Por Luiz Padilha
O Defesa Aérea & Naval (DAN), esteve presente na fase final da Escola de Fogo de Instrução de Artilharia Antiaérea (EsFI), da 1ª Brigada de Artilharia Antiaérea (1ª Bda AAAe) do Exército Brasileiro (EB), ocorrida em 16/08 no Campo de Instrução de Formosa (CIF) em Formosa (GO).
Nesta oportunidade o DAN pôde acompanhar e ver de perto o nível atual da defesa antiaérea executada pelo EB, com destaque para o Sistema Míssil de Baixa Altura Telecomandado (Sis Msl Bx Altu Tcmdo) RBS 70 que com os mísseis MK2, obteve 100% de eficiência durante o evento.
O RBS 70 da Saab
O sistema RBS 70 foi projetado pela Bofors na década de 70, como um sistema de curto alcance, sendo à época classificado como Man Portable Air Defence Systems (MAMPADS), ou Short Range Air Defense (SHORAD). O sistema é guiado a laser com uso em qualquer condição climática contra alvos voando a baixa altura. De fácil uso, o sistema requer no máximo 3 homens para opera-lo. Pesando apenas 87 kg (míssil incluso), ele é facilmente transportado, conferindo ao sistema excelente mobilidade, sendo atualmente utilizado por 20 países, incluindo o Brasil.
O míssil atualmente utilizado nos sistemas do EB é o MK2, com uma ogiva de 1,1 kg, composta por 3.000 esferas de tungstênio e carga oca, possuindo um alcance de até 7 quilômetros, e 5 mil metros de altura e velocidade máxima de Mach 2.
As ameaças aéreas podem surgir a qualquer momento no mundo atual. Em que pese o Brasil ser um país que não possui nenhum inimigo em potencial, nossas defesas precisam estar sempre em estado de prontidão, missão que o EB mantém através de constantes exercícios.
O RBS70 no Exército Brasileiro
O Sis Msl Bx Altu Tcmdo RBS 70 do EB foi ordenado em 2013 junto à Saab, e após seu recebimento, o referido Material de Emprego Militar (MEM) passou a equipar todos os grupos de artilharia antiaérea (GAAAe), orgânicos da 1ª Bda AAAe, bem como a Escola de Artilharia de Costa e Antiaérea (EsACosAAe).
Manter o sistema sempre pronto para uso, necessita que inspeções e manutenções periódicas sejam executadas, que neste caso são feitas pelo Batalhão de Manutenção e Suprimento de Artilharia Antiaérea (Btl Mnt Sup AAAe), localizado na cidade de Osasco (SP).
O RBS 70 além de ser empregado como Unidade de Tiro (U Tir) autônoma, também pode operar com base nas informações recebidas do Centro de Operações Antiaéreas Eletrônico (COAAe Elt), onde o radar SABER M60 controla o espaço aéreo. Tais sistemas foram desenvolvidos no Brasil pelo Centro Tecnológico do Exército (CTEx) e pela BRADAR, uma empresa do grupo Embraer Defesa e Segurança. O COAAe Elt ao detectar uma aeronave inimiga, envia a informação para os atiradores posicionados na U Tir do RBS 70, que engajam o alvo e disparam o míssil para sua destruição.
Antes da realização do tiro, os Postos de Tiro RBS 70 dos GAAAe orgânicos da 1ª Bda AAAe foram devidamente calibrados pelos técnicos em manutenção do Btl Mnt Sup AAAe, nas instalações do Centro de Instrução de Artilharia de Mísseis de Foguetes (CI Art Msl Fgt).
Em coordenação com o 3º GAAAe de Caxias do Sul (RS), responsável pelo lançamentos dos alvos aéreos (drones), cada GAAAe escalado para atirar com o sistema RBS 70, demonstrou que se preparou muito bem para a fase final da EsFI.
Após o lançamento o alvo aéreo realizava 2 passagens há uma distância aproximada de 2 km e, voando entre 300 e 400 pés de altitude. O alvo aéreo do sistema RBS 70 era o drone Falco 170, que decolava de duas pistas existentes no CIF.
O disparo do míssil era executado após a coordenação com o COAAe Elt, que detectava e informava a localização do alvo à guarnição da U Tir RBS 70. O atirador localizava o alvo e por meio do aparelho de pontaria, acompanhava o alvo até obter o melhor momento para o disparo.
O disparo revelou-se muito rápido e o operador acompanhava a trajetória do alvo, assim guiando míssil até o mesmo. O “kill” (destruição) pode ser por impacto direto ou por proximidade, onde as 3.000 esferas de tungstênio atingem o alvo, inutilizando-o ou destruindo-o.
Imediatamente o alvo em chamas, cai em direção ao solo, coroando com mais um acerto do sistema RBS 70 da Saab na EsFI 2017.
A Saab, lançou em 2003, o sistema RBS 70 NG (New Generation) com um novo míssil BOLIDE de 4ª geração com um novo aparelho de pontaria com dispositivo de visão noturna de alta resolução integrado, interface homem-máquina digital, e função “acompanhamento automático” do alvo, que auxilia o atirador durante o engajamento do alvo, aumentando a probabilidade de sucesso, além de permitir o registro em vídeo de todo o procedimento para avaliação pós ação (APA).
Com o míssil BOLIDE de 4ª geração, o sistema passa a ter um alcance de até 9 quilômetros com um teto de emprego de até 5 mil metros de altura.
ao meu ver ocorre isso para não ficar “refém ” de apenas um sistema de defesa ou refém de uma nação que produza o sistema de defesa. por exemplo o igla em caso de um suposto desentendimento a Rússia eles não iriam fornecer mais o equipamento ou pecas de reposição e o. Brasil teria que procurar um sistema substituto as presas.
É um ótimo sistema, mas tenho uma duvida. Porque o EB opera dois sistemas para o mesmo propósito, no caso o igla e rbs70 sendo que se optasse por operar um ia ser melhor na manutenção, nos custos e etc? Talvez por eles usarem sistemas de orientação diferentes?
Obrigado pelo aviso, Jr.
Lucas Schmitt, os 9KM de alcance é referente a versão RBS 70 NG com misseis Bolide, a versão do EB é a com míssil MK2 cujo alcance é de 7KM
Bacana esses 9km de alcance, não sabia disso, imaginava que eram 5 ou 6.
Excelente. Como ocorre o remuniciamento para novo disparo?
Qual a cadência de tiro?
É rápida.