Por Lara Seligman
Em uma vitória para a Boeing, a Marinha dos EUA optou por financiar a empresa na atualização de seu caça F/A-18 Super Hornet para o padrão ‘Block III’, e planeja começar no ano fiscal de 2019.
Em um plano detalhado apresentado no pedido de orçamento mais recente da Marinha, foi revelado que se planeja investir US$ 264,9 milhões até o ano fiscal de 2022, na modernização da frota de Super Hornet, para o padrão Block III. Os caças F/A-18 E/F sofrerão uma série de modificações projetadas para manter a frota relevante e eficaz contra ameaças avançadas no século 21.
A notícia é um benefício para o braço de defesa da Boeing, que no ano passado estava enfrentando potencial desligamento de suas linhas de combate até 2020. Mas a recente aprovação de vendas internacionais para o Kuwait e para o Qatar, bem como sugestões do presidente Donald Trump que uma grande nova ordem de Super Hornets para a Marinha pode estar no horizonte, aliviou um pouco essa pressão. No início deste ano, Leanne Caret, presidente e CEO da Boeing Defense, Space and Security (BDS), parecia muito mais otimista sobre os negócios com o caça da empresa.
“O negócio com os caças continua a ser o núcleo do nosso business”, disse Caret em uma longa entrevista com aos editores Aviation Week na sede da BDS.
Uma nova grande ordem de Super Hornets não se concretizou, pois o orçamento fiscal 2018 está atrelado ao plano do governo anterior para a aquisição da aviação. Mas a decisão da Marinha para avançar com a atualização do Bloco III, é um sinal claro de que a linha Super Hornet da Boeing tem um futuro além da década de 2020.
Tão impactante é que o pedido de orçamento da Marinha não inclui nenhum financiamento para o Next Generation Fighter, o follow-on planejado para o F/A-18 E/F, no orçamento fiscal de 2018 através do plano de defesa de cinco anos. Em testemunho escrito submetido ao Congresso, altos funcionários do serviço disseram que o Dominance Next Generation Air (NGAD) iniciado em janeiro 2016 iria abordar a aposentadoria dos Super Hornets e EA-18G no final dos anos 2020 e início dos anos 2030. No entanto, enquanto o NGAD começou como um programa conjunto, agora está financiado exclusivamente pela Força Aérea. Uma porta-voz da Força Aérea disse que o trabalho em curso com o NGAD, não contempla um caça naval.
Enquanto isso, a Boeing afirma que o Super Hornet vai operar nos porta aviões através da década de 2040, juntamente com os Lockheed Martin F-35C. Dan Gillian, gerente do programa Boeing F / A-18 e EA-18, prevê um Super Hornet Block III trabalhando em conjunto com o furtivo F-35C, e com o Growler e com os E-2D para dominar os céus.
As atualizações detalhadas nos documentos do orçamento fiscal da Marinha para 2018 incluem, “arquitetura avançada de rede” e “cockpit avançado”, que Boeing diz que serão projetados para tirar proveito da arquitetura de sensores sofisticados do futuro caça naval. A versão Block III terá um grande display com uma interface melhorada, um computador mais potente chamado de Distributed Targeting Processor Network (DTPN), e maior capacidade para passar informações através do Tactical Targeting Network Technology (TTNT), disse Gillian à Aviation Week, em fevereiro. Esta arquitetura de computação avançada assegura o Super Hornet, Growler e E-2D poder falar uns com os outros e passar dados de ameaças críticas na mesma rede em combate.
Além disso, o orçamento fiscal 2018 também financia os Conformal Fuel Tanks (CFT), que segundo Gillian, vai aumentar o alcance de 100 à 120 nm. Fundamentalmente, os CFTs são projetados para substituir os tanques de combustível extras usados pelos Super Hornets atualmente sob a asa, reduzindo peso e arrasto e possibilitando utilizar uma carga adicional.
Finalmente, o orçamento suporta “melhorias de assinatura avançadas”, que presumivelmente têm a ver com capacidades furtivas na nova aeronave. Isto poderia ser conseguido com revestimento de baixa visibilidade melhorada, mas Gillian salienta que a atualização do Block III não é focada em discrição. O Block III tem “uma abordagem equilibrada para a sobrevivência, incluindo a guerra eletrônica e auto-proteção”, diz ele.
Enquanto isso, o contínuo desenvolvimento e integração de um sensor infravermelho de longo alcance (IRST), iniciado no ano fiscal de 2017, permitirá que a aeronave Block III possa detectar e rastrear ameaças avançadas à distância.
Combinadas, estas alterações permitem que uma Super Hornet Block III opere em conjunção com o furtivo F-35, fornecendo a cobertura aérea em maior profundidade, diz Gillian.
“Você pode ter um F-35 em sua maneira muito furtiva fazendo uma missão de ataque profundo com Super Hornet proporcionando superioridade aérea nesse mesmo intervalo, ou você pode ter Super Hornet transportando grandes armas que o F-35 não pode levar, com o F- 35 fornecendo cobertura aérea”, diz Gillian. “Você passa a ter uma missão mais flexível, pois alcance é muito importante.”
TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: DAN
FONTE: Aviation Week
Pena que a atualização das turbinas F414, que já está disponível, aparentemente não está incluída neste pacote.
Esta atualização seria de suma importância para o projeto Gripen a longo prazo pela utilização do mesmo propulsor nas duas aeronaves…
Um aumento na capacidade expressiva…
Espero que mais adiante a US Navy volte a tentar colocar a nova versão do propulsor, cujo desenvolvimento já foi finalizado, em produção e que a substituição do propulsor da frota seja incluído na nova configuração do Super Hornet…
Aviãozinho esquisito. O Su-35 dá pau fácil nesse daí.
Não acho o F/A 18 um caça ruim ,só acho que em termos de tecnologia furtiva ele deixa a desejar dos seus concorrentes,mas emfim boa noticia para a Boeing,que não tem conseguido emplacar muitas vendas do F/A 18 Super Hornet. Espero que esse novo pacote de atualização melhore sua capacidade furtiva e de emissão de RCS nos radares pois em relação a esse ponto ele é o pior entre os caças atuais(Isto é não posso afirmar a respeito do SU-35,pois desconheço esse ponto nele).