No dia 10 de julho, durante a travessia entre Las Palmas (Espanha) e Fortaleza (CE), após participar das Comemorações Alusivas ao Centenário da 1ª Guerra Mundial, em Brest (França), a Fragata Constituição (F 42) completou 3.000 dias de mar.
Terceira unidade da Marinha a receber este nome, a Constituição, construída nos estaleiros ingleses da Vosper Thornycroft, teve sua quilha batida em 1° de março de 1974, seu lançamento ao mar em 15 de abril de 1976 e no dia 31 de março de 1978 foi incorporada à Marinha do Brasil. Em 6 de abril de 1978, suspendeu do cais do Ocean Terminal, em Southampton (Reino Unido), para o seu primeiro dia de mar com o pavilhão nacional arvorado, tendo percorrido em seu primeiro termo de viagem 2.244,2 milhas náuticas, em oito dias de mar.
Em 10 de janeiro de 1979, iniciou a travessia de Southampton para o Rio de Janeiro, trazendo consigo 136 militares e um “urso” (presente recebido em sua despedida) que representa até os dias de hoje o espírito aguerrido do navio e que, diariamente, é provado e renovado por sua tripulação.
Ao longo desses 39 anos de existência, a Fragata realizou inúmeras comissões com navios da Esquadra, Forças Distritais e Marinhas amigas, sempre demonstrando elevado nível de adestramento e aprestamento de seu pessoal, com destaque para a Busca e Salvamento do Voo AF-447, “Líbano-III” e “Líbano-VI” em que foi o capitânia da Força-Tarefa Marítima da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (FTM-UNIFIL), “Unitas Gold” e “Fraterno/Bogatun-Exponaval 2016”.
“Ao elo que nos une, ao Urso.”
Tranquilo, Adriano. Abraço.
Me desculpe pela redundância Flanker, quando eu escrevi o seu comentário ainda não tinha sido postado. Abraço.
Quanto aos A-4, foram adquiridos 23 ao Kuait, sendo 20 monoposto e 3 biposto. Dos 20 monoposto, 5 são utilizados como fonte de peças.
Já que estamos falando em números, a MB adquiriu, em 1998, 23 A-4. Desses, 18 vieram em condições de voo, com os 5 restantes previstos para serem usados como fonte de peças. Quando da decisão pela modernização, o número de células a serem modernizadas foi fechado em 12 unidades (9 mono e todas as 3 bipostos recebidas). Até agora foram entregues 2 monopostos, do qual 1 foi perdido em acidente que também envolveu o outro modernizado (que ficou avariado e conseguiu retornar para a BAeNSPA). Há previsão da entrega de mais um mono e o primeiro biposto modernizados até o final desse ano. Não sei se a célula que foi perdida será reposta (pegando uma das que não seriam modernizadas e enviando para a Embraer para passar pela modernização) ou se ficaremos com 11 modernizadas apenas. Das restantes, uma serve de monumento na BAeNSPA (N-1003) e outra serve (servia), a N-1010, para treinamento das equipes de convoo do A-12.
Dalton,
Claro, não acho que foi chato não. Eu que passei direto pelo número sim. E vc tem razão. Qualquer comparação desse tipo, para ser séria, é complexa. Tem que levar em conta diversas questões, tamanho de território, política, fuzileiros, etc… Só quis chamar atenção para a grande diferença.
E, para ficar claro (não que vc tenha falado isso), não acho que o orçamento da Marinha tenha que diminuir, mas sim aumentar até. Minha briga é sempre com em que os gastos são feitos. Adoraria ver nossa Marinha com mais escoltas e elas navegando Brasil e mundo afora.
Sim Gabriel, a Marinha tem perto de duas dezenas de A-4 em versões diferentes e diferentes estados de manutenção. Mas o número oficial são 22 ou 24, se não me engano.
FJJ “duas dezenas de A-4”?
FJJ…
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não quis ser chato e implicar com números 🙂 é que seu comentário fez muita referencia ao “grande” número de navios da
Royal Navy ao mesmo tempo que conta com um número enxuto de pessoas…ao contrário da marinha brasileira, mas, comparar
marinhas é sempre algo complicado…o Brasil tem uma força muito maior de “fuzileiros navais” que a os britânicos, até por
conta do maior tamanho territorial, litoral e rios, enquanto os britânicos ao fazerem parte de uma aliança militar como a OTAN
podem dimensionar suas forças de forma diferente e como citei no meu comentário, falta “gente” lá !
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Quanto aos 3 “patrulhas oceânicos” eles não pertencem à Esquadra e sim às Forças Distritais, portanto o número de unidades
hoje na Esquadra é de 24 e não 29, incluindo o pequeno veleiro de instrução o “Cisne Branco”.
