DAN no III Simpósio de Guerra de Minas – 2ª parte

Thomas-Johansson-Saab-Kockums
Thomas-Johansson-Saab-Kockums

SAAB Kockums

O gerente de produtos do estaleiro Saab Kockums, Sr Thomas Johansson, iniciou sua palestra destacando os 100 anos na fabricação de navios para a Guerra de Minas. Ao longo dos anos o estaleiro construiu diversos Varredores, Caça Minas e MCMV (Mine Countermeasures Vessels).

A construção no início era em aço, passando para madeira e atualmente ela é feita com materiais compostos GRP (Glassfiber Reinforced Plastic), tendo comissionado o primeiro navio Varredor em 1974 e o primeiro MCM classe Landsort em 1984.

A utilização deste material proporciona inúmeras vantagens, como minimizar a penetração de água, isolamento acústico, grande capacidade de absorção de energia de choque, não corrosivo e muito leve, garantindo ao navio um ciclo de vida elevado.

Classe Landsort

O HMS Landsort foi o primeiro navio MCM moderno construído pelo Saab Kockums. Um moderno Caça Minas com sonar, ROV e mergulhadores, capaz de realizar a Varredura de Minas por varredura mecânica e de influência e, após mais de 300.000 horas cumulativas de operação e mais de 1.000 minas/munição não detonadas neutralizadas, recebeu uma modernização que acabou evoluindo para uma nova classe de navio, a classe Koster, com previsão de operar até, no mínimo, 2032!

O Saab Kockums trabalha pesado em Arquitetura Naval, em engenharia naval, cálculos, avaliações, buscando a integração da plataforma com os equipamentos de bordo, ou seja, sistemas e sensores.

Outro ponto muito importante para os operadores é a manutenção dos meios, onde a durabilidade, a fácil manutenção com rápida substituição dos componentes são as palavras chave para o sucesso desta classe. O navio permite a manutenção periódica normal sem a remoção do sonar, e se for necessário, a troca do mesmo sem a necessidade de docagem.


Uma das qualidades desta nova classe é a utilização do Sistema de proteção do tirante, que tem a função de proteger o cabo de comunicação entre o navio e o ROV, mantendo sua tensão normal durante toda a operação.

Integração de Sistemas do MCM

A integração é feita através de Monitores Táticos com todos dados e informações necessários e importantes da missão, apresentados nos consoles dos operadores que incluem:

Assinatura Magnética

Com seu casco amagnético e componentes (partes) amagnéticas, como o alumínio, o aço inoxidável, o bronze, o titânio e a madeira, a assinatura magnética é mínima. Qualquer componente antes de ser instalado no navio passa por um tratamento magnético (deperming). Na foto é possível observar os loops de degaussing tridimensional que cobrem os motores.

Outro ponto muito interessante e que chamou a atenção de muitos oficiais e sub-oficiais presentes, foi o sistema de propulsão Voith Schneider de baixa cavitação que proporciona alta manobrabilidade para a operação de Guerra de Minas.

O casco construído com GRP – Sanduíche entre outras vantagens já expostas, reduz de forma positiva o pulso de pressão que o navio emite quando navega, reduzindo muito a possibilidade do navio sofrer danos por minas de influência. É claro que a velocidade do navio através da água (tática), a forma do casco e seu pouco deslocamento, ajudam sobremaneira na redução da pressão.

Apesar de toda a precaução para que o navio não provoque ou seja atingido por uma explosão, caso ela ocorra, o casco suportará a detonação, pois dezenas de testes foram feitos à exaustão pelo Saab-Kockums na busca pela excelência na construção de seus modernos Caça Minas.

Saab Dynamics

 

Representando a Saab Dynamics, o Sr Magnus Christiansen apresentou a Caixa de Ferramentas da empresa para operar na Guerra de Minas. Ele apresentou a evolução do veículo autônomo de superfície (USV) SAM-3 para a varredura de minas.

