Por Guilherme Amado
BRASÍLIA — Anunciados com pompa no fim do segundo governo Lula como uma grande arma de combate ao crime organizado, os veículos aéreos não tripulados (vants) da Polícia Federal não decolam desde fevereiro de 2016. Empoeirados, os dois aviões estão parcialmente desmontados em São Miguel do Iguaçu (PR), dentro de um hangar. Do lado de fora, a pista de pouso está coberta por mato. No ar, ficou a promessa de o Brasil comprar até 14 vants, construir quatro bases aéreas fixas e duas móveis e treinar 90 policiais para operar o sistema, com o objetivo de permitir à PF colher o mais valioso ativo no combate ao crime: a informação de inteligência.
Embora o namoro do Brasil com os aviões espiões tenha começado em 2007, na gestão de Tarso Genro (PT), foi só em 2011 que as operações com os dois aviões comprados pelo Brasil da empresa israelense IAI começaram para valer. Os dois custaram, juntos, US$ 27,9 milhões. Durante anos, tanto o Ministério da Justiça quanto a PF — já naquela época dirigida pelo atual diretor, Leandro Daiello Coimbra — diziam se tratar de uma das mais modernas ferramentas contra o crime transnacional em suas diferentes vertentes.
O vant serviria à atividade policial no Brasil por conseguir trazer informações muito qualificadas sem ser percebido e sem colocar em risco a vida de agentes. Além de não ter tripulação, os vants são dotados de câmeras capazes de, sob praticamente qualquer condição de luz, tirar fotos e filmar.
O governo planejou e aprovou no Congresso leis com previsões orçamentárias para que fosse criada uma megaestrutura capaz de atender as necessidades de combate ao crime de diversos estados, incluindo patrulhamento marítimo (veja o infográfico). O serviço funcionaria por 24 horas e todos os dias da semana, com transmissões de imagens e dados em tempo real. O uso planejado nunca foi operacional, como apreender um caminhão lotado de cigarros contrabandeados. O objetivo seria, por exemplo, identificar a rota de um desses caminhões, bem como os integrantes da organização criminosa.
Embora não admitam publicamente, integrantes da gestão de José Eduardo Cardozo no Ministério da Justiça e da atual direção da PF afirmam que o esvaziamento do projeto dos vants ocorreu porque não houve o retorno esperado no combate ao crime. Também nos bastidores, temendo represálias se falarem em público, defensores dos vants dizem que a cobrança é injusta.
— O projeto nunca foi executado como foi planejado. Gastaram milhões e logo pararam. O projeto está abandonado — afirma um policial, pedindo anonimato.
O projeto sempre foi caro — se fosse executado em sua plenitude, a PF calcula que seriam R$ 500 milhões anuais. De 2009 até hoje, foram desembolsados cerca de R$ 145 milhões. Mas a própria polícia admite que a razão por trás da interrupção do projeto não é orçamentária. Há dinheiro previsto em lei para os vants. A execução orçamentária, entretanto, evidencia o abandono. Em 2016, foram empenhados R$ 28 milhões para o projeto e apenas R$ 3,4 milhões (12%) foram liquidados. Os percentuais nos anos anteriores quase sempre apontaram uma execução baixa.
PF: PROJETO INTERROMPIDO PARA SER REPENSADO
Procurada na semana passada, a PF afirmou que o projeto foi interrompido para ser repensado e para que se adequasse “aos novos avanços tecnológicos em sistemas de imagem, comunicação em tempo real e georreferenciamento”. O principal passo nessa direção ocorreu em agosto do ano passado, quando a direção da polícia criou uma comissão para estudar o que fazer com o projeto.
Um relatório parcial da comissão, feito em fevereiro deste ano e a que o GLOBO teve acesso, propõe uma série de medidas imediatas para que os vants possam voltar a decolar. Num primeiro momento, será necessário refazer, entre outros, contratos de manutenção e da banda satelital, responsável por fazer o envio das imagens captadas pelo avião para a base em terra. Também serão necessários investimentos para modernizar a câmera do vant e para treinar mais pilotos.
