O estaleiro italiano Fincantieri lançou a oitava fragata FREMM para a Marinha italiana, a Antonio Marceglia (F-597), em seu estaleiro Riva Trigoso em Gênova em 3 de fevereiro.
O oitavo navio de uma série de 10, foi lançado durante uma cerimônia assistida pelo ministro da Defesa italiano, Roberta Pinotti, e em nome do Chefe da Defesa, general Claudio Graziano, o Chefe do Estado Maior da Marinha italiana, almirante Valter Girardelli.
A Madrinha da cerimônia foi Silvia Marceglia, sobrinha de Antonio Marceglia, detentor da Medalha de Ouro de Valor Militar. Após o lançamento, as atividades de montagem continuarão no estaleiro naval Integrado de Muggiano (La Spezia), com entrega prevista para 2019.
As fragatas FREMM estão sendo construídas pela Itália e pela França no âmbito de um programa de cooperação ítalo-francês sob a coordenação do OCCAR (Organisation Conjointe de Cooperation sur l’Armement, the international organization for cooperation on arms).
Orizzonte Sistemi Navali (51% Fincantieri, 49% Leonardo) atua como contratante principal para a Itália na iniciativa, enquanto Armaris (Naval Group + Thales) é o contratante principal para a França. A sexta fragata FREMM da Marinha francesa foi lançada em 1º de fevereiro.
De acordo com a Leonardo, as fragatas italianas estão equipados com o radar ativo multi-função KRONOS, radar secundário IFF SIR-M5-PA e RAN-30X/I de vigilância aérea e de superfície, radar de navegação LPI SPN-730 e radar SPN-720 para operações aéreas de aproximação, SASS (sistema silencioso Aquisição e Vigilância) sistema de rastreamento de infravermelho e, finalmente, equipado com dois multi-sensores (radares e electro-ópticos) direção de tiro NA-25X. A Leonardo também tem fornece os sistemas de comunicação internos, externos e táticos integradas para as fragatas FREMM.
A Leonardo também fornece dois canhões de 76/62 mm Super Rapid que usam a munição guiada DART para rastrear alvos, além do sonar anti-minas (Mina Avoidance Sonar), contramedidas acústicos contra ataques de torpedos (Decoy Iniciando Sistema) e o lançamento torpedo leve MU90 sistem.
A Marinha Italiana recebeu seis navios na classe até agora, enquanto as duas últimas fragatas, estão programadas para serem entregues após 2020.
TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: DAN
FONTE: NavalToday
Aprendo lendo os comentários do Ivan e do André. Muito bom.
Acho que antes de pensar no sub nuclear precisa dominar o enriquecimento do urânio. Antes de enriquecer precisa centrifugar. Ainda não dominamos isso.
A Marinha ainda não conseguiu montar o reator. Não dá para enriquecer em Angra. Pode ser que a operação em Ipero esteja indo bem. Não se sabe.
Concordo com o Ivan. A % do PIB investido em defesa pelos dois países e a mesma: em torno de 1,3%. Se comemos 75% em custeio é problema nosso.
Nossa Marinha declarou Mar Territorial de 300 milhas. Não temos como proteger nem patrulhar isso. Agora descobrimos a Cordilheira de Trindade que avança além do Espírito Santo quase 2 mil quilômetros mar adentro.
É muito mar para ser defendido. Nunca li nada sobre nossa decisão estratégica no Atlântico.
Leio que compramos porta avião que não navega, que nossas fragatas são dos anos 1970, que interrompemos a modernização dos jatos da Marinha, que o sub nuclear consumiu mais de 2 bilhões de dólares e ainda não apareceu, que as Tamandaré podem virar fragatas…tudo imediatista. Tudo tático.
A desculpa tem sido falta de grana. Comer 75% do orçamento com custeio e a mesma coisa que tentar levar um condomínio com 75% das despesas com terceiros e pessoal. Vai quebrar.
Quais são nossos planos para defender nosso Atlântico? Tipos de embarcações, quantas bases, quantidade.
Nesse exato momento quantos navios piratas estão roubando óleo do pré-sal? Roubam óleo da Petrobras no solo da baixada fluminenses. Embauco do nariz da estatal. E nas plataformas? Quantas operações clandestinas e piratas há em mar aberto sugando óleo das tubulações?
