Por Igor Gielow
Principal concorrente da Embraer, a canadense Bombardier teve uma importante vitória comercial em disputa com a Boeing nos Estados Unidos. O resultado deverá acelerar as negociações para a associação entre a fabricante brasileira e a americana.
A agência federal americana que regula regras de importação do país derrubou uma taxa de 292% que o governo Donald Trump havia imposto em dezembro sobre aviões da linha CSeries, modelo regional da Bombardier. O aparelho é o principal competidor da linha E2, da Embraer. Ambos são integrantes da nova geração de aeronaves dessa categoria.
A Boeing havia feito uma queixa após sua rival europeia, a Airbus, comprar o controle da linha CSeries da Bombardier em outubro. Alegava que um dos modelos da CSeries competia diretamente com versões novas do Boeing-737, mas que seria vendido a preços baixos por ser muito subsidiado.
O governo canadense chegou a ser sócio da linha de produção, algo inédito no mundo. A empresa aérea americana Delta havia encomendado 75 aviões do modelo nessas condições em 2016.
Trump, fiel ao protecionismo que advoga, comprou a briga e determinou a sobretaxa, que visa compensar os subsídios maciços. Agora, a agência chamada Comissão de Comércio Internacional dos EUA derrubou a medida de forma unânime, por quatro votos a zero. Foi uma derrota do conceito “América Primeiro” preconizado por Trump.
Em sua argumentação, a Bombardier disse que seu produto não é um competidor direto do avião da Boeing. Tentou provar seu ponto pedindo que a agência analisasse no mesmo caso os maiores modelos da nova linha de aeronaves regionais da Embraer, o que não ocorreu. Mas sua posição venceu ao fim.
A empresa canadense disse que a decisão foi “uma vitória da inovação”. A Boeing, por sua vez, se disse “desapontada”. Havia expectativa por sua vitória, já que a agência não é teoricamente imparcial, como a Organização Mundial do Comércio.
Com isso, as negociações para a associação da Embraer com a Boeing deverão ser aceleradas para fazer frente à previsível demanda pelos aviões da CSeries nos EUA.
Os interesses se cruzam nesse caso. A Boeing não tem um aparelho regional para ofertar e enfrentar a Airbus, e a Embraer não tem a estrutura de vendas da gigante europeia. Além disso, chineses, russos e japoneses estão entrando no setor, acirrando a competição.
A CSeries e a E2 são o futuro do nicho de aparelhos para de 70 e 130 passageiros, dominado hoje pela atual geração de jatos regionais da Embraer (46% das vendas mundiais). A Bombardier tem, por sua vez, 34%. As duas empresas têm longo histórico de contenciosos, com vantagem para a brasileira, em fóruns internacionais.
O governo brasileiro, que possui poder de veto nos negócios da Embraer como herança de seu processo de privatização, rejeita a venda do controle para os americanos.
Está sendo estudada uma associação, que tem arestas sendo trabalhadas sobre composição acionária e questões de soberania de programas militares.
A disputa entre Boeing e Bombardier evidencia como governos atuam nesse mercado e teve outras consequências. A premiê britânica, Theresa May, queixou-se a Trump que 4.000 empregos que a Bombardier mantém numa fábrica na Irlanda do Norte estavam ameaçados. Além disso, a disputa fez com que o governo canadense suspendesse a negociação para adquirir 18 unidades novas de caças F/A-18, fabricados pela Boeing.
FONTE: Folha de SP
FOTO: Bombardier/Ilustrativa
Um detalhe chama a atenção. O referido órgão administrativo norte-americano indeferiu o questionamento feito pela Boeing com base um argumento lateral, no caso a questionável ideia de que o CS-100 não seria um rival do 737 MAX7. Não foi aqui enfrentado o mérito, os subsídios ilegais que a Bombardier recebeu do governo canadense e da província de Quebec, embora este salte aos olhos tanto que a EMBRAER está questionando os mesmos na OMC.
Pelo visto o lobby (atividade legal e regulamentada nos EUA) da Bombardier/Airbus foi mais eficiente. E ignorar que a EMBRAER precisa aliar-se à Boeing para enfrentar Airbus/Bombardier é querer condenar a fabricante de SJ dos Campos.
Falando em bondes…no site da Bombardier só tem isso. O que valia a pena ser comprado a Airbus levou. A Irlanda está com medo de perder 4 mil empregos, ok, reclamem com a Airbus.
O único setor que ainda emprega e a indústria. Governos e primeiro setor (agro negócio) segue demitindo.
A indústria também demite, mas são demissões causadas pela concorrência, pela eficiência e pela obsolescência.
A Bombardier fábrica trancas. Ainda existe porque o governo canadense banca e banca com bilhões de dólares. O Brasil esperneia, Trump reclama, a OMC avisa e o subsídio canadense só aumenta.
