“Impõe-se a uma Marinha eficiente e moderna a existência de uma Aviação genuinamente Naval.”
Por Guilherme Wiltgen
Criada em 1916, a Aviação Naval completa hoje o seu centenário e durante estas dez décadas já passou por quatro fases distintas, cada uma delas marcadas por momentos de glórias e de frustrações.
A primeira fase vai de 1916 a 1941, marcada pelo pioneirismo das operações aéreas e termina com a extinção da Aviação Naval em 1941, com a criação da Força Aérea Brasileira.
Onze anos mais tarde, em 1952, iniciava a sua segunda fase, com a criação da Diretoria de Aeronáutica da Marinha (DAerM), que estabeleceu uma nova organização administrativa para o então Ministério da Marinha, hoje Comando da Marinha. Reconhecia-se dessa forma, a necessidade da Marinha do Brasil (MB) em voltar a possuir a sua Aviação Naval Orgânica. Porém, somente em 1958 a Marinha receberia suas primeiras aeronaves.
A chegada em 1961 do NAeL Minas Gerais (A 11) e com ele, o aviso Ministerial nº 1003 de 5 de junho de 1961, que criava a Força Aérea Naval, hoje Comando da Força Aeronaval, cujo comando foi exercido cumulativamente pelo Comandante-em-Chefe da Esquadra e sediado a bordo do Minas Gerais. Em 1965, por força de Decreto Presidencial, a MB ficou restrita apenas às aeronaves de asa rotativa, ou seja, passaria a operar apenas helicópteros, marcando assim o fim desta segunda fase.
De 1965 até o 1998 a Aviação Naval viveu a sua terceira fase, e mesmo com as restrições impostas, fez da Marinha do Brasil uma referência em operações embarcadas com helicópteros no mundo, operando os mais modernos modelos, tanto no período noturno como diurno, em navios de porte relativamente pequenos e com índices de segurança de voo invejáveis.
A partir de 08 de abril de 1998 com a assinatura do Decreto Presidencial nº 2538, começamos a viver a quarta fase da Aviação Naval, passando a Marinha a ter a capacidade de operar aeronaves a reação de asas fixas, com a aquisição dos caças A-4/TA-4 KU Skyhawk II, a partir de Navio Aeródromo.
Hoje, podemos dizer que a Aviação Naval entrou na sua quinta fase, que está sendo marcada pela introdução de vetores mais modernos e, consequentemente, introduzindo novos conceitos, tecnologias, doutrinas e missões.
O Patrono da Aviação Naval
No dia 22 de agosto, durante a Cerimônia Militar alusiva ao 98° aniversário da Aviação Naval, a Marinha do Brasil instituiu o Vice-Almirante Protógenes Pereira Guimarães como Patrono da Aviação Naval, em decorrência de suas relevantes contribuições para a atividade aérea na MB durante a Primeira Fase da Aviação Naval.
Dentre os diversos cargos que ocupou, destacam-se o de primeiro Comandante da Escola de Aviação Naval, primeira escola de aviação militar no país e que marca o nascimento da Aviação Naval, Comandante de Defesa Aérea do Litoral e Diretor-Geral de Aeronáutica da Marinha.
Como Ministro da Marinha, cargo que ocupou entre 1931 e 1935, teve sua administração marcada, dentre diversas realizações, pela reorganização da Escola de Aviação Naval, pela criação do Corpo de Aviação da Marinha, pela criação e incorporação da Primeira Flotilha de Observação. Foram criadas, também, a Primeira Flotilha de Bombardeio e Patrulha, a Primeira Flotilha de Aviões de Esclarecimento e Bombardeio, o Correio Aéreo Naval e uma Seção de Meteorologia na Diretoria da Aeronáutica.
Sua carreira, exemplos e feitos ligados às atividades aeronavais servirão de farol a orientar os rumos das futuras gerações de marinheiros aviadores brasileiros.
