Por Roberto Godoy
O Exército brasileiro está modernizando uma série inicial de dez de seus blindados nacionais EE-9 Cascavel, armados com canhão 90mm, com mais de 30 anos de uso. O programa é considerado um sucesso técnico e, a médio prazo, pode render bom dinheiro: 22 países utilizam o carro sobre rodas, exportado pela extinta Engesa, ao longo dos anos 1970 e 1980, para clientes do Oriente Médio, Ásia, África e América Latina.
Uma pesquisa preliminar da área de comércio exterior do governo indicou que há interesse pelo serviço. O Cascavel é referência da indústria nacional de sistemas militares. Veterano de 12 guerras, foi um dos três equipamentos condecorados por Saddam Hussein, em maio de 1988, pelo desempenho no conflito do Iraque com o Irã.
O projeto é uma parceria do Centro Tecnológico do Exército, do Arsenal de Guerra de São Paulo e da empresa privada Equitron, de São Carlos. Foram fabricadas em São José dos Campos pouco menos de 1,8 mil unidades na época, ao preço médio de US$ 500 mil cada. Os veículos novos da mesma classe são cotados a partir de US$ 4 milhões.
A modernização custará à Força Terrestre R$ 2,5 milhões a peça e deve estender a vida útil do equipamento até 2030. O investimento total será de R$ 25 milhões. O primeiro EE-9U foi apresentado em Brasília, há um mês. O prazo de entrega do lote é de um ano.
Revitalizações
Não é a única iniciativa do Comando do Exército nessa linha. Rápidos e ágeis, blindados leves e médios, sobre rodas ou esteiras, são adequados para uso em mais de 85% do território nacional. No Parque Regional de Manutenção de Curitiba estão sendo modernizados 386 do americano M-113, para transporte de tropas. Foram entregues 150. O custo unitário é de R$ 700 mil. O fornecimento segue até 2020. Pelo Arsenal, em Barueri (SP), estão passando 20 EE-11 Urutu, o transportador da Engesa. Dez serão convertidos em ambulâncias, pelo valor de R$ 21 milhões.
Recém-saído das telas da engenharia especializada, o Guarani, desenvolvido pelas agências tecnológicas do Exército e pela Iveco-Fiat, está em produção em Sete Lagoas (MG). É prioridade da Força, que já usa 203 carros. A requisição é de 2.044 couraçados – um pedido de R$ 6 bilhões. A crise determinou um alongamento. A previsão de fundos para 2016 é de cerca de R$ 146 milhões.
A frota operacional do Cascavel é estimada em 400 blindados de 11 toneladas, em variado estado de manutenção. Desde 2001, 230 foram revitalizados – ou seja, passaram por uma manutenção aprofundada, mas sem atualizações significativas. O trabalho prossegue. É feito no Arsenal de Guerra, em Barueri.
Os usuários internacionais do Cascavel devem manter em atividade ou em condições de recuperação pouco mais de 400 unidades. Um dos maiores grupos, com mais de 100 veículos, é o da Força Tarefa Combinada da Colômbia. Embora tenham recebido há cinco anos novos motores e central eletrônica de tiro, estão programados para serem desativados em 2018, “a menos que possam ser atualizados e mantidos em ação”, segundo nota do Ministério da Defesa, na justificativa da proposta orçamentária de 2017.
Moderno
O preço de exportação da modernização do Cascavel ainda será definido. O valor vai variar conforme a condição do carro e as especificações da mudança, explica um dos especialistas militares envolvidos no processo. O engenheiro José Guilherme Sabe, diretor da Equitron – braço empresarial do programa, dedicado à robotização avançada – considera “um enorme desafio” a tarefa de manter ativo um blindado de combate “cujo projeto original tem quase meio século”. A Equitron é enxuta, com apenas 80 funcionários.