Quantos bilhões perdemos em pescado? A pesca não industrializada ou artesanal, aquela que abastece os mercados e ruas de peixe nas cidades litorâneas, recuou mais de 100 km mar adentro. Precisamos ir cada vez mais longe para pescar.
Com quais embarcações a Marinha irá proteger nossos pesqueiros 200 milhas mar adentro? 90 km mar adentro?
Notícias que vieram da Argentina dizem que o Ara San Juan detectou ou foi detectado por um sub nuclear britânico. Afundou por falta de manutenção. Mas encontrou um sub nuclear gigante do Reino Unido em missão anterior. Não se sabe se em águas internacionais ou em águas territoriais.
A Itália e rampa de lançamento da OTAN. A Itália tem compromissos de resultados com a OTAN. Não adianta dizer que gastou 20 ou 25 bilhões de dólares em defesa. Precisa mostrar resultado e resultado na Marinha de Guerra e quantidade.
Vamos por partes Ivan
Orçamento militar: no caso do Brasil, a maioria desse recurso não é para investimento e sim para custeio e ainda assim contingenciado. Portanto ter o mesmo nível de dinheiro que o europeu não se traduz em mesma disponibilidade de investimento. O país não destina nem 2% do pib (1 trilhão e meio de reais valores de 2017) para a área da defesa, e mesmo que tivesse mais recurso a maioria iria para o tal custeio do mesmo jeito.
A Itália é membro da OTAN: portanto para manter uma esquadra desse porte que você descreveu requer um planejamento dos membros da organização que visa proteger a Europa (ainda que tenha a participação de EUA e Canadá). Para um continente rico como a Europa não é de se admirar que tenham grandes investimentos em defesa.
A participação francesa: procure separar o PNM (Programa Nuclear da Marinha) do PROSUB. Em nenhum momento eu disse que os submarinos só estão saindo do papel por causa dos franceses, falei de parceria com os franceses! O programa está saindo do papel por ser estratégico para o Brasil e não por causa dos franceses. Isso porque o Brasil poderia simplesmente comprar esses submarinos de prateleira sem se preocupar com desenvolvimento de projeto e construção. A parte nuclear do projeto é de responsabilidade da Marinha e não da França, até porque esse tipo de tecnologia não se transfere para outras nações por ser estratégico.
O submarino nuclear: por fim concordamos em um aspecto (ou quase!): também sou um defensor de que o Brasil não precisa de UM submarino nuclear, mas sim de nove divididos em duas categorias: SSN e SSGN, sendo seis de ataque e quatro cruzador. A situação geográfica da Itália não é parâmetro de comparação com a realidade brasileira Ivan, isso porque os italianos são banhados pelo Mar Mediterrâneo que é uma porção de água diferente do Oceano Atlântico. Além disso, como já foi dito, esses países (Itália e Alemanha) tem a proteção da OTAN, o que faz toda diferença em se tratando de poderio militar internacional. O Brasil tem como principal orientação estratégica a negação do mar territorial (na verdade oceano) onde ter mais submarinos do que uma frota de superfície é primordial, já que a OTAN emprega sua frota em missões mais ofensivas o que justifica uma base naval para aviões de asa fixa (porta-avião), destruidor (para ataque mar-terra), navios de desembarque etc. É uma realidade completamente diferente do Brasil, onde o uso do SSGN que mencionei antes é mais um dissuasor definitivo do que uma plataforma de uso constante. Com isso não estou caindo em contradição.
Os submarinos nucleares operam em uma estratégica chamada posição de movimento e os submarinos diesel em uma posição estática. São camadas onde o raio de ação dos submarinos permitem a operação dessas unidades. Para quê ter 12 submarinos de limitação intermediária (entre o diesel e o nuclear) se a autonomia do nuclear já cobre um grande raio, desobrigando os diesel a patrulhas longas? Será que é barato mesmo? Se pelo menos três desses submarinos ficam na reserva ou manutenção temos aí oito submarinos operando simultaneamente e cada um deles com 50 tripulantes (considerando o nível de automação e profissionalismo dessa equipe) por exemplo. Tem que se levar em consideração também a questão logística desses submarinos AIPs em relação ao navio de apoio adequado para esse tipo de combustível. O submarino nuclear não precisa de paradas periódicas para essa finalidade. Ser caro de operar não significa necessariamente inviável, e ser barato não significa eficiência operacional.
Mas que essa fragata italiana é mais bonita que a versão francesa isso é! Bom enfim, é só isso! Valeu!