Esquadrão HU-1 (Esquadrão Águia)
Dispõe de helicópteros Helibras Esquilo monomotor (UH-12) e Esquilo bimotor (UH-13) para emprego em missões de ligação e observação; esclarecimento; lançamento de pára-quedistas e de mergulhadores de combate; transporte de tropa; serviços hidrográficos; guarda de aeronaves no NAe São Paulo (Pedro); busca e salvamento (SAR); apoio humanitário; apoio às atividades na Antártica e muitas outras.
Por esta razão, foi conferido ao HU-1 o título de: “O FAZ TUDO” ou simplesmente “TUDÃO”.
”IN OMNIA PARATUS”
(Pronto para Tudo)
Esquadrão HI-1 (Esquadrão Garça)
O HI-1 dispõe de helicópteros Bell 206B Jet Ranger III (IH-6B), conhecidos como “Garças”, para instrução básica de voo.
“Ensinamos aos homens o que Deus legou apenas aos pássaros”
Esquadrão HS-1 (Esquadrão Guerreiro)
Tem como missão principal a detecção, localização, acompanhamento e ataque a submarinos (ASW) e alvos de superfície (ASuW), contribuindo dessa maneira para a proteção de nossas Forças Navais.
Para as missões ASuW, o MH-16 utiliza o radar APS 143(V) C3 e os mísseis AGM 119B Penguin MK2 MOD7, para as missões ASW o sonar DS 100 HELRAS e os torpedos MK 46. Além de sua missão principal, o HS-1 também pode ser utilizado em outras missões secundárias tais como: evacuação aeromédica (EVAM), busca e salvamento (SAR), humanitárias, espotagem de tiro torpédico ou de foguetes, entre outras.
Para cumprir sua missão, o HS-1 dispõe de quatro aeronaves MH-16 Seahawk (Sikorsky S-70B), conhecidos como Guerreiros.
”AD ASTRA PER ASPERA”
(É Árduo o Caminho para os Astros)
Esquadrão HA-1 (Esquadrão Lince)
Ao HA-1 são também atribuídas missões de esclarecimento de área marítima, acompanhamento de alvos além do horizonte radar dos navios (OTHT – Over The Horizon Targeting), busca e salvamento (SAR) e EVAM.
O HA-1 atualmente opera com 12 aeronaves Westland Super Lynx Mk21A (AH-11A), sendo 7 adquiridas novas e cinco remanescentes dos Sea Lynx Mk21 (SAH-11), que sofreram atualização para a versão Super Lynx na fábrica da Westland, em Yeovil.
Com a chegada das novas aeronaves, a missão do Esquadrão foi ampliada para atender a todos os meios de superfície, com plataforma de pouso, da Esquadra.
Armamentos como torpedo antissubmarino (Mk-46), bomba de profundidade e os mísseis ar-superfície Sea Skua, fazem parte de sua configuração de combate.
Em 2008, foi assinado contrato com a empresa FLIR Systems INC. para a aquisição do sistema estabilizado multisensor de vigilância “FLIR” (Equipamento de Observação Infravermelho) Star SAFIRE III. Esses sistemas começaram a ser instalados em agosto de 2010 nas aeronaves do HA-1, como parte do programa de modernização da frota dos AH-11A da MB.
“Invenire Hostem et Delere”
(Encontrar o Inimigo e Destruí-lo)
Esquadrão HU-2 (Esquadrão Pégasus)
Em 2008, o Ministério da Defesa assinou com a Helibras um contrato para construção de 50 helicópteros H225M (ex-EC725) Super Cougar, sendo que deste total, 16 aeronaves serão destinadas para a Marinha do Brasil. Destas, 8 unidades foram designadas UH-15 Super Cougar, com capacidade de realizar missões de esclarecimento, SAR, apoio às Operações Anfíbias e Operações Especiais e 8 unidades designadas UH-15A Super Cougar, com capacidade de realizar esclarecimento e ataque em missões de guerra de superfície (ASuW), missões de Combate SAR (C-SAR), Busca e Salvamento (SAR), apoio às Operações Anfíbias, Operações Especiais e Guerra Eletrônica.
