Por Guilherme Wiltgen e Luiz Padilha
Para a realização destes exercícios, os helicópteros iriam operar com o “Caverna Mestra da Esquadra”, o Monitor Parnaíba (U 17), que havia suspendido bem mais cedo, afim de se posicionar para a execução do exercício.
Esta missão foi cercada de muita expectativa, afinal, não é todo dia que temos a oportunidade de pousar a bordo e de operar com uma “lenda viva” da Marinha do Brasil, um navio com o valor histórico como a do “Jaú do Pantanal”.
Por volta das 8:00hs, os Gaviões 53 e 57 decolaram do heliponto do HU-4 em direção ao histórico navio, que se encontrava navegando pelo rio Paraguai.
Após uma passagem sobre o Parnaíba, iniciamos o primeiro circuito para o pouso a bordo.
O QRPB consiste em realizar vários pousos e decolagens, circuitos e aproximações por ambos os bordos do navio, visando qualificar ou requalificar o 1P e o 2P.
Durante a realização do QRPB, a Equipe de Manobra e Crache (EQMAN) do navio também vai se adestrando e seguindo as ordens do orientador, peiando a aeronave no convoo.
Para trabalhar no convoo ou área de transferência dos navios da MB, o militar (Oficial e Praça) precisa estar habilitado através do curso Expedito de Equipe de Manobra de Helicóptero e Crache a Bordo (EqMan-A), ministrado pelo CIAAN. Após a conclusão, o mesmo fica apto para ao exercício das funções relacionadas com manobra de helicópteros e segurança de aviação.
A forma a identificar a função de cada militar no convoo, durante a execução desta faina, se dá pela cor do seu colete, sendo amarelo para OLP (Oficial de Lançamento e Pouso) e para o Orientador, vermelho para Líder de Crache e azul para os Peiadores.
Após o segundo pouso do Gavião 53, enquanto realizava o circuito para nova aproximação, os tripulantes iniciavam também os procedimentos para a realização do VERTREP. Para esse exercício, foi utilizado uma carga de 50kg, que seria transportada pela aeronave utilizando o “cargo hook” (guincho de carga), localizado na parte inferior do helicóptero.
Esta faina requer total coordenação entre a aeronave e a EQMAN pois, para que a carga possa ser presa ao helicóptero, o mesmo permanece hoverando a poucos metros sobre o convoo e com a equipe do navio trabalhando em baixo dele.
Neste momento, o papel do Fiel da aeronave e do Orientador, são fundamentais para que tudo ocorra na mais perfeita sincronia e com total cumprimento às normas de segurança.
Na sequência, embarcamos na lancha do navio, a “Jaú 01”, para acompanhar a finalização das operações aéreas embarcadas de um ângulo diferente, possibilitando umas tomadas diferentes do navio e da sua aeronave orgânica.
O atual Comandante do U 17, Capitão-de-Corveta Erikson, possui muita experiência neste tipo de missão, pois como Aviador Naval e piloto de Esquilo, passou muitos anos embarcado no Esquadrão HU-1 e posteriormente assumiu como Imediato do HU-4.
O CC Erikson já teve o privilégio de realizar um pouso a bordo pilotando o UH-12, já como Comandante do navio, contribuindo para mais um marco na história do “Jaú do Pantanal”.
SAR
Aproveitando que estávamos embarcados na “Jaú 01”, foi realizado um exercício simulado de SAR (Search And Rescue). Logo após a nossa lancha emitir um alerta, imediatamente o “Gavião 57” foi lançado para ajudar nos esforços para localizar a embarcação a deriva, se encontrava abicada em uma pequena praia do rio Paraguai, e salvar os seus tripulantes. Nestes casos, o tempo de reação conta muito a favor das vítimas, pois naufragar nas águas do Pantanal não é uma experiência muito boa, devido a presença de piranhas e jacarés, num lugar selvagem e inóspito.
Após alguns minutos, a aeronave nos localizou e repassou a posição ao Monitor Parnaíba, que enviou uma lancha para nos rebocar em segurança de volta a bordo, enquanto o helicóptero orbitava sobre a nossa posição.
Com esta simulação, observamos a importância da presença da Marinha do Brasil com seus meios navais e aeronavais em prover a segurança aos navegantes da região. Fato este comprovado pelas inúmeras vezes em que os navios da Flotilha são acionados por ano para realizar este tipo de missão.
Fim de faina!
Encerrando a sua participação nos exercícios, os Gaviões 53 e 57 realizaram uma passagem baixa em formação a boreste do Monitor Parnaíba, retornando para o Esquadrão HU-4, enquanto que os editores do DAN tiveram o privilégio de retornar navegando pelo rio Paraguai a bordo do “Jaú do Pantanal”.
NOTA do EDITOR: Agradecemos ao CMG Luiz Cláudio de Almeida Baracho (Comte. da Flotilha de Mato Grosso), ao CC Erikson Mendonça da Silva (Comte. do Monitor Parnaíba) e a todos os tripulantes, pela fidalguia com que nos receberam a bordo do “Caverna Mestra da Esquadra”, durante o retorno à Base Fluvial de Ladário.