Dia do Marinheiro é comemorado com dois importantes marcos do Prosub

S-BR3, submarino Tonelero e o S-BR2, submarino Humaitá antes do início da cerimônia no Complexo Naval de Itaguaí-RJ

Por Guilherme Wiltgen e Luiz Padilha

A Marinha do Brasil (MB) adiantou a cerimônia do Dia do Marinheiro, comemorado no dia 13 de Dezembro, para essa sexta-feira (11), com um importante marco alcançado pelo Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB), com o lançamento ao mar do segundo Submarino da Classe Riachuelo e a integração da terceira unidade.

A cerimônia, realizada no Complexo Naval de Itaguaí, contou com a presença do Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, do Ministro da Defesa, Gen Fernando de Azevedo e Silva, da Sra. Adelaide Chaves Azevedo e Silva, esposa do Ministro da Defesa e Madrinha do Submarino Humaitá, do Almirante de Esquadra Ilques Barbosa Júnior, Comandante da Marinha, do Almirante de Esquadra Marcos Sampaio Olsen, Diretor Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha (DGDNTM) e do Sr. André Portalis, CEO da Itaguaí Construções Navais, entre outras poucas autoridades e convidados civis e militares, devido às restrições impostas pela Covid-19.

Sr Andre Portalis, CEO da ICN

Em suas palavras, o Sr. André Portalis destacou a capacidade brasileira em construir submarinos e que a tecnologia francesa hoje passou a ser do Brasil e dos Brasileiros. Ressaltou também que o Brasil precisa desenvolver um política industrial de Defesa para sustentar a atividade dos parceiros industriais e o desenvolvimento no Complexo Naval de Itaguaí, de novas atividades, além da construção dos submarinos.

Segundo Portalis, “A ICN está pronta e mobilizada para abrir novas linhas de Produtos e Serviços”, se referindo a capacidade da empresa em apoiar não só na manutenção dos novos submarinos, mas na manutenção de outros meios navais da MB em parceria com o Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro (AMRJ), da Empresa Gerencial de Projetos Navais (EMGEPRON), da Amazônia Azul Tecnologias de Defesa (Amazul), e na construção de navios de superfície de menor porte, se referindo as concorrências do Navio de Apoio Antártico (NApAnt) e dos Navios Hidrográficos (NHO), que a ICN participa em parceria com a KERSHIP, uma joint venture criada em 2013 pela Piriou e o Naval Group, de forma a garantir a continuidade, ao longo do tempo, da capacidade de construir submarinos.

AE Ilques Barbosa Jr, comandante da Marinha do Brasil

O AE Ilques iniciou sua fala ressaltando sobre o histórico de Tamandaré, patrono da Força Naval, e sobre a importância do aprimoramento do Plano Estratégico da Marinha (PEM) 2040. Destacou também a importância do potencial da Amazônia Azul, que descreveu como um “Tesouro que pertence aos brasileiros”. O Comandante da Marinha também falou outros importantes marcos da Marinha do Brasil esse ano, como a inauguração da Estação Antártica Comandante Ferraz e a assinatura do contrato para construção das quatro Fragatas da Classe Tamandaré. Dentro do PROSUB, destacou que o Submarino Riachuelo (S 40) atingiu 97,87% do seu estágio construtivo e atualmente encontra-se em provas de aceitação no mar, se preparando para sua avaliação operacional e comissionamento no ano de 2021. O Riachuelo segue realizando testes de imersão dinâmica, que consiste do submarino navegar submerso com todos os seus sistemas funcionando.

Ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, Presidente da República, Jair Bolsonaro e o Comandante da MB, AE Ilques Barbosa Jr

Em seu rápido pronunciamento, o Presidente Jair Bolsonaro destacou o empenho da Marinha do Brasil e de seus militares, destacando o papel da MB para o desenvolvimento e garantia da soberania do nosso País.

“Estamos tendo a oportunidade especial de testemunhar este feito da nossa Força Naval que, inspirada no legado de Tamandaré, conduz o Prosub, concebido com o propósito de robustecer o poder naval e contribuir para o fortalecimento da Estrutura Nacional de Defesa”.

Integração do S-BR3 – Submarino Tonelero (S 42)

Integração das seções do S-BR 3, submarino Tonelero (S 42)

Ao contrário dos seus antecessores, a cerimônia de integração do S-BR3 foi em conjunto com o lançamento ao mar do S-BR2, mas nem por isso perdeu a sua importância com marco do Programa de Desenvolvimento de Submarinos.

 

Em um acionamento com efeitos muito mais tecnológicos que nos anteriores, o Presidente Bolsonaro acionou posicionando a mão direita em uma tela para dar o início da união das seções.

Com o Tonelero posicionado ao lado da área da cerimônia, a seção 1, que é o compartimento que abriga o Motor Elétrico Principal (MEP), o eixo propulsor do hélice, o leme e os estabilizadores, começou a se movimentar unindo todas as seções que compõe o submarino.

