Por Roberta Pennafort e Roberta Jansen
O soldado A. viveu dias de apreensão às vésperas da operação conjunta das Forças Armadas e da polícia na Cidade de Deus, zona oeste do Rio, pouco antes do carnaval. Seu temor era ser convocado para atuar na própria comunidade onde nasceu, foi criado e ainda vive com a família. A., a mãe e a avó só se sentiram aliviados quando saiu a escala de serviço: o rapaz, militar há um ano, fora designado para atividades no quartel.
“Seria muito desconfortável.
Tem gente que cresceu comigo e hoje está no tráfico. Não sei como ia reagir na hora H”, contou A., revelando um drama pelo qual vêm passando praças envolvidos na intervenção federal no Estado do Rio de Janeiro.
Jovens como A., oriundos de comunidades pobres, que ingressaram nas Forças Armadas em busca de emprego estável e ascensão social, temem ser vistos por traficantes no papel de inimigo. Isso poderia desencadear represália para si e para parentes. Para se resguardar, quando em missões nas favelas, eles usam máscaras que cobrem o rosto inteiro, apenas os olhos ficam de fora.
“Até hoje fui poupado, eles dão preferência a pessoas de fora. Mas se tiver de ir, não vai ter jeito. Vou fazer tudo para não ser reconhecido”, disse A.. “Eu não me envolvo com ninguém, mas tenho amigo do lado de lá. Todo mundo tem. Procuro nem passar perto. Acredito na intervenção e na construção de um Rio e um País melhor se as operações forem sérias. Só não adianta fazer operação e sair. Tem de ficar”, continuou.
Segundo A., é comum que informações sobre as investidas militares cheguem antes aos ouvidos dos traficantes, por causa da convivência natural nas favelas. “Eu nunca informei, mas um vai comentando com o outro, e todo mundo acaba sabendo”, explicou o jovem.
O soldado não imaginava que o cerco à Cidade de Deus antecederia a intervenção, decretada pelopresidente Michel Temer (MDB) após o carnaval, com duração prevista até 31 de dezembro.
A preocupação com a situação dos jovens que servem nas comunidades já existia desde que foi decretada a operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), há sete meses. Foi quando começaram ações conjuntas entre militares e policiais no combate à violência no Rio.
Auxílio-moradia. Em janeiro, ao defender a volta do auxílio moradia para militares, extinto em 2000, o comandante da Marinha, almirante Eduardo Bacellar Leal Ferreira, declarou que o benefício era fundamental porque as famílias do contingente empregado em áreas com tráfico “ficam vulneráveis e são ameaçadas”. O almirante também considerou que “o risco de contaminação da tropa (pela proximidade com os traficantes) é grande”. A fala foi endossada pelo comandante do Exército, general Eduardo Villas Boas.
Militares que participaram em 2017 de ações na Favela da Rocinha, zona sul, também temeram ser identificados. Ali, havia agravante: a comunidade era dominada por bandidos de uma quadrilha que se dividiu em duas facções diferentes – Amigo dos Amigos e Comando Vermelho – e entraram em confronto. A parcela do efetivo de moradores de lá ou de outras favelas sob o jugo de bandidos desses grupos se sentiu duplamente ameaçada.
Alguns chegaram a usar máscaras com desenho de caveira, o que causou medo na população e reação nos superiores, que mandaram que fossem retiradas. “Incomoda demais (a máscara). Gera terror”, contou um morador da Kelson’s que testemunhou operações militares em sua comunidade no início da semana. Porém, diz, é compreensível que os soldados queiram se resguardar.
Uma representante comunitária da Cidade de Deus confirma que os jovens alistados no serviço militar vivem o dilema entre o dever e o risco que correm. “Os rapazes da comunidade que servem nas Forças ficam nessa tensão. Os moradores sabem quem se alistou, as mães comentam, as famílias comemoram.
Com operações frequentes, muda de figura. Eles saem à paisana e trocam a roupa no quartel”, contou uma representante comunitária da Cidade de Deus.