O posicionamento atual da PF contrasta com o de apenas cinco meses atrás, quando, perguntada pelo jornal “Correio Braziliense”, a PF informou que os vants seriam usados para o monitoramento da Amazônia. A corporação não explicou, na ocasião, que, para isso, teria que comprar um radar meteorológico, equipamento caro e de a PF não dispõe. Sem o equipamento, seria grande a chance de perder o avião. Perguntada na semana passada, a polícia não respondeu se pretende levar adiante a ideia sobre a Amazônia.
A polícia também silenciou sobre outros pontos polêmicos desde que o projeto dos vants começou a sair do papel. Desde agosto de 2016, sem a renovação do contrato, os vants estão sem manutenção. Seguem desmontados parcialmente e os eletrônicos, câmeras eletro-óticas e demais componentes, estão encaixotados. A PF diz que esta é a recomendação técnica pela falta de uso.
FONTE: O Globo
Esses VANTs foram adquiridos para vigiarem a fronteira naquela região, rota já comprovada do tráfico de drogas, armas e muito contrabando… E se a FAB assumisse não apenas a operação dos VANTs, mas também o controle da base em que estão, haja visto que aquele local fica muito próximo da fronteira, e pode cobrir facilmente toda a região sul do país com a operação dos VANTs (mais tarde outras bases semelhantes poderiam ser planejadas e implantadas – inclusive pela MB). É questão de bom senso, a FAB atua de forma diferente, mas sempre que há uma operação Ágata, desloca o VANT que e aeronaves para aquela região (A1 e A29), ficando sediada em Cascavel por exemplo, com base sediada pode criar uma certa independência e utilizar do fator surpresa em suas ações.
Bem, fica como sugestão mesmo, no final, sei que há muitas variantes a serem consideradas. O que mais importa de imediato é impedir que esses VANTs sejam “jogados fora”.
Alguém pode confirmar se os vant’s da FAB estão operacionais ou também parados?
Os da FAB estão operacionais.
Tá na hora da Marinha negociar eles com a PF, caso estes desistam ou não tenham recursos para mante-los, serve como uma luva para o patrulhamento naval a longa distância de forma discreta, outra coisa, como a MB no momento está sem um Nae, poderia negociar com a FAB a transferência das bases de Santos e Floripa que junto com São Pedro D’Aldeia daria um bom suporte para as aeronaves da Marinha e para esses VANT, caso venham para a MB.
Um engodo, estes equipamentos são demais importantes para a operação da polícia federal. Agora alguwm acha que um presidente vai dizer compra alguns vants/arp e põe na PF. duvido que não haja planejamento considerando no mínimo a necessidade de um termo de referências onde descreve o que é para o que é como deve ser operado. Uma lástima, pois qualquer força como a PF deveria dispor de tecnologias deste tipo. Quer inteligência? tem que gastar! Quer Defesa? tem que gastar! o problema é que vivemos num país onde o caviar de alguem vale mais que a vida de outrém, onde o judiciário gasta mais que as forças armadas e um parlamentar ganha mais que 200 professores. Oremos!
Em vez de começarem pequeno , com ARPS CAT I e CAT II, mais táticos, teriam um custo bom menor e criado mentalidade dentro da PF no uso do equipamento. Tinha carteza que isso iria acontecer. Brigas de ego internas e dimensionamento errado dos custos de manutenção e posse.
Espera ai, explica aqui para o leigo. Israel e EUA, com serios problemas de seguranca mundo afora, udam amplamente esses equipamentos mas eles nao servem para o Brasil, nem para ajudarem no combate ao crime em nossas cidades ou, por exemplo, na fronteira com o Paraguai??? Hummm…ou a propina nao rolou, ou tem interesses de terceiros, ou descobriram algo que era pra ficar encoberto ou estao prejudicando intetesses de bandidos e politicos.