O conjunto transformado contempla novo motor de MTU (Mercedes-Benz) de gerenciamento eletrônico, transmissão automática, freios a disco, cabine com ar-condicionado, controle de tração 6×6 e maior capacidade de estocagem da munição do canhão 90mm. No viés destinado à batalha, foram adotados acessórios digitais óticos: câmeras e visores diurno-noturno e um designador laser de tiro. A torre foi reposicionada. A tripulação continua a ser de três militares – comandante, artilheiro e condutor.
FONTE: Estadão
O governo Collor, acabou com a Engesa. E o maldito do FHC queria destruir era tudo.
Gostaria de saber porque nao voltar a construir o tank osorio que na epoca era o melhor do mundo..
Por que a Engesa faliu e hoje ele não seria tão bom.
Brasileiro é viciado em empresas públicas… O atraso sempre vence!
Pra mim, o Cascavel já passou da hora de aposentar. Podem até modernizar os que estão operando me outros países. Já ta na hora de serem substituídos pelo Guarani, afinal, ele foi feito pra isso.
O danado do cascavel contínua bonito, mesmo depois de tanto tempo… agora com essa nova torre, então. … muito bom se conseguirem uma forma de mantê-lo em ação… vida longa ao cascavel !…..
Flanker só dei um exemplo, mas cito sim:
Petrobras por exemplo. E se falar em corrupção, antes disto, lembre o caso da Embraer.
Na minha área
Farmanguinhos e sua indústria farmacêutica,
Imbem apesar das dificuldades gerenciais, mas ai tem os milicos.
ENGEPROM,
E assimmpor diante, várias. E acho que o EB, a FAB e a Marinha deveriam ter uma pra fazer fundo de caixa. Produzem muita tecnologia.
O EB faz o que pode com o orçamento disponível. Tudo foi planejado dentro dessa visão orçamentária. Há também de se prever uma nova ideia de expansão de meios que poderão futuramente ser modernizados, estudados e fabricados dentro de uma nova concepção estratégica. O EB está certo em obter meios de se reequipar(mesmo contra os empecilhos).
Obrigado, amigo Mateus.
Leonardo, mesmo assim não concordo……o Estado que pegue esse dinheiro que colocaria em empresas assim e o invista em compras de produtos de defesa fabricados por empresas privadas……o Estado, enquanto administrador, é perda de dinheiro, tempo e credibilidade. Tirando segurança, saúde e educação, me cite 1 só serviço ou ramo empresarial ou algo que seja feito por alguma estatal, e que não tenha similar, ou melhor, na iniciativa privada. Estado inchado, envolvido em vários ramos da atividade econômica é sinônimo de anacronismo e ineficiência.
Na área elétrica e de transmissão de energia as melhores empresas( a despeito da propaganda) são estatais.
Marujo, A Compra de mais M-60 para o EB e quantos seria, o EB não se pronunciou se á esa intenção ou não, más acredito que no máximo será uma modernização desses meios, sobre o Gepard tem espaço para mais deles aqui sim, basta saber se o EB quer mais, eu acredito que ficará só nos 34 mesmo, sobre o Centauro, esse não tem espaço no EB aja vista que o EB está planejando a versão 8×8 do Guarani que quando for adotado não haverá necessidade de outro equipamento da mesma categoria, Sobre a Modernização do Cascavel é uma ideia muito boa, só não pode ficar em somente 10 unidades, pelo menos 50 já seria muito bom. Marujo espero ter ajudado!
Flanker existem várias modelos de personalidades jurídicas onde o estado pode participar. Neste caso poderia ser uma empresa pública de capital misto (Investidores/Universidade/Estado) com personalidade jurídica de direito privado como qualquer empresa estabelecida no Brasil e ainda com um estatuto que preze tais afirmações como enxuta, célere e voltada a defesa nacional. Simples assim!
A informação mais importante acima, foi revelar que o cascavel é “um veterano de 12 guerras”… Isso não é para qualquer blindado!