No dia 13 de junho de 2014, durante uma cerimônia nas instalações da Helibras, em Itajubá, o AE Julio Soares de Moura Neto, então Comandante da Marinha, recebeu formalmente o UH-15 Super Cougar N-7106, primeiro helicóptero H225M que passou por todas as etapas de produção no Brasil, representando um marco para a indústria nacional e para a própria Helibras, pois materializa o compromisso assumido pela empresa no projeto H-XBR.
“IN ALIS VIS ET VIRTUS!”
(Nas Asas a Força e a Virtude!)
Esquadrões Distritais, HU-3 (Esquadrão Tucano), HU-4 (Esquadrão Gavião Pantaneiro) e HU-5 (Esquadrão Albatroz)
Esquadrão HU-3
No início de suas atividades, o Esquadrão Tucano utilizava helicópteros Bell 206 Jet Ranger II (UH-6) de fabricação norte americana, atualmente utiliza o Helibras Esquilo (UH-12).
O Esquadrão Tucano apóia prioritariamente os navios da Flotilha do Amazonas, participando de operações ribeirinhas e patrulhas fluviais, realizando missões de busca e salvamento (SAR), esclarecimento visual, transporte de tropa, evacuação aeromédica (EVAM), ligação e observação, apoio logístico, apoio às operações especiais, reconhecimento armado e ataque aéreo.
“Sobre rio, selva e mar … Tucano!”
Esquadrão HU-4
No início de suas atividades o Esquadrão Gavião utilizou os helicópteros UH-12 Esquilo, posteriormente utilizou os helicópteros Bell Jet Ranger III (IH-6B), apoiando prioritariamente os navios da Flotilha de Mato Grosso e o Grupamento de Fuzileiros Navais de Ladário (GptFNLa), participando de operações ribeirinhas e patrulhas fluviais, realizando missões de busca e salvamento (SAR), esclarecimento visual, transporte de tropa, evacuação aeromédica (EVAM), ligação e observação, apoio logístico, apoio às operações especiais, reconhecimento armado e ataque aéreo.
Em 23 de janeiro de 2012, o 1° Esquadrão de Helicópetros de Emprego Geral (HU-1) iniciou o deslocamento de duas aeronaves UH-12 Esquilo, a N-7052 e a N-7053, a fim de apoiar o 6º DN e qualificar oficiais e praças do 4° Esquadrão de Helicópetros de Emprego Geral (HU-4), marcando assim a retomada as operações aéreas do HU-4 com o UH-12 Esquilo.
“Gavião, as asas da Marinha no Pantanal”
Esquadrão HU-5
O Esquadrão “Albatroz” utiliza os helicópteros Helibras UH-12 Esquilo, realizando operações ribeirinhas e patrulhas fluviais, realizando missões de busca e salvamento (SAR), esclarecimento visual, transporte de tropa, evacuação aeromédica (EVAM), ligação e observação, apoio logístico, apoio às operações especiais, reconhecimento armado e ataque aéreo.
“Albatroz, as asas da Marinha no Sul”
Esquadrão VF-1 (Esquadrão Falcão)
Pelo Decreto Presidencial nº2.538, de 8 de abril de 1998, que dispõe sobre os meios aéreos da Marinha e dá outras providências, foi estabelecido, no Art. 1º que: “a Marinha disporá de aviões e helicópteros destinados ao guarnecimento dos navios de superfície e helicópteros de emprego geral, todos orgânicos e por ela operados, necessários ao cumprimento de sua destinação constitucional”.
Em 30 de abril de 1998, foi assinado um “Purchase Agreement” entre a MB e o Governo do Kuwait para a obtenção de 20 aeronaves tipo A-4KU monoplace e 3 TA-4KU biplace.
Os aviões e todo o seu material chegaram ao Brasil no dia 5 de setembro de 1998, no Porto do Forno, em Arraial do Cabo/RJ, de onde foram levados para a Base Aérea Naval de São Pedro da Aldeia (BAeNSPA).
