Por Guilherme Wiltgen
O 1º Batalhão de Aviação do Exército (1º BAvEx), realizou adestramento da técnica de helocasting. Para esta atividade, foram deslocadas duas aeronaves HA-1 Fennec e dois HM-4 Jaguar (H225M), até a Represa de Paraibuna, localizado no Vale do Paraíba paulista.
Como integrante das Forças de Ação Rápida (FAR), o 1º BAvEx está em condições de ser empregado, a qualquer momento, e em qualquer lugar do país. Para isso, conta com tripulações e equipes de terra altamente capacitadas e constantemente adestradas para o exercício de sua funções.
Helocasting
O Helocasting é uma manobra típica de Operações Especiais, realizada para infiltração de um grupo de militares em uma determinada área, lançando-os sobre a água, com a aeronave a baixa altura e em movimento.
A aeronave deve permanecer a aproximadamente 3 m de altura da água e com uma velocidade que pode variar de 20 a no máximo 40Km/h, lançando primeiramente o material (se for o caso) e em seguida a tropa, que podem ser comandos ou mergulhadores de combate.
Antes do início do exercício, o Cel. Sazdjian realizou o último briefing com todos os militares do 1º BAvEx, visando a execução do mesmo com o máximo proveito, destacando quanto ao cumprimento das normas de segurança de voo.
Na sequência, os tripulantes fizeram a instrução dos soldados que participaram do helocasting, ensaiando em terra o que iriam fazer sobre a água, estabelecendo os procedimentos de embarque na aeronave em “hot” e o posterior lançamento, com a forma correta de cair na água.
Durante o lançamento, o 1P (comandante da aeronave) deve se atentar para manter a altitude constante do helicóptero, uma vez que está ocorrendo a perda de peso na aeronave, e com a presença de tropas inimigas, pois neste momento a aeronave está vulnerável ao ataque de armas leves e deve permanecer o menor tempo possível exposta, enquanto lança o militar armado e equipado na água, nas proximidades do objetivo.
O adestramento visa aperfeiçoar as técnicas de infiltração de tropa utilizando as modernas capacidades que o H225M trouxe para a Aviação do Exército, possibilitando realizar a aproximação automática da aeronave, o que reduz a carga de trabalho das tripulações e aumenta a segurança de voo durante a realização do exercício.
“A importância do exercício para o Batalhão é preparar as tripulações, através da renovação das habilitações técnicas para poderem desempenhar as diversas Missões em apoio ao Exército ao longo do ano”, explica o Cel. Sazdjian, Comandante do 1º BAvEx.
Durante o helocasting, a aeronave realiza uma passagem “seca”, ou seja, sem lançar os soldados na água e na segunda vez, a aeronave passa mais baixo, possibilitando o lançamento dos militares, por ambos os lados.
Nesse momento, os mecânicos de voo auxiliam os pilotos quanto a aproximação e fazem a preparação e lançamento dos homens na água.
Enquanto isso, a equipe de SAR se mantem a postos, recolhendo rapidamente os soldados e os transportando em segurança até a margem próxima.
O execício é repetido diversas vezes, visando qualificar todos os pilotos e mecânicos de voo do Fennec e do Jaguar.
O HM-4 Jaguar (H225M)
O programa H-XBR prevê o fornecimento de 51 aeronaves H225M às três Forças, 16 somente para o Exército Brasileiro. É um helicóptero biturbina médio, da classe de 11 toneladas, com capacidade para transportar até 29 combatentes equipados. “O H225M, devido a sua grande capacidade de transporte de tropa e carga, apresenta um excelente desempenho nas operações de manobra e emprego geral. Tem, ainda, um grande incremento na segurança de voo, devido a automação e as tecnologias que a aeronave possui”, explica o Cel. Sazdjian enquanto nos proporciona um walkaround no HM-4 Jaguar EB-5006 e completa “Devido a sua autonomia de voo de até cinco horas, o HM-4 proporcionou ao 1º BAvEx uma capacidade até então inédita de transporte de pessoal e carga, estando apto à cumprir todas as missões de transporte logístico para a Força Terrestre”.
O HM-4 é empregado em missões de Operações Especiais, podendo realizar exfiltração e infiltração aéreas de tropa em área de difícil acesso, diurno ou noturno. Para isso, possui full glass cockpit totalmente compatível para o uso de óculos de visão noturna (OVN), o que amplia suas capacidades de operar a noite, e amplamente utilizado pela Aviação do Exército.
As últimas unidades entregues (entre elas o Jaguar 06) estão configuradas para a versão operacional, equipadas com modernos sensores integrados de autodefesa (IDAS – Integrated Defensive Aids Suite), composto por RWR (Radar Warning Receiver), LWS (Laser Warning Systems) e MAWS (Missile Approach Warning Systems) com cobertura de 360°, que proverão capacidade de detectar radares e mísseis inimigos, aumentando a capacidade de sobrevivência da aeronave nos modernos teatros de operação, além de possuir lançadores de Chaff e Flare.
A aeronave também pode ser equipada com um holofote de buscas e guincho duplo, e assim cumprir missões de busca e resgate (SAR), Combat-SAR (C-SAR), operações especiais e evacuação aeromédica (EVAM).
O HM-4 Jaguar é a aeronave mais moderna atualmente em uso pela Aviação do Exército Brasileiro.
NOTA do EDITOR: O Defesa Aérea & Naval agradece ao Cel. Sazdjian pela fidalguia com que nos recebeu a bordo do 1º BAvEx para a realização dessa matéria. Agradecemos também ao CAvEx, ao Cap. Crovato (Comandante da Esquadrilha de Helicópteros de Manobra), ao Cap. Costa Rodrigues (RP do 1º BAvEx) e a todos os militares que não pouparam esforços para nos auxiliar.