Falando em blindados, ocorre algumas questões que coloco para os foristas mais bem informados do que eu: Está sendo cogitada a compra de mais M-60 ? Seriam quantas unidades? Há espaço no EB para mais mais Gepard e veículos como o Centauro, com parte das unidades produzidas já estocadas?
O projeto é VIÁVEL por ser barato e oportuno porque com este governo “PMDB legítimo” querer algo sério é desconhecer o momento de trevas que vive o país…
Revitalizar um antigo produto nosso com uma empresa enxuta como a Equitron para até ganhar algum com eventual exportação do serviço para os antigos clientes da Engesa é INCLUSIVE contra ao perfil político deste governo vendedor de ativos nacionais e consumidor do bom e barato estrangeiro que nós não temos a capacidade de fazer…
TOMA é isso aí que queriam e obtiveram…
Cristiano Cabral, acho que o valor de 2,5 milhões por unidade parece ser um pouco salgado, mas talvez diminua com a escala , se envolver a totalidade das unidades do EB. Não sei o valor de um Guarani novo, mas é mais que isso com certeza, e a versão de reconhecimento desse será muito mais que isso…..e até a prontificação operacional dessa versão de reconhecimento ainda vão alguns anos, e o EB precisa, para ontem, de uma viatura de reconhecimento mais atualizada que o Cascavel original.
Quanto aos lançadores de mísseis, como você colocou, e outras melhorias, podem ser ainda adicionadas ao projeto, pois ainda está em fase de finalização da versão definitiva.
Quanto à blindagem, não esqueça que viaturas de reconhecimento tem na mobilidade e agilidade sua principal característica……o colega Reginaldo Bacchi já escreveu aqui no DAN sobre a inadequação de blindagens pesadas nesse tipo de veículo……portanto, aumentar a blindagem resulta em aumento de peso, o que degrada o desempenho. Quando se desenvolver a versão de reconhecimento da família Guarani essa será, em relação ao Cascavel, maior e mais potente (maior potência motriz), permitindo uma maior quantidade de blindagem.
No meu modesto entendimento, para mim essa modernização é para demonstrar tecnologias; ou seja um “laboratório” de técnicas e conhecimentos aplicados em um veículo antigo e que após serem melhoradas serão integradas a uma plataforma nova e mais moderna ( ou seja os futuros Órions , Guarani 8×8 ou mesmo 6×6 e os futuros 4×4. Que se deus assim permitir aprenderemos com os erros do passado e adotaremos os Guará,s 4ws ou Gladiador I e II).
Sendo assim , acho interessantíssimo essa modernização, pois além de trazer novos conhecimentos e integração de armas ; nos gera uma nova empresa nessa área, pois infelizmente venderam a importantíssima Ares ( única no país e de tal importância que poderia desenvolver uma torre para veículos blindados ou MBT; coisa que nunca existiu por essas bandas), deixando uma lacuna nessa área.
Espero que após a consolidação da Equitron, os dementados não a vendam como fizeram com a Ares, caso isso aconteça sugiro que parem de gastar nossos parcos recursos e P&D de equipamentos de defesa e deixe essa função para as empresa de defesa residentes no Brasil, pois infelizmente as Brasileiras mesmo são muito poucas e em risco crescente de extinção.
Bom dia senhores, Concordo com algumas ponderações do Grupo, mas em uma breve análise, acredito que a repotencialização do Cascavel assim como uma do Urutu é totalmente inviável para o contesto dos conflitos atuais, sendo melhor empregado o investimento na linha de produção do já homologado Guarani,
Ademais a modernização proposta pela Equitron, é inadequada, o tubo para integração de misseis é totalmente fora de contesto, comparado aos sistemas existentes e integrados em outras forças militares de outros país, a blindagem que é o principal enclave nos conflitos atuais, não sofreu nenhuma modificação ou introdução de sistemas de proteção ativas, mantendo o veículo ainda vulnerável.
Defendo plenamente o incentivo a Industria Nacional de Defesa, desde que, os projetos propostos tragam ideias inovadoras e soluções viáveis e não gatilhos para adquirir contratos.