Incrível…. Nosso país é uma fonte inesgotável de más notícias. As causas de tanta insensatez, tanta atitude deplorável, tanta incompetência num primeiro momento podem parecer obviamente ligados à corrupção enraizada…, mas estou começando a achar que isso merece um estudo rigoroso e aprofundado. É demais para um país só ! Aqui o raio só cai no mesmo lugar ! Meu Deus, acho que nem em mais 500 anos anos esse nosso país tem jeito…Qualquer universitário de primeiro ano aprende os pontos básicos de requisitos para se elaborar um projeto seja ele de qualquer natureza e a nossa policia federal formada por servidores concursados, que em tese estudaram pra k7 e agora saem com um papo desse ? Não foi feito uma analise critica, estudo de viabilidade entre outros quando elaborado o projeto ? tsc tsc tsc…. sem comentários ! Charles de Gaulle estava certíssimo…
Acredito que na época da implantação do projeto, os dirigentes da PF se esqueceram de conversar com a FAB, sabe “briguinha entre instituições”, e quiseram brincar de vant achando que era o mesmo que soltar pipa, deu no que deu, me lembro da briga das duas na época a respeito dos vants. Se a PF fosse ficasse na dela, pediria auxilia a FAB pra tocar esse projeto conjunto, e talvez hoje estaria operacional. Agora é encaixotar tudo e repassar pra quem sabe pra não ter mais prejuízo, e pra quando a situação melhorar, começar do zero novamente, isso com mais de 10 anos de atraso.
Esses VANTs são demais à PF, sempre fui crítico dessa operação, felizmente o tempo mostrou a verdade. Enquanto a FAB operava VANTs a quem do esperado (o Hermes 450), a PF dava o passo maior do que a perna. Sempre defendi que os VANTs então operado pelas por estas forças públicas fosse trocados entre elas. Talvez seja esta oportunidade de se colocar as coisas em seus devidos lugares.
Com a FAB de mãos dadas com a AEL/Elbit, talvez caiba à MB se encarregar de operar estes VANTs. Conforme colocado pelo Padilha, a MB tinha testado o mesmo modelo e tem interesse na operação destes VANTs na patrulha marítima. Com a FAB querendo repassar essa função à MB, talvez tenhamos então esta oportunidade de consolidar este fato. É o que eu penso.
Até mais
Tem algo a ver com o Sisfron, inutilizou a pf para essa função?
Se este equipamento ainda estiver em condições de uso poderia ser absorvido, como foi mencionado, por outra força que queira (e saiba) usá-lo.
Mas, de qualquer forma, deve-se apurar a (i)responsabilidade por mais este desperdício, apontar culpados e o erário público deverá ser ressarcido. Até mesmo as despesas para o retorno à operação do equipamento por outra força deveria ser da organização que a adquiriu (e não usou).
É o dinheiro suado (e muito) do contribuinte que está sendo mal usado. Não pode passar em branco.
Meus dois centavos!
Enquanto isso, a população do Rio vive uma “Síria Branda”!
Impressionante, um equipamento desse parado.
Essa é a síntese da incompetência. É o subdesenvolvimento em marcha!
Agente somos inúteis…
Quem tinha algum bom senso na época já havia cantado a pedra, essas aeronaves foram compras apenas pra ajudar a aumentar a caderneta de poupança da turma do nove dedos. O melhor agora seria repassar toda a estrutura pra FAB, essa como sempre foi bem mais pé no chão e fez o dever de casa. Seus vant estão voando e sendo operacionais. Ela começou com vants de menor capacidade pra aprender e criar doutrina e agora está apta a operar aeronaves de maior capacidade. Podem falar mal o quanto quiserem, mas o brigadeiro Saito na minha opinião foi um dos melhores é mais competentes comandantes que a FAB já teve. Vida longa ao Damião tupiniquim!
A MB avaliou esses VANTs ou ARPs em São Pedro. Quem sabe ela não os absorva. Vamos aguardar os próximos capítulos.
Lamentável !!!
Bem
Brasil
Algo totalmente normal