O SAM-3 executa a varredura acústica e magnética autopropulsada de forma autônoma. Ele é controlado e monitorado pela Unidade de Controle da Missão que fica a bordo do navio Caça Minas, gravando todos os dados da missão e podendo abortá-la a qualquer momento, retomando a varredura mais tarde se necessário. O SAM pode executar uma ou múltiplas missões. Uma característica do SAM-3 é a sua versatilidade, pois o mesmo pode ser desmontado e montado em 16 horas, colocado em um contêiner de 40 pés e, assim, ser transportado facilmente por terra, ar e mar, para operar em qualquer lugar do mundo.

     

O SAM-3 tem como conceito operacional poder atuar em uma grande extensão da costa ou grandes áreas de operação, vias marítimas extensas e estreitas, com tráfego intenso, colocando o navio e sua tripulação fora das áreas de perigo por minas.

Saab Underwater Systems

A Saab tem um portfólio ímpar para atuar em Guerra Antissubmarino (ASW); Guerra Antissuperfície (ASuW); Contramedidas de Minagem (MCM) e operações em áreas Off-Shore.

Com essas ferramentas, a Saab Underwater Systems pode atender seus clientes com o que há de mais moderno em Contra Medidas de Minagem – MCM. A empresa oferece seus ROVs para caçar minas utilizando sonares de profundidade variável e após sua identificação e classificação, os mesmos podem executar a destruição das mesmas.

Com o sistema híbrido ROV/AUV, o operador poderá caçar minas com PVDS (sonar de profundidade variável), mapear o fundo mar, realizar a busca autônoma de minas e destruí-las.

Já com o sistema AUV, o operador poderá utilizar o sistema a partir de submarinos em operações sigilosas, em uma área extensa, tendo a capacidade de realizar a busca autônoma de minas e mapear o fundo do mar autonomamente.

ROVs – AUVs

Esses veículos remotamente controlados são o que existe de mais moderno no cenário de Guerra de Minas atualmente, sendo utilizados por várias Marinhas pelo mundo.

O DAN visitou as instalações da Saab Underwater Systems em Linkoping-SE e nosso artigo completo pode ser visualizado clicando na imagem acima, onde todas as capacidades dos ROVs e AUVs da empresa estão descritos de forma ampla.

O Futuro 

MuMNS – Multi-Shot Mine Neutralisation System

MuMNs

Este novo modelo terá maior velocidade de avanço comparado com qualquer sistema no mercado atualmente, se tornando uma solução eficiente em relação ao custo, com capacidade multishot, navegação autônoma, identificação da mina, autocompensação de direção/balanço/caturro/ profundidade, desvios de obstáculos, manutenção da posição da derrota, navegação por waypoints e capacidade de carregar  cargas para destruição e neutralização de minas.

Sea Wasp

Este pequeno ROV possui capacidade para busca, identificação e destruição de explosivos potenciais, tais como os IED (artefatos explosivos improvisados) em ancoradouros, portos e rotas do tráfego marítimo. Ele opera seguindo waypoints, evita obstáculos, permanece no local, possui braços manipuladores, sonar, é super flexível, podendo ser carregado por 2 homens (90 kg), fácil de ser configurado, se tornando operacional em poucos minutos e pode ser lançado e recolhido por guindastes ou com as mãos a partir, por exemplo, de um bote de borracha.

Visita do VA Viveiros ao estande da Saab com a diretora geral da empresa no Brasil, Sra. Mariana Silva

Thales Underwater Systems

A Thales foi representada pelo Sr.Filipe Bousquet, ex-oficial da marinha francesa e especialista na área de Guerra de Minas, onde se especializou em operações submarinas e no uso de ROVs, tendo gerenciado e treinado tripulações do caça minas classe Eridan.

Filipe-Bousquet-Thales

Em sua palestra, o Sr. Bousquet pautou a necessidade de reduzir a exposição humana, trabalhar meios modulares e reconfiguráveis, reduzir a jornada do operador otimizando a cadeia logística e a manutenção e  investir em Inovações Tecnológicas.

