Setor tem orçamento robusto, mas problemas nas metas e com pagamento de benefícios
Por Roberto Godoy
Em 2017, os EUA gastarão cerca de US$ 583 bilhões no orçamento da Defesa, cerca de 40% do total das despesas militares feitas pelo restante do mundo. A previsão contabiliza as despesas do ano. Ficam de fora os programas de desenvolvimento. O país mantém na tropa pronta 1,492 milhão de homens e mulheres, reforçados por mais um milhão de reservistas de primeira linha. Tem mais aviões, drones, navios, porta-aviões, tanques, blindados, canhões e mísseis de todos os tipos que a soma dos arsenais das outras quatro maiores potencias – China, Reino Unido, França e Rússia.
O estoque nuclear de quase 7 mil ogivas e bombas pode promover destruição em escala planetária. Não obstante a musculatura exuberante, o setor atravessa uma crise grave. O governo de Barack Obama é fustigado pela oposição por reduzir os investimentos no setor. Ainda assim, o tema foi tocado apenas superficialmente durante a campanha eleitoral. Donald Trump e Hillary Clinton limitaram-se a tratar o assunto por meio de conceitos universais, prometendo “apoio às Forças Armadas” e “resgate do poder da América”.
Há grandes problemas no horizonte, no entanto. Dinheiro, é um deles. Na abertura da próxima legislatura, a pauta do Congresso terá de incluir no debate a manutenção e, talvez, a expansão, do pacote de benefícios sociais oferecido aos militares. O serviço nos EUA é voluntário. O Pentágono disputa mão de obra com a iniciativa privada e para garantir o recrutamento oferece de bolsas de estudos, extensivas às famílias, e pensões vitalícias. Há também um vasto leque de benefícios.
Detalhes
A guerra ao terror receberá dotações de US$ 7,5 bilhões e o reforço de posições na Europa, outros US$ 3,4 bilhões, para “fazer frente às agressões da Rússia”, segundo o secretário da Defesa, Ashton Carter. O Pentágono está destinando US$ 1,8 bilhão para a compra de 45 mil bombas guiadas e mísseis de ataque leve. A encomenda destina-se à reposição no curto prazo das reservas comprometidas por 18 meses de campanha aérea contra os movimentos terroristas – a prioridade é o Estado Islâmico.
Na área de campo, as pendências começam no envelhecimento da frota de aviões de combate e chegam à modernização da família de bombas nucleares B-61, de emprego tático. Embora definidas como de médio porte, são até 17 vezes mais potentes que a arma lançada sobre Hiroshima, há 71 anos, em agosto de 1945.
Apenas a manutenção da capacidade atômica – mísseis intercontinentais, submarinos estratégicos e sistemas diversos – custará US$ 25 bilhões. Nessa soma não estão novos recursos em fase de aquisição.
Na Força Aérea, a opção foi a de suspender a produção do sofisticado F-22 Raptor, o caça ‘invisível’ mais avançado dos Estados Unidos. A alternativa é a modernização tecnológica dos grandes F-15 Eagle.
Plataforma
As campanhas de Hillary Clinton e Donald Trump apresentam propostas, no geral, pouco claras sobre a área de Defesa. O republicano é o mais direto em relação a ações como o aumento do contingente ativo do Exército e a criação de novos batalhões na Marinha, mas não explica em detalhes como pretende efetivamente aprovar tais medidas. Em seus discursos, Trump chegou a afirmar que países aliados contribuiriam financeiramente com os EUA para terem direito à mútua defesa assegurada. A democrata tem bases ainda mais vagas, afirmando em seu programa de governo que trabalhará para “investir em inovação e capacitação” que permitam aos EUA “se prepararem para combater as ameaças do século 21”. Ela também dá ênfase à proteção social dos veteranos e das famílias dos militares mortos ou desaparecidos em combate.
FONTE: O Estado de São Paulo
Sei que não ocorrerá, mas levando em consideração a dificil vitória de Trump nas eleições esses gastos tenderiam ao declínio. A visão de uma maior participação dos países da OTAN nos gastos militares com o bloco ocasionariam uma redução brusca dos gastos dos EUA com defesa, sem contar com países que hoje possuem recursos avultosos para pagar pela “segurança terceirizada”, como é o caso da AS, entre outros países, com certeza garantiria mais recursos para projetos estratégicos (que tiveram redução como foi o caso dos DDGs e JSF) e reduziria a dívida interna estadunidense (que beira os 170% do PIB deles).
Bancar dando proteção social as famílias de militares veteranos, mortos, desaparecidos e principalmente militares que se tornaram deficientes físicos e mentais oriundos de guerras sem qualquer necessidade, inclusive porque nem foram ganhas, será um altíssimo preço a se pagar pelo novo governo Yank, até porque as suas dividas são impagáveis.
No futuro creio ser impossível manter uma máquina de guerra destas proporções e tecnologicamente defasadas.
Os EUA devem criar e manter armas convencionais e nucleres no espaço.
Em terra enxugar o máximo com o uso de drones e robôs pilotados por qualquer cidadão com um tablet.
F35 com bombas B61-12 modernizadas são um problema sério para uma estratégia de defesa .
Pelo pouco que sei de historia, um dos motivos da União Soviética ter entrado em colapso foi o gasto absurdo no setor de defesa ignorando problemas estruturais socioeconômicos que se acentuavam com o tempo em seu território. Os EUA tem ainda sérios problemas do mesmo tipo se acentuando desde a crise de 2008 e pode acabar tendo um destino semelhante. As propostas de Trump também parecem surreais, o que o faz pensar que os países aliados vão aceitar bancar os custos de manutenção da maquina de guerra americana? Isso poderia acabar empurrando países vizinhos da Russia a procurar uma aliança com este pra garantir a segurança nacional.