Se o governo brasileiro tivesse a grana e a cara de pau dos canadenses quem estaria comprando seria a Embraer.
Se vai vender, se vai dividir, se vai alugar, vivemos em um país com população economicamente ativa de 50%. Está nas estatísticas do IBGE. Na outra metade que trabalha, o desemprego está chegando a 20%. É muito. É uma tragedia. Como arrumar emprego para 20 milhões de pessoas?
O governo deveria retirar todos os projetos das Armas e colocar em execução imediata. Estaleiros, portos, aeroportos, bases, veículos. Tudo que significa produção industrial deveria sair das gavetas e virar emprego. Emite moeda e paga.
Se o Brasil perder um emprego com essa história da Embraer que não está à venda e que está quietinha no seu canto…sinal que não soubemos levar o negócio. Sinal que perdemos.
O mundo vive mergulhado em F&A. Toda semana tem empresa comprando outra, fundindo negócios, fechando fábricas e demitindo. A Coca-cola diversificou (chás, águas, sucos, refrescos, refrigerantes, energéticos) para fugir da Inbev. Não falta grana para comprar. Se o mercado de cervejas não tivesse caído nos últimos anos o braço brasileiro da Inbev já teria feito uma proposta para levar a Coca-cola nos EUA. Trump iria espernear e dar chiliques assim como Obama quando a Ambev comprou a Budweiser.
Comprar e vender e da vida. Faz parte. O governo brasileiro deve zelar pelos empregos. Não vai conseguir resistir a investidas externas porque não fabricamos dólar. Nossa moeda é fraca.
Vamos voar nos Gripen daqui a 6 anos. Que mundo existirá em 2025? Quanto vai custar um caça de 4a geração em 2025?
A Boing deve estar esfregando na cara da Embraer a bobagem que o governo brasileiro fez demorando 20 anos para escolher um avião, pagando 150 milhões de dólares pelo desenvolvimento de uma coisa que não existe.
O Gripen está sendo desenvolvido. Não está pronto. Quem está pagando a conta do desenvolvimento e do aperfeiçoamento e o Brasil. Estão sendo criados fornecedores. Tudo e recente. Tudo e novo.
O F18 estava pronto. Esta pronto. Era sentar e pilotar. A engenharia reversa da Embraer faria o resto.
Agora tem essa encrenca. O processo de compra está sendo investigado pela JF, Lula já é réu, o Gripen irá custar 3 vezes o que vale, a Boing botou o macaco na cadeira, a Embraer ficou muda e os suecos estão surtados.
Se não vender vamos perder o contrato do A29 da Sierra Nevada nos EUA.
Eu faria o que os japoneses fizeram. Pega os 6 bilhões e abre uma Embraer nos EUA. A Toyota fez isso. A Honda fez. A Nissan também. Os coreanos tem produtos exclusivos para o mercado norte americano.
Deixa a Embraer do Brasil quieta. Abre a Embraer USA como tem a GM do Brasil. Aliás…quem inventou o câmbio automático foi um brasileiro que vendeu a patente para a GM.
A gente aprende a produzir caça de 6a geracao e ensina a fabricar avião regional.
Tudo tramado pra pressionar a Embraer.
Segundo sua teoria a Boeing, via governo americano entrou nesse contencioso com objetivo de perder e com isso pressionar a Embraer nessa negociação?
Isso é brincadeira né?
Quer dizer então, que a Embraer é o bonde expiatório para ajudar a Boeing neste imbróglio entre o Canadá e os EUA?!?! Eles que se entendam pra lá.
Burrice é achar que a aquisição do projeto C-Series da Bombardier, seja justificativa para deixar a Boeing ditar os rumos de toda a Embraer.
É Sandro, alguns pouco sabem de geopolítica, acham que as coisas acontecem por acaso!
Até parece que alguma potencia quer ver o Brasil com capacidade de projetar e desenvolver aviões de caça. Viram o salto que a Embraer deu ao participar da construção do A1 com a Itália, pois é, Boeing jamais gostaria de ver mais um player crescendo e a ameaçando comer um pedaço de seu mercado. Viram o novo E195-E2, um avião no estado da arte, com ótima eficiência e o maior já construído pela Embraer, acham mesmo que a Embraer já não tem capacidade ou logo terá de produzir jatos comerciais de grande porte?! Pois é, futuro é futuro, as cadeiras se movimentam e a questão não é que ela irá fazer, mas sim ter a capacidade se assim for interessante de fazer, mais um concorrente de peso, então o que a Boeing sabiamente faz, acaba com a concorrência comprando a empresa e ainda garante maior participação no mercado concorrendo agora no mercado de aviões regionais e ainda tira do Brasil sua capacidade de inovar e deter sobe sua soberania toda essa capacidade tecnológica que também e principalmente abarca áreas militares!