O 1º Esquadrão de Aviões de Interceptação e Ataque (VF-1) opera os jatos A-4KU Skyhawk, designados na MB como AF-1 Falcão (monoplace) e AF-1A Falcão (biplace).
Por operar uma aeronave de alta performance, cada piloto deve cumprir, no mínimo, 100 horas de voo por ano, para manter a qualificação obtida na formação feita na US Navy, ao custo aproximado de US$ 1 milhão por piloto.
Durante a LAAD 2009 foi assinado um contrato entre a MB e a EMBRAER para modernização de 12 aeronaves, sendo 09 A-4Ku Skyhawk (AF-1) e 03 TA-4 Skyhawk (AF-1A), visando manter as aeronaves operacionais até 2025.
A modernização atingiu uma maturidade que proporcionará à MB a oportunidade de operar um vetor aéreo no estado da arte, quanto à aviônica e sistemas embarcados, qualificando-a a empregar suas aeronaves em operações aeronavais e aéreas, nacionais e internacionais, o que aumentará significativamente a operacionalidade da Aviação Naval da Marinha.
Após a modernização, as aeronaves receberão as designações de AF-1B (monoplace) e AF-1C (biplace).
“IN ARE DEFENSIO MARIS”
(No Ar a Defesa do Mar)
Os Programas e modernizações
Os dois principais programas da Aviação Naval se referem a substituição das aeronaves de Instrução (IHP) e das de Emprego Geral de Pequeno Porte (UHP), respectivamente do 1º Esquadrão de Helicópteros de Instrução (HI-1) e do 1º, 3º, 4º e 5º Esquadrões de Helicópteros de Emprego Geral (HU-1, HU-3, HU-4 e HU-5).
A decisão quanto a definição destes dois importantes programas, influenciará diretamente no futuro de nossa Aviação Naval, pois são relativos a escolha da próxima aeronave de instrução, em substituição dos atuais Bell 206B Jet Ranger III (IH-6B), responsável pela formação dos futuros pilotos de asa-rotativa, e o segundo pelas aeronaves dos Esquadrões que demandam a maior parte dos pilotos e das missões aéreas da MB, compostos hoje por aeronaves Helibras HB-350 Esquilo (UH-12) e AS-355F2 Esquilo Biturbina (UH-13), este último empregado somente no HU-1 para apoio a OPERANTAR (Operação Antártica) .
Não há como falar do IHP sem falar do UHP, e vice-versa, pois a escolha das aeronaves deveriam seguir um único critério, afim de padronizar a aeronave instrutora com a aeronave em maior quantidade numérica, afim de diminuir o “GAP” entre as duas aeronaves, diminuindo o tempo de transição do Oficial-Aluno, recém saído do CAAVO, para a aeronave operacional, além de reduzir drasticamente o custo de hora de voo neste estágio.
Os dois programas seguem sem um prazo divulgado para a sua definição.
Esquadrão HU-2
O 2º Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral foi beneficiado com o programa H-XBR do Ministério da Defesa, com a aquisição de 50 helicópteros de médio porte H225M Super Cougar para as três Forças, fabricados localmente pela Helibras, sendo 16 unidades destinadas a Marinha do Brasil.
Do total destinados a MB, 8 unidades foram designadas UH-15A e vão contar com a capacidade de realizar Esclarecimento e Ataque em missões de Guerra de Superfície (ASuW), missões de Combate SAR (C-SAR), Busca e Salvamento (SAR), apoio às Operações Anfíbias, Operações Especiais e Guerra Eletrônica.
Na função ASuW, será armado com dois mísseis AM-39 Exocet e está equipado com o radar APS 143(V) C3, dispondo ainda de modernos sensores no estado-da-arte como Laser Warning Receiver (LWS), Missile Warning System (MWS) e Radar Warning System (RWS) e equipado com dispensers de contramedidas (Chaff/Flare).
Esquadrão HA-1
Das atuais aeronaves da MB, a que mais precisava ter suas capacidades modernizadas, eram os AH-11A Super Lynx do 1º Esquadrão de Helicópteros de Esclarecimento e Ataque (HA-1).