Por esse fato, tenho plena convicção que o valor a ser investido nesse projeto é inviável e inoportuno, devendo ser canalizados esses recursos na linha de produção do Guarani.
Eu achei uma modernização interessante. Nesse aspecto a melhoria dos sensores é um grande avanço, especialmente a visão noturna e o designador laser, mas senti falta de mais detalhes sobre isso. Todo mundo está falando nas armas, mas temos de lembrar que a função principal dele é reconhecimento. Sempre achei que um veículo desses poderia ser uma plataforma para pequenos drones de reconhecimento.
Me parece um lote piloto. Além do comentado na matéria e analisado nos comentários supre uma necessidade até que o projeto do Guarani 8 x 8 105mm seja uma realidade, visto o limite dos gastos públicos. Interessante e oportuna a iniciativa.
Flanker, na mosca !!!
Tomara que essas modernizações se transforme em um primeiro passo para o surgimento de um Cascavel moderno e mais adequado as realidades do século XXI !
Também acho pouco apenas um lançador de míssil, poderia ser quadruplo (dois em cada lado) ou um triplo (em um lado).
Muito bem o EB tá no caminho certo, no tempo de vacas magras tem que modernizar o máximo que dá, pois os recursos são poucos e escassos.
Pois é , Foxtrot, se o Brasil fosse um país sério já seriamos uma grande potência .Mas o país continua sendo o que chamo de ” GRANDÃO BOBO ” grande em tamanho mas débil mental em suas atitudes.
Parabéns pelo comentário Foxtrot…
Proteger e incentivar nossa indústria de defesa nacional eu apoio……mas o governo adquirir uma indústria de defesa? Estatizar? De maneira nenhuma…..Nada estatal funciona corretamente no Brasil! Se transformaria em mais um cabide de empregos deficitário…..Um exemplo no campo de indústria bélica estatal que não funciona: Imbel. A Embraer, quando privatizada, só não estava falida por ser estatal, pois esse a mantinha, mesmo sendo absurdamente deficitária. Foi privatizada e passou a se uma das maiores do mundo. Por favor, não falem em estatizar nada nesse país. O Estado, em todas sua esferas, deve cuidar de somente 3 fatores fundamentais sob sua responsabilidade: educação, saúde e segurança. O resto deve ser privado. Foxtrot, o dinheiro que você sugeriu em injetar numa suposta estatização da Mectron, seria melhor aplicado se fosse usado para comprar seus produtos para as FFAA! Se isso fosse feito, evitaria sua venda e a manteria nacional, mas sem envolvimento do estado em sua gestão…..Estado gerindo empresas é sinônimo de desperdício e corrupção……
Foxtrot assino onde?
Perfeito seu comentário Foxtrot ….parabéns mesmo
Belo trabalho, mas aconselho a refinar mais essa modernização; modificando o envolucro dos sensores termais e designador laser, refinando os tubos lançadores de mísseis MSS 1.2, quem sabe com a inclusão de um lançador quadruplo e mais aerodinâmico desses mísseis.
Agora fica a dúvida, que mísseis serão usados nesses lançadores, pois infelizmente desmantelaram criminalmente a Mectron ( fabricante desse e de outros mísseis nacionais ).
A mesma caminhava para o desenvolvimento de dentre outros sistemas de uma versão mais ” eficiente” do MSS 1.2 ( com giroscópios nacionais , dentre outros refinamentos), Míssil MANPAD,s nacional, Míssil Ar Superfície nacional (M.A.S 5.1), que seria baseado no MSS 1.2, mas com as mesmas características do Hell Fire-1.
Isso para não citar outros armamentos de suma importância para o país.
Em qualquer país sério, os órgãos responsáveis aconselharia ao governo adquirir a Mectron, injetar dinheiro e posteriormente transferir parte minoritária das ações para empresários locais.
Mas aqui as coias nunca são levadas a sério!