Guerra. Liderança do Complexo do Chapadão, na zona norte, Gláucia dos Santos denunciou à Anistia Internacional o barril de pólvora que pode se tornar um confronto que divide jovens que foram criados juntos e têm armas de alto calibre nas mãos. “Estão tentando criar uma guerra nas favelas”, disse Gláucia, cujo filho de 17 anos foi morto pela polícia em 2013. “A maioria que vai para o Exército é favelada e há essa rivalidade com os que foram para o tráfico.
Eles vão enfrentar o próprio povo: vão se matar.” Fundador da ONG Rio de Paz, Antonio Carlos Costa foi um dos primeiros a chamar a atenção para a questão. “Os soldados são moradores das comunidades, e isso causa dois problemas: a possibilidade de informações sobre as operações vazarem e os jovens sofrerem retaliações, virar alvo, especialmente se houver muitas baixas.
O interventor deve cuidar.” O Comando Militar do Leste (CML) informou que já toma precauções para a segurança dos militares que moram em favelas e vai intensificá-las. Mas admitiu que nem sempre é possível alocar apenas jovens que não sejam das proximidades da área em que vão atuar. O uso de balaclavas (toucas ninjas que cobrem o rosto) é permitido.
FONTE:
Isso é cultura idolatrar vagabundo ” amigos da comunidade”
Tá com dozinha de vagabundo é filhinho se junta a eles então não merece está farda seus vermes !
Um menino de 10 anos morreu por arma de fogo no final de semana. A arma pertence a outro assaltante de 17. O menino de 10 acompanhado de outro de 12 manuseava a arma provavelmente emprestado pelo de 17 para assaltar na orla.
O assaltante de 17 foi filmado outras vezes assaltando com a mesma arma. Os colegas assaltantes filmados também usam armas. A maioria deles tem 17.
Na verdade nem eles sabem a idade que tem. Quando são detidos ou apreendidos dizem ter 17. São iguais aos gatos no futebol. Quando faz 22 ou 23 recua pra 17.
É contra esses que o exército irá lutar. Não dá nem para classifica-los.
Um soldado profissional treinado por anos X Um…um o que?
Estamos em Tombstone? Vamos chamar o Wyatt Earp? O Rio virou O.K. Corral?
Deponham esses políticos. Cassem todos os mandatos. Intervenham em todos os setores e atividades públicas. O estado brasileiro está falido. Não faliu por falta de dinheiro. Faliu por roubo, por abandono, por corrupção.
A classe política brasileira zomba da sociedade. O EB tem que consertar? As Armas tem que sair às ruas para fazer o que os políticos nunca fizeram?
Botar as Armas nas ruas para deter um golpe vindo de Cuba como foi nos anos 1960 fez parte daquela época. Anos difíceis. Anos de Guerra Fria.
Chamar o EB para enfrentar meninos de 10? Descamisados de 15? Rejeitados de 17? Assaltantes de orla? Ladroeira de bicicletas?
Essa gente bebeu?
General Villas Boas, ordene a tomada do poder. Expulse a classe política desse país. Prenda governador e prefeito. Encerre as assembleias. Não há motivos para continuar elegendo esse tipo de gente.
É por isso que o General Heleno defende a utilização de tropas de fora do Estado do Rio nesta operação eleitoreira e inépta. O EB está sendo utilizado de forma política por um grupo de corruptos que ainda sonham em escapar da lei. O Rio é o último trofeu restante ao …., pois não consegue aprovarmais nada.
Essa é uma realidade que a PM sempre viveu!!!!!
Existe sim um perigo real de retaliação. O concurso para Fuzileiro Naval é um concurso nacional, jovens do Brasil inteiro concorrem à uma vaga, passado o período de treinamento eles estão aptos para exercerem suas funções, ocorre que esses jovens não moram nos quartéis e suas famílias não são do Rio, o que fazem esses jovens e se juntarem e morarem de aluguel exatamente nas comunidades do Rio onde o aluguel é mais baixo. Muitos estudam e fazem faculdade e tiram seus serviços de sentinela, ronda nas ruas, etc., convenhamos , não dá pra morar em quartel, após o dia de serviço ao irem para suas casas muitos e muitos passam por locais e alta
periculosidade, desarmados e expostos e que ninguém se iluda, usando máscara ou não, o tráfico sabe quem é quem na comunidade.