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Quanto à pergunta do Adriano, um navio navegando sofre muito mais desgaste…os oceanos são meios hostis mesmo para eles
água salgada, ondas violentas, sol inclemente, e quanto mais navega um navio mais irá necessitar de manutenção de rotina até eventualmente precisar de manutenções mais complexas e modernizações.
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abraços
Oi Dalton, aparentemente cheguei no número de 29 do Brasil da mesma maneira que você viu os 77 que escrevi da Royal Navy… com pressa e sem prestar atenção!
🙂
Veja lá no meu comentário que estava comentando dentro dos parênteses que são por volta de 30 “ships of the line” e submarinos, sem contar os patrulhas e não falando dos 77. Bom cheguei perto no Brasil, 27, porque na minha cabeça incluí aqueles 3 patrulhas oceânicos na conta e eles, oficialmente, não pertencem a Esquadra, não é isso?
Obrigado pela explanação FJJ. Comenta-se de um ModFrag II para 4 unidades da classe Niterói. Esse up-grade incluiria a substituição do sistema propulsor CODOG por CODAD. Como os cascos estão em boas condições, se fosse instalado um novo sistema de defesa antiaérea como, por exemplo, o novo Pantsir ME e melhores radares e sensores, seria possível operá-las por mais uns 20 anos?
@Adriano,
Em teoria, para o casco, a questão é estar na água ou não. Não sei te afirmar com certeza se a navegação aumentaria o desgaste ou não. Mas temos n exemplos de navios de mais de 100 anos navegando – sejam nas Marinhas mundo afora e para demonstração ou escola, ou veleiros particulares. Nossas forças armadas, aliás, por necessidade, são um primor na questão manutenção – seja o EB, Marinha ou FA. Poderiam ensinar muitas organizações pelo Brasil e mundo. Mas no quesito navios de guerra, acredito que além do desgate natural externo, com o passar do tempo vai ficando complexo manter o navio atualizado em termos tecnológicos – armamentos, radares, sensores, etc… – chega um ponto que vc não consegue mais fazer gambiarra (que todos fazem, não é privilégio nosso de jeito nenhum) se for para manter um navio de linha. Chega uma hora que não vale a pena. Nossos Patrulhas de rios, por exemplo, são bem antigos (e nunca foram muito adequados para suas funções, convenhamos) mas permanecem sendo bem usados. Eles não correm o risco de terem que engajar navios de outra Marinha em combate, então a defasagem é menos importante (isso até um PCC da vida fazer sua ala marítima, infelizmente).
Mas… veja o exemplo dos próprios americanos, que mantém uns cascos da classe OHP desativados, mas razoavelmente manutenidos. Seu destino tende a ser a venda ou concessão, mas no último mês surgiu a notícia de que poderiam reativar até meia dúzia delas e não é a primeira vez que isso acontece. As Niterói são lindas e, os mais conhecidos que me corrijam, acredito que ainda possam navegar por um bom tempo e funcionar em missões como as da ONU, humanitárias, proteção e patrulha da costa, exercícios, etc… o problema é se for para conversarmos de combate em cenário de guerra com uma Marinha de razoável para cima (cenário infimamente improvável, claro e felizmente).
FJJ…
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você parece ter incluído na sua lista de 77 unidades da Royal Navy, meios que aqui na marinha brasileira são considerados
“forças distritais”, como caça minas, por exemplo… não consegui chegar a esse resultado mesmo incluindo os navios designados para a RFA, “sem contar qq tipo de patrulha” como você escreveu.
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Também não cheguei ao total de 29 unidades da Esquadra brasileira…pelas minhas contas, são 24 unidades:
– 11 escoltas;
– 5 submarinos;
– 1 Navio Escola;
– 1 Navio Tanque;
– 1 NDM;
– 3 NDCC,
– 1 Navio de Socorro Submarino;
– 1 Veleiro de instrução.
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Fiquei de fato curioso como chegou a esses números…quanto à pessoal é notória a falta de pessoal na Royal Navy que necessita
que pessoal qualificado da US Navy e também da US Coast Guard ajude à preencher os claros.
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A US Navy finalmente chegou à um acordo que navios de superfície não excederão 7 meses de missão 210 dias, dos quais uns 180 de mar, fora meses de treinamento antes, já navios da Royal Navy continuam cumprindo missões de 8 meses até porque existem poucos deles e isso tem resultado em mais tempo de manutenção depois.
