Por Jens Flottau – Aviation Week’s Executive Editor
A concorrência entre o Airbus A220 e o Embraer E2 é limitada. Em termos de tamanho, a versão 100 do A220 fica em algum lugar entre o 190-E2 e o 195-E2, dependendo do layout da cabine. Com um peso máximo de decolagem de 63 toneladas, no entanto, o A220-100 é mais pesado que o 190-E2 (56,4 toneladas) e 195-E2 (61 toneladas) e oferece muito mais alcance: 3.400 nm versus 2.800 nm para o 190- E2 e 2.600 nm para o 195-E2.
Portanto, o A220 e o E2 realmente atendem a diferentes segmentos de mercado. A maioria dos pedidos do A220 é para a versão maior a 300, que trata de rotas longas. As companhias aéreas pagam um custo alto quando o usam em rotas mais curtas. A Airbus está trabalhando em versões da aeronave que estenderiam seu alcance para cerca de 4.000 nm, permitindo que as companhias aéreas voassem através do Oceano Atlântico ou profundamente na América Latina a partir dos EUA.
O A220 também poderia ser estendido ainda mais para entrar no espaço de mercado coberto pelo Boeing 737-7 e 8. É verdade que algumas companhias aéreas operam o A220, embora não precisem de seu alcance. Em alguns casos, a Airbus inclui o A220 com vendas de outros modelos, como o A320neo. É por isso que a Embraer esperava que sua recente ligação com a Boeing tivesse permitido que o E2 fosse oferecido como parte de um portfólio mais amplo. Um elemento-chave na competição futura será a abordagem da Embraer aos preços. Até agora, a empresa manteve os preços premium em comparação com a família E1, mas essa abordagem não funcionou bem na conquista de pedidos.
Outro desafio é reduzir os custos do fornecedor para que o E2 ainda possa obter margens de lucro decentes, apesar dos volumes mais baixos. O A220 tem o mesmo desafio, mas possui uma vantagem importante: é apoiado por um grande fabricante que tem mais alavancagem para tornar o programa lucrativo.
FONTE: Aviation Week
TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: DAN