A Thales foi escolhida para fornecer o primeiro sistema de guerra de minas não-tripulado, os chamados ‘MMCM’ para a França e para a Inglaterra, promovendo uma forte experiência nacional em ambos os países para garantir no futuro a melhor solução MCM, tomando decisões rápidas e seguras com os meios envolvidos.

Providenciar um sistema primário com o mesmo ou melhor nível de capacidade operacional que os MCMVs convencionais, com um número limitado de subsistemas, fornecendo para as Marinhas simplicidade de operação e eficácia, otimizando custos do ciclo de vida operacional, reduzindo o apoio logístico, peças de reposição, treinamento e gerenciamento, é o que pretende a empresa.

A Thales oferece como Sistemas multi missão MCM:

• Integração de Sistema de Combate MCM;
• Sistemas Tático de Comando e Controle;
• Sistemas remotos não tripulados (Drone);
• Excelência em Sonares;
• Processamento de imagem;
• Comunicação subaquática e
• Proteção e segurança.

MMCM – Um Sistema Operacional de Sistemas qualificado

Os quatro cenários de missão de alto nível abaixo, incluem diferentes formas para realizar tarefas individuais dentro dos cenários abaixo:

“Seaport Access” – Via de acesso segura de/para o porto com o uso de um hub logístico. As minas são removidas, a fim de serem destruídas fora das águas confinadas, utilizando um sistema primário:

– DCL usando USV & MOAS e AUVs
– DCL usando ROV em águas confinadas
– ID & remoção usando ROV

“Choke Point” – Permitir o trânsito seguro de um Task Group através de um ponto estreito com forte corrente, utilizando dois sistemas primários:

– DCL by using USV & MOAS and T-SAS
– ID & Disposal by using ROV

“Operações anfíbias” – Acesso seguro a praia e nas áreas próximas de forma oculta. O dispositivo detecta, classifica e localiza os objetos de forma sincronizada, utilizando dois sistemas primários:

– DCL by using USV & MOAS and T-SAS and AUV
– ID & Disposal & Removal by using ROV

“Homeland Security” – Assegurar a rota de saída estratégica para o submarino de sua base até sua área de patrulha em águas profundas, utilizando um sistema primário:

– DCL by using USV & MOAS and T-SAS and AUV
– ID & Disposal & Removal by using ROV

Arquitetura do Sistema – Drivers principais

USV: Equipado com um sonar MOAS para minas DCL e sensores EO/IR para detecção de minas anti-colisão.

AUV-L: Uso de AUV de longo alcance e resistência para ir e vir da área de tarefas independentemente do USV. Evitar a arquitetura centrada do USV, maximizando a disponibilidade da função DCL.

TSAS: Corpo ativo rebocado para operação de Mine Warfare – MW, equipado com SAMDSI, com capacidade de lançamento e recuperação em estado de mar alto.

SAMDIS em T-SAM e AUV-L: Sonar de alta resolução com “multi-aspecto em um único caminho”, capacidade obrigatória para alcançar o posicionamento necessário e compatível com o Caça Minas, minimizando o tempo global da missão e a complexidade do sistema.

ROV: Capaz de realizar tarefas de identificação, classificação, desativação e remoção de minas, bem como operação exploratória em área confinada.

Arquitetura aberta: Permite a fácil adição de ativos, tais como Mine sweeping (Varredura), mantendo um gerenciamento constante do sistema de missão.

A expertise em soluções de sistema da Thales permite definir e oferecer um apoio total para os futuros sistemas não tripulados de MW, definindo um sistema adequado analisando a evolução da capacidade do sistema de missão, avançando sempre para permitir simplificar a missão e a sua duração, aproveitando os benefícios do sistema, buscando melhorar a detecção reduzindo os riscos e reduzir a probabilidade de falsas detecções, reduzindo o tempo de operação.

Visita do VA Viveiros ao estande da Thales

Continua…

 

 

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