S-BR3, submarino Tonelero (S 42)

A integração do Submarino Tonelero representa também um importante avanço para a engenharia brasileira, realizada justamente no Dia do Engenheiro (11), assim como para os setores da Indústria Naval e de Defesa, que em um futuro próximo, alcançará o ponto alto do projeto, a construção do Submarino Álvaro Alberto, o nosso primeiro submarino de propulsão nuclear e que vai nos colocar no seleto grupo de Países que possuem essa capacidade.

Batismo do Submarino Humaitá (S 41)

Seguindo as tradições navais, todo navio tem uma madrinha para batizá-lo e a Sra. Adelaide Chaves Azevedo e Silva, esposa do Ministro da Defesa, teve a honra de ser escolhida para realizar o batismo do S-BR2, que junto ao S-BR1, lançado em Dezembro de 2018, renovam os meios da Marinha para a proteção da Amazônia Azul.

Conduzida pelo AE Ilques, a Madrinha foi recepcionada pelo Capitão de Corveta Martim Bezerra de Moraes Júnior, primeiro Comandante do Humaitá e Chefe do Grupo de Recebimento do Submarino (GRS) Humaitá, que tem como missão executar as tarefas referentes ao recebimento do submarino, a fim de incorporá-lo à Marinha do Brasil. O GRS está subordinado à Diretoria-Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha (DGDNTM).

O batismo também contou com a presença da Contra Almirante Luciana Mascarenhas da Costa Marroni, que representou todas as mulheres da Marinha do Brasil, cujo ingresso completou 40 anos esse ano.

 

O Submarino Humaitá (S 41), é o quinto navio e o quarto submarino a ostentar esse nome na Marinha do Brasil em homenagem a vitória que a 3ª Divisão da Esquadra obteve sobre a mais poderosa Fortaleza da América no rio Paraguai, em 19 de fevereiro de 1868, Fortaleza de Humaitá, durante a Guerra da Tríplice Aliança.

O seu antecessor, o Submarino Humaitá (S 20), da Classe Oberon britânica, foi o primeiro de uma série de três submarinos. O S 20 foi incorporado à Marinha do Brasil em 18 de junho de 1973 e teve sua mostra de desarmamento em  8 de abril de 1996. Os demais submarinos dessa classe eram o Tonelero (S 21) e Riachuelo (S 22). Este último, foi reclassificado como Submarino-Museu e hoje se encontra atracado em exposição no caís do Espaço Cultural da Marinha, para visitação pública.

Presidente Jair Bolsonaro posa junto com a Madrinha do Humaitá ao lado do AE Ilques e funcionários da ICN

Estágio construtivo atual dos Submarinos Classe Riachuelo:

1) Riachuelo (S 40): 97,87%
2) Humaitá (S 41): 88,30%
3) Tonelero (S 42): 74,48%
4) Angostura (S 43): 45,77%

Presenças estrangeiras

Contra Almirante Gilles Boidevezi, representando o Comandante da Marine Nationale

A cerimônia no Complexo Naval de Itaguaí contou com a presença de uma delegação da Marinha Nacional da França, que teve o Contra Almirante Gilles Boidevezi, representando o Almirante Pierre Vandier, Chefe do Estado-Maior da Marine Nationale.

O Senhor Pierre Éric Pommellet, CEO do Naval Group, que prestigiou a cerimônia como novo CEO do estaleiro francês, aproveitou a oportunidade para conhecer o Submarino Riachuelo, que se encontrava atracado na Base de Submarinos da Ilha da Madeira (BSIM).

Submarino Riachuelo atracado na Base de Submarinos da Ilha da madeira (BSIM) com o submarino nuclear USS Vermont ao fundo

Outra presença marcante na cerimônia foi a presença do submarino nuclear de ataque norte-americano USS Vermont (SS 792), da Classe Virginia (Block IV), mais novo submarino da sua classe em operação e que vai atuar na área de responsabilidade da 4ª Frota.  O Embaixador dos EUA no Brasil, Todd Chapman, o Almirante Daryl L. Caudle, Comandante da Força de Submarinos do Atlântico, e o Capitão de Fragata Charles Philips, Comandante do USS Vermont, e sua tripulação, também prestigiaram a cerimônia.

O USS Vermont ocupou o cais 2 e metade do cais 3 da BSIM, devido ao seu tamanho.

Ficam os registros acima, do primeiro submarino nuclear a atracar na nova base de submarinos da Marinha do Brasil, numa clara demonstração da amizade existente entre as duas Marinhas, que estão constantemente realizando operações conjuntas, como ocorreu entre o submarino Tupi (S 30) e o USS Vermont (SSN 792).

Os editores do DAN com o Submarino Humaitá ao fundo

NOTA DOS EDITORES: O Defesa Aérea & Naval agradece ao CCSM, na pessoa do CA Lampert, do CF Joabe, do CC Porto e demais membros da equipe pelo apoio dado durante o evento. Agradecemos também ao Sr. André Portalis, CEO da ICN, e ao Sr. Daniel Mendonça, Coordenador de Relações Institucionais da ICN, por toda a atenção dispensada antes e durante o evento.

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