Desculpe! Corrigindo: seis de ataque e 3 cruzadores.
Entendo seu comentário, discordo e concordo de alguns pontos.
A Itália e Alemanha não são “protegidos pela OTAN”, são membros fundamentais da OTAN, são coisas diferentes.
O Brasil só está conseguindo desenvolver o Sub Nuclear por causa dos franceses…isso é inegável e não é motivo de vergonha, assim como não é vergonhoso invejar a marinha italiana.
Para o contribuinte brasileiro, tanto faz se o dinheiro é para custeio ou investimentos, queremos uma marinha para o século 21 e não 70 mil militares para operar navios dos anos 70. A questão é: As FA do Brasil mordem quase o mesmo tanto de dinheiro que as FA da Itália.
Mas também não sou hipocrisa, nosso país precisa de mais efetivo do que a Itália, temos fronteiras com diversos países e um litoral imenso, isso exige mais pessoas.
Eu sou da ideia de que ter sub nuclear ou com AIP, vai depender do que queremos, a Austrália decidiu ter SUB super moderno, mas com AIP, comfoco na defesa e controle do seu litoral, já um SUB nuclear vai além do simples controle do litoral.
Concordo com você no aspecto: para que 1 nuclear ou 2, 3 nucleares? Se gastaram algumas dezenas de bilhões durante 40 anos (desde o regime militar), então que façam vários de uma vez…os 12 conforme você disse.
Trocando de assunto: Andre,você viu que a Austrália vai gastar 48 BI de dólares nos 12 submarinos, preço elevado né? Você sabe o porquê?
A Itália “herdou” mais de 150 navios do pos guerra. Dois eram porta aviões em construção. Aço não faltou e não falta.
O acordo com os americanos e com a OTAN impõe aos italianos mais de 100 bases não italianas. Calcula- se que mais de 100 armas nucleares de vários tipos estejam escondidas na Itália.
O orçamento oficial (gasto com defesa) e 20 bilhões de dólares, mas que tem muito gasto por debaixo do tapete isso tem.
que Inveja !!!
Para um país como o Brasil que investe em submarino nuclear não há do que se invejar justamente de um dos principais alvos do submarino. Por que inveja se o BRASIL também é parceiro da França em construção naval militar de um navio ainda mais complexo, ajudando inclusive a consolidar o projeto do submarino francês no mercado de exportação? Acredito no potencial da classe tamandaré que pode ser o ponta pé inicial para se migrar para uma classe igual a essa fragata partindo de um projeto mais “simples” que são as corvetas, como a construção modular militar por exemplo (inédito no Brasil). A classe Amazonas não conta porque foi construído no Reino Unido e sem a participação de nossa Marinha.
Acho que o brasileiro nunca deixará essa ideia de que só os europeus são capazes de trabalhar com estruturas tecnicamente desafiadoras como esses navios, achando eternamente que são “coisas de primeiro mundo” – mesmo sabendo-se que os espanhóis estão penando com seu S80A.
Inveja porque o orçamento militar italiano é semelhante ao nosso, porém, estão construindo 10 FREMM, 7 corvetas, 4 submarinos U212A (além dos 4 existentes), estão construindo 1 porta-aviões (além de ter 2 em operação, terão caças F-35), estão construindo um grande navio de apoio logístico (Vulcano).
Além disso o país tem 2 destróier moderno…sem falar diversas fragatas, corvetas e submarinos mais antigos.
Andre, entendo o que você quer dizer, porém, como você mesmo disse, o submarino brasileiro só está saindo do papel por causa dos franceses…projeto estava estagnado durante décadas.
Quanto a submarino nuclear, eu sempre fui defensor da ideia de que o Brasil não precisa de um submarino nuclear, precisamos de 12 bons submarinos com tecnologia AIP. Itália e Alemanha decidiram não te-los e com isso possuem excelentes submarinos, muito mais baratos de se operar do que submarinos nucleares. Assim como a Itália e Alemanha, nosso país não precisa ir muito longe, nosso problema fica limitado a nosso litoral…no caso italiano nem se fala, estão restritos aos litoral do mediterrâneo, não precisam de forma alguma de um submarino nuclear, seria rasgar dinheiro.
Obs: os australianos tem um litoral imenso, o país é uma ilha, em vez de submarinos nucleares eles compraram 12 submarinos Barracuda com propulsão convencional.