Por Guilherme Wiltgen
Para essa comissão, o CMG Giovani Corrêa, Comandante do Atlântico, recebeu a bordo o Vice Almirante José Augusto Vieira da Cunha de Menezes, Comandante em Chefe da Esquadra (ComemCh), e o Contra Almirante Luiz Roberto Cavalcanti Valicente, Comandante da 2ª Divisão da Esquadra (DIV-2).
Segurança de voo
Os procedimentos de segurança de voo se iniciaram com um briefing para os militares destacados e civis convidados. Na sequência, a Equipe de Manobra (EQMAN) e crash, iniciou a Patrulha do DOE (Danos por Objetos Estranhos), que tem por objetivo inspecionar todo o convoo a procura de qualquer objeto que possa ser aspirado pelas aeronaves ou atirados contra os tripulantes, evitando danos pessoais e materiais durante as atividades com os helicópteros.
Pouco antes de cruzar o través da Escola Naval, o navio entrou em postos de combate e, de forma simulada, iniciou navegação em canal varrido e sob baixa visibilidade.
Para quem observava o exercício, o dia ensolarado que fazia no Rio de Janeiro, contrastava com a situação simulada que se passava dentro do passadiço.
Enquanto isso, também era simulado um exercício de ameaça assimétrica com o Navio Patrulha Oceânico Apa (P 121), que fez o papel de Figurativo Inimigo (FIGIN).
QRPB – Qualificação e Requalificação de Pouso a Bordo
Para a Aderex, participaram as aeronaves UH-12 Esquilo N-7082 e N-7088, do 1° Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral (HU-1), dois H225M, sendo o UH-15 Super Cougar N-7104 e o UH-15A Super Cougar N-7201, do 2° Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral (HU-2), e o SH-16 Seahawk N-3037, do 1° Esquadrão de Helicópteros Anti-Submarino (HS-1). Estas aeronaves formaram o Destacamento Aéreo Embarcado (DAE) para esta comissão.
Antes de cruzar a boca da barra, o PHM Atlântico entrou em postos de voo e pouco tempo depois, já navegando fora da Baía de Guanabara, o silencioso convoo deu lugar ao ensurdecedor som dos rotores das primeiras aeronaves que pousaram no navio, provenientes da Base Aérea Naval de São Pedro da Aldeia (BAeNSPA), onde os Esquadrões estão baseados.
Tendo como pano de fundo a cidade do Rio de Janeiro, o Pégasus 04 realizou o primeiro pouso a bordo, iniciando a partir daí a qualificação e requalificação de pouso a bordo (QRPB), seguido do UH-15A, versão especializada para missões de SAR (Search and Rescue) e C-SAR (Combat – SAR).
Na sequência pousou o Guerreiro 37 e os Águias 82 e 88, dos Esquadrões HS-1 e HU-1, respectivamente.
O QRPB consiste em realizar vários circuitos com pousos e decolagens de spot’s diferentes, inclusive com a entrada lateral, com aeronaves spotadas a vante e a ré.
O PHM Atlântico possui 7 spots, sendo na proa o spot Alpha e 1 (Uno) utilizados por aeronaves até a classe do AH-11B Super Lynx. Os spot’s 2 ao 6, da proa à popa, possuem capacidade de operar com helicópteros médios/pesados e com o MV-22 Osprey, o que capacita a Marinha do Brasil a operar com aeronaves de Marinhas amigas, provendo desta forma, a interoperabilidade com outras Forças, adquirindo uma importante capacidade nas operações conjuntas no mar ou em missões de ajuda humanitária.
Durante a realização do QRPB, a Equipe de Manobra (EQMAN), vai se adestrando e seguindo as ordens do orientador, peiando as aeronaves no convoo.
As operações aéreas foram realizadas de forma com que os tripulantes do navio se adestrassem, assim como os pilotos e Fieis, que faziam a troca em “hot”, ao longo de toda a tarde.
No Departamento de Aviação, sob olhar atento do Chefe do Departamento de Aviação (CheAVI), do Sub Chefe do Departamento de Aviação (SubAVI) e do controlador aéreo, as aeronaves eram controladas e alternadas para o pouso abordo nos spot’s pré-determinados. Tudo em total sinergia com a EQMAN no convoo e dos sinais do orientador, que de forma sistemática, trazia as aeronaves para bordo em total segurança, demonstrando um alto grau de operacionalidade do navio
O cair da noite não interrompe a frenética atividade dos helicópteros no convoo e não significa o final das atividades aéreas, que se estendeu pelo período noturno para os Esquadrões HU-2 e HS-1.
A capacidade de operar a noite com o emprego de Óculos de Visão Noturna (OVN), é o próximo desafio e que deve ocorrer em Julho do próximo ano. Para que isso ocorra, o Esquadrão HS-1 recebeu instrução do 5º/8º GAV – Esquadrão Pantera, da Força Aérea Brasileira, e o HU-2 do Centro de Instrução de Aviação de Exército (CIAvEx) e do 1º Batalhão de Aviação do Exército (1° BAvEx).
Em paralelo, o Centro de Manutenção de Sistemas da Marinha (CMS) embarcou um grupo chefiado por um Engenheiro para fazer as medições de luminosidade do convoo, afim de se determinar o nível correto para utilização com segurança do OVN durante as operações aéreas noturnas embarcadas.
A operação aérea embarcada utilizando o OVN, vai aumentar substancialmente a capacidade de combate do PHM Atlântico, podendo operar aeronaves de ataque ASW e ASuW diuturnamente. Em breve, além do SH-16 Seahawk armado com torpedos e o míssil anti-navio Penguin, também vai operar com o AH-11B Super Lynx, recentemente modernizado, e com o AH-15B Super Cougar, que será recebido em breve pela MB, capaz de transportar dois mísseis AM-39 Exocet. Para missões SAR, além do UH-15A, no final desse ano, ainda serão recebidos os três Airbus Helicopters EC135 (designados UH-17 na MB), que também deverão embarcar no navio.
Nota do Editor: O DAN agradece ao VA Cunha (ComemCh), CA Valicente (DIV-2), ao CMG Giovani Corrêa (PHM Atlântico), ao CC Palmeira, CT Fabrício Costa, Ten Laís Dornelas e Sgt. Fabio Rocha (CCSM), pela fidalguia que nos receberam a bordo e pelo apoio para realização desta cobertura. Agradecemos também aos tripulantes do PHM, que não pouparam esforços para que a nossa estadia a bordo fosse a melhor possível, e a Capitania dos Portos do Espírito Santo, pelo apoio em Vitória.