Mar Vermelho, Golfo de Aden e costa africana, tais como operações Sea Guardian, Enduring Freedom e Atalanta, mostrando a presença francesa no mar.
Fase Naval
A Passex com os navios franceses foi divido em duas fases, sendo a primeira a Anfíbia e a segunda Naval. No dia 07, terça-feira, ocorreu a Fase Naval da Passex e contou com o BCP (Bâtiment de Projection et de Commandement) Tonnerre (L9014), da Classe Mistral, a Fragata stealth La Fayette (F710) e do BSAM (Bâtiments de Soutien et d’Assistance Métropolitains) Seine (A 604).
Pela Marinha do Brasil, participaram o PHM Atlântico (A 140), as Fragatas Constituição (F 42), Liberal (F 43) e Independência (F 44) e o NaPaOc Apa (P 121).
Cross-Deck
Encerrada a Fotex, os navios realizaram operações marítimas conjuntas, como manobras táticas e estabelecendo e mantendo comunicações.
Encerrando os exercícios, ocorreu o cross-deck, quando as aeronaves embarcadas nos navios aproveitam para realizar operações aéreas com os meios navais participantes. Os franceses utilizaram os helicópteros SA342 Gazelle, da Aviation légère de l’armée de Terre (ALAT), e o SA319B Alouette III, da Aeronavale, ambos embarcados no BCP Tonnerre, e realizaram três circuitos de pousos e decolagens no PHM Atlântico. Estas foram as primeiras aeronaves estrangeiras a operarem no Porta-Helicópteros Multipropósito brasileiro.
Desta forma, a Marinha do Brasil e a Marine Nationale conseguem manter o nível de adestramento de seus meios, incrementando a interoperabilidade, cooperação e estreitamento de laços de amizades entre as duas Marinhas, contribuindo também para o aumento das capacidades operativas do nosso Capitânia.