ADSB: O estaleiro do EDGE Group

Por Guilherme Wiltgen

A primeira visita da Press Trip foi ao estaleiro ADSB (Abu Dhabi Ship Building), localizado no distrito industrial de Mussafah, em Abu Dhabi. O ADSB faz parte do Cluster Platforms & Systems do EDGE Group.

Antes de conhecer as instalações, David Massey, CEO do ADSB, apresentou o estaleiro, suas capacidades técnicas e construtivas, e as embarcações atualmente em produção.

“Desenvolver capacidades marítimas avançadas é essencial para a soberania nacional. O ADSB é líder regional em design, construção, reparo, manutenção, reforma e conversão de embarcações militares e comerciais, ajudando a manter a frota naval do Gulf Cooperation Council (GCC) em excelentes condições operacionais”, explicou David Massey.

David Massey CEO do ADSB (Foto: Guilherme Wiltgen)

Percorrendo o estaleiro, que possui 330.000 m², observamos que ele oferece uma abrangente área de manutenção e reparos, tanto no mar quanto na doca seca. No grande hangar foi possível observar embarcações militares atualmente sendo construídas pelo o ADSB, além da Corveta BR71 já no alinhamento do ship lift do estaleiro.

O ADSB está fabricando atualmente embarcações para três grandes programas navais: Corvetas, OPV e FPB (Fast Patrol Boat), incluindo um dos maiores programa de construção naval da região, a construção dos OPV da Classe Falaj.

OPV da Classe Falaj

No início do ano o ADSB recebeu um contrato para construir três Corvetas BR71 MKII para a Marinha da Angola.

Segundo David Massey, “Aqui no ADSB, sentimos um tremendo orgulho desse acordo de exportação. A Corveta BR71 MKII é uma embarcação altamente avançada, capaz de executar múltiplas missões para proteger o litoral e fortalecer as capacidades navais de Angola.”

Corveta BR71 MKII

Baseado no projeto da francesa CMN (Constructions Mécaniques de Normandie), a BR71 é uma embarcação altamente sofisticada equipada com avançados sistemas de missão, incluindo um radar 3D, conjunto de guerra eletrônica, comunicações seguras, um canhão principal (57 ou 76 mm), sistemas de mísseis superfície-superfície e superfície-ar, além de contar com hangar e convoo na popa, com capacidade de operar com um helicópteros do porte do Super Lynx, além de dois RHIB.

Possui uma tripulação de 50 pessoas e velocidade máxima de 30 nós, com alcance de 2.500 milhas náuticas a 12 nós. Quatro motores MTU acionam dois waterjets de direção e dois de reforço.

Capacidade de Construção Naval 

Andando pelas oficinas, percebemos que são equipadas com maquinários novos e modernos, dispondo de guindastes, pontes rolantes e um ambiente limpo e controlado. Ao longo dos seus 29 anos de existência, o ADSB investiu na capacidade de seus funcionários com qualificações  que permitem desenvolver seus negócios nos mercados de embarcações civis e militares, além de atuar no mercado de Óleo & Gás.

Maquete do Abu Dhabi Ship Building (ADSB). Foto: Guilherme Wiltgen

Uma divisão em especial se destacou durante a visita que foi a de Construção de Pequenos Barcos (SBC – Small Boat Construction), responsável pela fabricação de embarcações de desembarque, barcos de patrulha rápidos, interceptadores e embarcações de apoio imediato.

Tivemos a oportunidade de conhecer o 160 ITEP, uma embarcação rápida de patrulha, construída em compósito e casco em “V”. A propulsão pode ser de dois waterjets movidos por dois motores diesel internos de 1.000 hp ou por 4 motores de popa 350 HP cada, que proporcionam uma vantagem tática em águas rasas, mas também habilidades excepcionais de navegação, desempenho e eficiência.

Esta versão acomoda uma tripulação de até seis pessoas com um excelente nível de conforto. A cabine principal possui um design moderno e climatizado. Fomos convidados a experimentar o posto do piloto e notamos a preocupação com a ergonomia.

Além disso, essas embarcações ainda podem receber armamentos. A cabine principal possui dois consoles de artilheiro.

Estação com consoles de artilheiro.

A 160 ITEP tem capacidade de receber um lançador de mísseis de curto alcance e uma torre RWS (Remote Weapon Station) de 12,7 mm, no teto da cabine, além de duas metralhadoras de 7,62 mm montadas em cada bordo na popa.

O grande convés de popa foi projetado para receber uma variedade de configurações, tanto para receber armamentos quanto outras cargas úteis específicas para a sua missão.

160 ITEP com o lançador de mísseis de curto alcance na popa

A visita a bordo nos mostrou, além de boa impressão, uma opção muito interessante para a Marinha do Brasil adotar para os Distritos Navais. O emprego de embarcações como essa, que pode atingir 45 nós em estado de mar 1, proporcionaria um verdadeiro ganho operacional nas Patrulhas Navais, combate ao tráfico de ilícitos e antipirataria nos nossos portos, entre outras missões navais, inclusive nos rios da Amazônia e do Pantanal.

 

 

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