Aeronave ogânica dos Escoltas da MB, os Super Lynx estavam entrando em uma situção crítica de disponibilidade, principalmente pela descontinuidade da fabricação do seus moteres R&R GEM 42-1 Mk1017, além da obsolência natural de seus sensores e aviônicos.
No dia 30 de julho de 2014, foi assinado o contrato de modernização, avaliado em mais de US$ 160 milhões (€117 milhões), que inclui a substituição dos atuais motores pelo LHTEC CTS800-4N, os mesmos que equipam a mais nova versão da família Lynx, o AW159 Wildcat, do sistema navegação, inclusão do Full Glass Cockpit e os aviônicos de missão.
Um abrangente pacote de suporte e de treinamento também fazem parte do contrato, e a título de offset, a MB vai receber um Flight Training Device (FTD), um treinador idêntico à aeronave e o suporte logístico no Brasil. O gerenciamento dos reparos dos itens principais da aeronave, ficará por conta da AW do Brasil. Havendo um órgão reparador da AW no país, prioritariamente os reparos serão feitos nele. No caso de não haver, a própria AW se responsabilizará por enviar o componente para o exterior. Assim, todos os reparos serão gerenciados no Brasil, e pagos com a nossa moeda corrente.
A MB decidiu pela modernização de apenas 8, dos 12 helicopteros existentes, optando pelas células menos voados, ou seja, aquelas que possuem mais horas de voo disponíveis.
Os trabalhos tiveram início em meados de 2015 na fábrica da AgustaWestland, em Yeovil, com o primeiro helicóptero programado para ser entregue ao Esquadrão HA-1 no outono de 2017, e a conclusão dos oito helicópteros previsto para o início de 2019.
Os motores CTS800-4N, já utilizados nos Lynx Mk9A do Exército Britânico (AAC), no Super Lynx 300 e no AW159 Wildcat, fornecerá aos Mk21A grandes melhorias de desempenho em ambientes quentes e altos, permitindo aumento da carga útil e uma extensa área de operação.
O MTOW (Maximum Take-Off Weight – Peso Máximo de Decolagem) passará dos atuais 5.126 kg para 5.330 kg e, com o aumento da reserva de potência, vai permitir que em média, o navio reduza em 10 nós a velocidade atualmente necessária para o pouso monomotor a bordo, contribuindo para o aumento da segurança nas operações embarcadas.
A autonomia será aproximadamente a mesma do AH-11A, mas haverá maior disponibilidade de peso, possibilitando, por exemplo, voar mais tempo com um tanque auxiliar.
O novo painel, full glass cockpit, terá três MFD (Multi-Function Display) principais de 10” X 8”, sendo duas para o piloto e uma para o copiloto. Será totalmente compatível com o uso de OVN (Óculos de Visão Noturna) e complementado por um conjunto de avançados aviônicos, que compreende um processador tático, GPS, RNS 252 – Interface com o GPS, TCAS, VOR, ILS (Garmin), Transponder Mode S também da Garmin, DME da Bendix, Automatic Dependant Surveillance (ADS-B), um novo Crash Position Indicator (CPI), já na nova frequência internacional de salvamento, sistema de pouso por instrumento, RWR/ESM integrados, dispensers de contramedidas (Chaff/Flare) e um novo guincho de resgate (Hoist), acionado eletricamente.
Dotados de radar de busca de superfície, que agora será integrado ao FLIR, e com o sistema de identificação automática (AIS), os Linces continuarão sendo os principais vetores aéreos dos navios-escolta, ampliando a capacidade ofensiva e defensiva da Esquadra, de dia ou à noite, mesmo em condições meteorológicas adversas.
Os armamentos para Guerra ASuW e ASW permanecem os mesmo, ficando mantidos os preseter tanto do míssil Sea Skua, quanto do torpedo MK46.