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sds
Uma dúvida que alguém pode me esclarecer: o desgaste de um navio é maior enquanto atracado ou quando navegando? Pergunta é pertinente a partir do seguinte raciocínio: Se a vida útil de um navio militar é estimada em 25 anos (não se levando em conta a defasagem tecnológica dos sistemas durante esse período), no caso da Constituição, se navegou 3.000 dias, e supondo que essa média seja a metade do que navegam navios de outras marinhas, então sua vida útil seria 50 anos, faz sentido?
Flanker,
Os navios da Marinha que mais navegam, ano após ano, são os Patrulhas e NAsH’s da Amazônia. Isso até 2014, é claro, porque desde então todos os navios diminuíram drasticamente seus dias de mar (mas eu apostaria que os da Amazônia continuam a liderar esse ranking).
Quanto a 90 dias para um “navio de linha” ser muito ou pouco é impossível comentar sem levar em conta que tipo de Marinha e de país se está falando? Um país pequeno? Um grande litoral? Uma Ilha? Uma Marinha “expedicionária” com presença regional ou mundial, com múltiplas ações, tais como os Chineses (mais no primeiro grupo) e os Americanos, Ingleses, Franceses, entre outros, no segundo. Posso te garantir que os navios da Marinha Inglesa e Americana certamente mantém uma média bem superior a essa, assim como boa parte das Marinhas dos países de renda alta. Nos de Renda média teríamos que pensar caso a caso. Mas pergunte a qq oficial da nossa Marinha se ele acha que nossas Fragatas poderiam navegar mais e fazer mais exercícios e missões e veja a resposta…. nunca ouvi um que não se entusiasme com a idéia.
Acho que nossos navios além de velhinhos – antes que me critiquem, velhinhos mas excepcionalmente bem manutenidos pelos nossos praças, liderados por seus oficiais, sem dúvida nenhuma – navegam muito pouco. Como disse anteriormente, se dependesse de nossos oficiais e praças não tenho dúvida que nossos navios fariam o dobro de dias de mar ou mais.
Mas aí teríamos que entrar na discussão de orçamento e prioridades… curiosamente, o orçamento do Brasil e dos EUA na área de defesa, por exemplo, são quase que exatamente o contrário um do outro em termos de % gasto com pessoal e custeio/investimento. A Marinha Inglesa, com seus 77 navios e 174 aeronaves (em torno de 30 “ships of the line” e submarinos, sem contar qq tipo de patrulha) e uma base permanente no Oriente Médio, conta com pouco mais de 30.000 membros. No Brasil – com seus 29 navios na esquadra (incluindo todos os submarinos e fragatas em seus estados atuais) e mais ou menos 70 “navios” entre Patrulhões, Patrulinhas, Hidrográficos, Avisos, Varredores e Rebocadores, mais umas duas dezenas de caças A-4 e uns 60 helicópteros, conta com aprox. 60 mil membros ativos.
Nossos navios tem mais de 34 anos em média. Do orçamento da Defesa em torno de 75% é gasto com pessoal ativo e inativo. Aí não tem como não termos notícias como a que circulou recentemente de que mais da metade dos meios da Marinha estavam parados. Sei que bato muito na mesma tecla, mas é só para desopilar mesmo. Frustração não só com a situação passada e atual, mas futura tb. Enquanto as Forças Armadas gastarem 8/10 do seu parco orçamento com salários, benefícios e aposentadorias, a situação não muda. Ela melhora, dá uns passos pra lá, pra cá, mas mudar de verdade não.
Flanker…
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para mim parece normal…não e muito, mas, também não dá para dizer que é pouco. Uma vez me disseram…um oficial da marinha brasileira, que uma boa média por ano para um navio da marinha seria cerca de 90 dias ou 3 meses de mar por ano..
não necessariamente consecutivos, uma média apenas, pois houve anos que a “Constituição” não navegou durante um ano inteiro ou navegou bem pouco e mesmo nas longas missões ao Líbano há paradas pelo caminho e quando no Líbano o navio passa parte do tempo atracado também porém embora em missão, não conta os dias atracados lá e durante a viagem.
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Me parece uma boa média, não apenas para à “Constituição” e sim para os navios da grande maioria das marinhas do mundo !
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abs
Senhores boa tarde alguma informaçao sobre os testes de mar da F-41 Defensora?
Sem quere tirar o valor desse navio para a MB, muito pelo contrário! Mas ela foi incorporada há 39 anos e 3 meses, e 3000 dias correspondem a 8 anos e 3 meses. Portanto, nesse perîodo todo ela “não navegou” por 31 anos, ou seja, em 79,5% da vida dessa fragata ela não navegou. Claro, tem inspeções, PMG’s, ModFrag, etc… mas acho muito pouco. Mas, como não sou especialista em navios, peço para quem for, nos dar mais informações sobre isso.