Por Nelson barbosa
Há 50 anos, o CTA (Centro Técnico Aeroespacial) realizou o primeiro voo do Bandeirante. O desenvolvimento e a produção do pequeno turboélice de transporte levaram à criação da Embraer, no ano seguinte. Nascida estatal, a empresa foi voltada inicialmente para demandas do governo e do mercado nacional.
O próprio CTA decorreu da iniciativa histórica do marechal do ar Casimiro Montenegro Filho, que liderou a criação do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), há aproximadamente 70 anos. Para quem não conhece a história, recomendo a excelente biografia”Montenegro”, escrita por Fernando Morais, seguida da história da Embraer,”Nas Asas da Educação”, por Ozires Silva.
O complexo ITA-CTA-Embraer é provavelmente o maior exemplo de política tecnológica e industrial bem sucedida da história brasileira, combinando formação de recursos humanos, inovação e abertura comercial. O resultado dessa longa empreitada é uma escola aeronáutica de nível internacional e o terceiro maior fabricante de aviões do mundo hoje.
A escola parece preservada, mas notícias recentes indicam que a Boeing pode incorporar a Embraer neste ano(uma perda para o Brasil).
O interesse dos americanos é legítimo, haja vista o sucesso dos jatos comerciais e executivos da Embraer. Há ainda grande potencial de mercado na área de defesa, com o cargueiro KC-390 e o Super Tucano, resultados de investimentos e encomendas do governo brasileiro nos últimos anos.
Um perfeito idiota do mercado financeiro diria que nada disso importa! Que a cifra a ser oferecida pela Embraer incluirá o valor dos investimentos passados e a expectativa de lucros futuros. O idiota está certo: em economia, o valor de mercado reflete, pasmem, as expectativas de mercado.
O que está de fora dessa equação é o valor da Embraer para o desenvolvimento tecnológico brasileiro, uma externalidade que não tem preço de mercado, mas tem grande importância para o Brasil. Por isso o governo tem a golden share.
A perda do centro de decisão e inovação para a Boeing pode diminuir a produção e a pesquisa e desenvolvimento realizados no país em poucos anos. Essa deveria ser a maior preocupação do governo brasileiro. Nossas autoridades já manifestaram restrições à operação, indicando que pelo menos a área de defesa da Embraer deve permanecer sob controle nacional.
Segundo os mais recentes rumores de mercado, essa alternativa teria sido aceita pela Boeing, que agora prepara uma oferta para incorporar somente a área comercial da empresa. Mas mesmo a possível alienação da Embraer-comercial merece maior reflexão pelo governo, pois essa tem sido a área de maior sucesso da empresa recentemente.
A Bombardier foi adquirida pela Airbus justamente porque sua aposta em jatos comerciais não deu o resultado esperado. Esse não é o caso da Embraer, cujos jatos comerciais têm hoje mais de 50% das encomendas de aviação regional no mundo. Obviamente, sucesso de ontem não garante sucesso de amanhã, sobretudo em um mercado dinâmico como o aeronáutico.
Continuar a crescer sozinha em um cenário de competição internacional mais acirrada é risco (bem-vindo ao capitalismo). Mas, baseado no potencial que a Embraer já demonstrou nos últimos anos, o governo Temer deveria acreditar no Brasil e evitar a completa transferência da área comercial da empresa para o exterior.
FONTE: Folha de São Paulo
Que tal se ao invés de choramingar, não criamos um ambiente convidativo o bastante para que não só as linhas de montagem da Embraer e seus parceiros fiquem, como também a Boeing e seus parceiros queiram se instalar aqui?
Até pouco tempo os EUA perdiam linhas de montagem pro México e pra Ásia toda hora… o que foi feito??? Corte de impostos a ponto da Apple repatriar R$ 1 trilhão em investimentos.
País que tem CLT e 15000 sindicatos não merece (e não conseguirá) segurar uma Embraer….
Aqui jaz!
Eita assunto que não morre.
Não da pra vender somente a parte que monta jatos regionais porque as outras duas (defesa e executiva) dão prejuízo. O governo federal e a Embraer informaram que a margem positiva de 16% financia a margem negativa das outras duas linhas.
A Embraer não está segmentada. Não existem divisões como existe na Boing. Existem linhas de montagem distintas que utilizam e compartilham a mesma aviônica.
O governo federal prometeu colocar pedido firme de 28 unidades do KC390. Dilma assinou a promessa. O pedido firme nunca foi emitido. A Embraer não quer cópia de nota de empenho. Quer pedido e a grana do pedido.
O KC390 foi desenvolvido para atender projeto da FAB para a Amazônia. O avião decola e pousa até em aldeia de índio. Cadê o pedido do governo brasileiro?
O governo não vai usar goldenshare nenhuma porque isso é antipatico e nunca foi usado por nenhum governo. Nem pela Margarete da Inglaterra.
O Brasil precisa do amém dos americanos para Alcantara. O Brasil gasta 2 milhões de dólares por ano por piloto treinado na marinha americana para serem multiplicadores no Brasil. Mas…nos não temos porta aviões.
O Almirantado brasileiro decidiu que mesmo sem porta aviões vamos manter o treinamento de pilotos multiplicadores na marinha americana. Custa 2 milhões de dólares por ano por piloto.
A modernização dos M113 do EB foi contratada nos EUA.
O DAN publicou treinamentos conjuntos dos exércitos dos EUA, Brasil e Colômbia na Amazônia. Precisamos dos sistemas de vigilância dos EUA para a Amazônia incluindo satélites que não temos.
Alguém precisa tirar o jovem Jungmann desse negócio. Tratar de bilhões de dólares e para profissionais. Tem muita coisa em jogo.
Embraer na China. Se vender a Embraer pra Boing, os chineses vão tocar a operação que está parada? Os negócios na Ásia irão decolar?
Como fica o negócio da Embraer na Flórida (Sierra Nevada).
Como ficam os sócios portugueses? Serão sócios na Boing? Provavelmente não, mas e a grana para tirar os portugueses, quem paga?
Como vamos sustentar a linha militar e a linha executiva sem o faturamento da linha regional?
Temer não pode permitir a venda.
A FAB criou um monstro. A FAB e o ITA criaram uma galinha bem gorda. Mas…essa galinha não voa. Sei que nenhuma galinha voa. Mas a nossa só bota ovo porque comeu ração da FAB.
Aonde está o pedido dos 28 KC390. Esse assunto deve estar atravessado na garganta da Embraer.
Quem irá modernizar os jatos da Marinha Brasileira?
O governo brasileiro não tem dólares para enfiar na Embraer como o governo canadense faz com a Bombardier. Então…deixa a galinha quieta e vão criar outras.
Quem tem o número do telefone do Temer?
Geração de empregos nos EUA somente . Este país sempre foi uma piada sem tamanho .
Se fosse parceria a coisa na nova empresa seria dividida meio a meio, com a Boeing e a Embraer decidindo juntas os destinos da nova empresa, coisa que não sucede.
De todas formas para mim o tema já deu o que tinha que dar, já perdemos a Petrobras que era infinitamente mais valiosa e mais importante que a Embraer e que esta somente não esta em bancarrota pelos seus ativos, portanto o que é um peido para quem já esta borrado.