Este é o segundo programa de modernização e atualização dos helicópteros Lynx que e MB realiza desde o início do seu emprego, em 1978. O primeiro, quando da aquisição de 9 Super Lynx Mk-21A e a modernização de 5 Lynx Mk-21 (SAH-11) para o padrão Super Lynx, concluído em 1998, todas as aeronaves passaram a ser designados AH-11A.
Após este segundo programa, o Super Lynx será designado como AH-11B.
Esquadrão VF-1
Um amplo processo de modernização está sendo conduzido pela Embraer e foi assunto de uma matéria exclusiva realizada pelo Defesa Aérea & Naval, que pode ser lido clicando aqui.
Esquadrão VEC-1
O projeto de modernização das aeronaves COD/AAR, em andamento na empresa M7 Aerospace, em San Antonio, Texas/EUA, já demonstrou avanços no desenvolvimento da futura aeronave KC-2 Turbo Trader, ao cumprir atividades estabelecidas e previstas no Cronograma Físico-Financeiro do programa.
Após ao recebimento de três células, em fevereiro de 2015, foram iniciados os estudos que permitirão a sua modernização e remotorização. Esta última, ficará a cargo da Honeywell Aerospace que irá fornecer o motor turboélice TPE331-14GR-801Z e o APU (Auxiliary Power Units) RE100CS.
Esses estudos permitirão o desenvolvimento e instalação dos novos sistemas de aviônica, a revisão dos sistemas hidráulico, elétrico e de combustível, permitindo a futura configuração do sistema de reabastecimento em voo das aeronaves AF-1A. Além disso, a aeronave modernizada contará com o sistema de geração de oxigênio (OBOGS), o Sistema de Controle do Ambiente interno da aeronave (ECS) e estará preparada para receber as configurações de evacuação aeromédica e de transporte de paraquedistas.
Dentre as atividades que já estão em andamento, cabe destacar o início do design do cockpit, de acordo com normas militares em vigor e sob a ótica do fator humano. A empresa já apresentou ao Grupo de Fiscalização e Recebimento das Aeronaves COD/AAR (GFRCOD) os conceitos operacionais dos novos displays, que permitirão a visualização de dados primários de voo, parâmetros dos motores, apresentação da tela radar e acesso ao link de dados com estações em terra e a bordo de navios e de outras aeronaves.
O próximo passo do processo, que dar-se-á com o início do “overhaul” das células da aeronave C-1A Trader, que vai permitir que o primeiro voo da aeronave ocorra em 2018, com o final da entrega das quatro aeronaves até o ano de 2020.
A Aviação Naval e os Veículos Aéreos Não Tripulados
A Marinha do Brasil, através da Diretoria de Aeronáutica da Marinha (DAerM), avaliou diversos modelos de VANT (Veículo Aéreo Não Tripulado), visando a escolha dos futuros equipamentos a serem utilizados pelo futuro Esquadrão, que ficará sediado na Base Aérea Naval de São Pedro da Aldeia (BAeNSPA).
Os atuais candidatos são o Hermes 450 e 900 (Elbit Systems) e o Heron 1 (Israel Aerospace Industries), sendo que ambos já estão em serviço no Brasil, em outras configurações.
Tanto a Elbit quanto a IAI, já desenvolveram as versões navais dos dois modelos, que são equipados com um radar de busca marítima e sistemas electro-ópticos/sensores infravermelhos, sendo que a Marinha do Brasil deseja agora estabelecer a sua própria configuração.
O Hermes-900 é um Sistema Aéreo Remotamente Pilotado (SARP) fabricado pela ELBIT e escolhido pela Força Aérea Brasileira (FAB) para ser o seu primeiro VANT estratégico. Começou a ser operado pela FAB em 2014 e, à semelhança do Heron da IAI (Israel Aircraft Industries), utilizado pelo Departamento de Polícia Federal (DPF), é um VANT de média altitude e longa permanência, classificado como Categoria 04, na Padronização estabelecida pelo Grupo de Trabalho (GT-8), coordenado pelo Ministério da Defesa.
O Heron é um VANT de Média Altitude e Longa Permanência (MALE), também é classificado como um VANT Categoria 4, é capaz de realizar voos de até 18 horas de duração, possuindo um alcance efetivo do link de 1.000km, quando controlado via satélite e 250 Km, quando operando por linha de visada. A sua utilização poderá contribuir para o emprego efetivo e eficiente da Força Naval, especialmente em missões de Vigilância e Controle de Tráfego Marítimo; Esclarecimento e Apoio às Operações de Patrulha Naval; e Busca e Salvamento (SAR).
Além disso, devido a sua elevada autonomia e capacidade de transmissão de dados por link, o emprego combinado do VANT com os meios Navais, Aeronavais e dos Fuzileiros Navais pode garantir a presença da Marinha do Brasil nas áreas estratégicas do Atlântico Sul e incrementar a capacidade de monitoramento e controle da superfície do mar a partir do espaço, cumprindo assim um dos objetivos estratégicos da Marinha previstos na Estratégia Nacional de Defesa e contribuindo para o sucesso da implementação do Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul(SisGAAz).
Programa ARP-E (Aeronave Remotamente Pilotada – Embarcada)
O Programa segue o que foi determinado pelo Plano de Articulação e de Equipamento da Marinha do Brasil (PAEMB), que prevê a aquisição de 10 VANTs a serem empregados com lançamento e recolhimento a partir de navios, com a finalidade de realizar a patrulha naval da “Amazônia Azul” ou o esclarecimento, coleta de dados táticos e esclarecimento aéreo, identificação, posicionamento, acompanhamento, dimensionamento de forças inimigas e designação de alvos.
A MB selecionou e avaliou 7 projetos de VANTs e os requisitos para essa seleção foram o Payload (carga paga), e as capacidades, limitações de operação do sistema embarcado e de realizar operações de recolhimento e lançamento a partir de navios de classe de apoio IV, com ventos de até 40 nós e estado do mar 04.
Entende-se por navio classe IV, aquele que não dispõe de convoo e é dotado apenas de uma área para realização de VERTREP (Vertical replenishment).
Foram avaliados três modelos de asa-fixa:
O HERMES 90 da AEL/ELBIT (Israel),
ScanEagle da Insitu/Boeing (EUA) e
FT-X1 da Flight Technologies (Brasil)
Também foram avaliados quatro modelos de asa-rotativa:
Pelicano da INDRA (Espanha),
Camcopter S100 da SCHIEBEL (Áustria),
TANAN 300 da CASSIDIAN-EADS (EU) e o
SKELDAR V200 da SAAB (Suécia).
A Marinha do Brasil prevê a aquisição de 5 Sistemas, onde cada sistema será composto por:
02 veículos aéreos,
01 estação de controle,
Sensores modulares diversos (um para cada tipo de missão – payloads),
01 terminal de enlace de dados,
Equipamentos de comunicações e seus subsistemas de controle e
Equipamentos de lançamento e recuperação.
Para operar o VANT, o requisito básico é que o piloto seja qualificado para voo IFR. O número de operadores para cada sistema será entre 5 e 12 pessoas, sendo este último o considerado ideal.
NOTA do EDITOR: O DAN se sente orgulhoso em poder participar, e registrar, uma parte dessa história de glória de nossa centenária Aviação Naval.
Nesse período, fizemos muitos amigos, das Praças aos Oficiais-Generais, com os quais tivemos o privilégio de conviver e conhecer o seu dia-a-dia, seja na Macega, nos cockpit’s das suas diversas aeronaves, nos convoos molhados ou congelados e nos hangares dos nossos navios.
Dias felizes, e também dias tristes, mas dias muito intensos que nos levaram a lugares e a manobras incríveis, sobre a nossa Amazônia Azul, que poucos mortais vão ter a oportunidade de conhecer ou de sentir a “Força G” no seu macacão de voo.
Aos nossos marinheiros que fazem do “céu o teto do mar” o nosso Bravo Zulu!
“No Ar, os Homens do Mar”
Agradecemos ao nosso amigo Rohwer pela arte que abre o nosso artigo. Fica expressamente proibido o seu uso sem autorização de seu autor.