Em evento realizado em 29 de maio de 2016 em homenagem ao Dia do Exército na capital argentina Buenos Aires, foi demonstrado pela primeira vez ao público um protótipo da nova versão do tanque atualizado TAM 2IP (também é usada a designação TAM 2C IP), equipado com uma melhor proteção.
Em junho de 2015, o Ministério da Defesa da Argentina, depois de um longo atraso e idas e vindas, concluiu com Israel, um acordo sobre a modernização de 74 carros de combate TAM (Tanque Argentino Mediano) para o exército argentino. O acordo orçado em US$111mi abrange o fornecimento pela empresa israelense Elbit Systems como o contratante principal por kits de retrofit em 74 carros TAM argentino (hoje o exército argentino tem 218 deles), e transferência de tecnologia para a criação de uma joint venture com a Elbit Systems.
Pelo acordo, a Elbit Systems, em conjunto com empresas israelenses como as Indústrias Militares de Israel (IMI) e Tadiran em Israel promoveu uma modernização em um carro já existente na versão TAM 2IP, que após a conclusão do trabalho foi embarcado para a Argentina. No curso dos acontecimentos em Maio 29 representantes do exército argentino foram informados sobre o início de testes em escala real do protótipo. A partir da versão anterior da modernização TAM 2C (realizado sob os auspícios das mesmas empresas capitaneadas pela Elbit Systems no acordo anterior de 2010) o TAM 2IP agora conta com uma configuração diferente, com módulos israelenses e múltiplas camadas de blindagem adicionais, de produção da IMI, sobre o chassis e a torre, fazendo do TAM 2IP uma versão menor do tanque Merkava.
O peso dessa proteção adicional não foi divulgado, mas é relatado que testes extensivos devem esclarecer o impacto do aumento do peso no chassis. Os outros elementos da modernização deve ser semelhante às soluções previamente empregadas no 2C, que envolveram equipar o TAM com sistemas de mira redundantes da Elbit Systems, bem como dispositivos de imageamento térmico, sistema de gerenciamento de informações, novo sistema de comunicação, sensores de aviso de irradiação com laser, a introdução do novo sistema de computador de controle de fogo da Honeywell, a substituição dos atuadores hidráulicos da torre por sistemas elétricos, substituição das ferramentas, do estabilizador da arma principal, do sistema de proteção contra incêndios, bem como instalação de uma nova unidade auxiliar de potência. O sistema de controle de fogo permitirá o disparo de armas israelenses como mísseis guiados IMI Lahat com sistema de orientação a laser semi-ativa (embora a sua contratação não seja planejada pela Argentina). A arma também ficará apta a disparar as munições modernas AP israelenses 105mm.
As obras para a modernização em série na Argentina serão implementadas no âmbito do acordo pelas bases técnicas dos Batallón de Arsenales 601 y 602 e da Agrupación de Arsenales 601 do exército argentino em Boulogne-sur-Mer (província de Buenos Aires), criados no local onde ficava situada a antiga fábrica TAMSE, onde o TAM foi fabricado originalmente.
O programa de modernização argentino dos tanques TAM tem uma longa história, que pode ser resumida principalmente a projetos e conversas, sem chegar à realização devido à falta de fundos. Após cerca de duas décadas de sua concepção, em dezembro de 2010, o Ministério da Defesa da Argentina assinou, finalmente, o primeiro acordo inter-governamental com Israel em relação ao envolvimento da Elbit Systems para o desenvolvimento e implementação do projeto de modernização dos tanques TAM. Sob os termos do acordo, a Elbit deveria modernizar por conta própria cinco TAM como protótipos para testes. Trabalhos posteriores foram realizados na Argentina pelo corpo dos Batallón de Arsenales 601 y 602, que em conjunto com a Elbit deveriam fazer a modernização das cinco unidades, e, em seguida, deveriam começar a modernização de série na Argentina em um primeiro lote de 108 máquinas. Ao todo, foi planejada a atualização futura de todos os 230 TAM disponíveis.
O primeiro carro modernizado pela Elbit em Israel resultou no 2C, oficialmente entregue ao exército argentino em 26 de abril de 2013. Todavia, o trabalho foi suspenso pelo lado argentino por razões financeiras, e em agosto de 2013, o Governo da Argentina, em geral, decidiu não atribuir fundos para esse programa, congelando-o por um período indefinido, voltando a ele apenas em 2015, com uma versão modificada da modernização e limitando os planos para apenas 74.
A principal razão para a hesitação sobre a modernização resta no seu extremamente elevado custo – de US$2,5-3 milhões por unidade (tendo em conta tanto o material israelense como o custo do trabalho em Boulogne-sur-Mer), comparável ao custo de uma possível aquisição no mercado mundial de carros muito mais poderosos e eficazes. Além disso, foi relatado que durante o exame do parque foram encontrados “problemas com a qualidade da armadura de aço e sua resistência à fadiga de materiais, entre outros problemas”.
O TAM foi desenvolvido por ordem do governo argentino na década de 1970, com o grupo alemão Thyssen Henschel usando como base o chassis do VCI Marder alemão. A produção do carro foi realizada na Argentina em uma empresa estatal especialmente criada, a TAMSE (Tanque Argentino Mediano Sociedad del Estado) entre 1979-1995, com 256 unidades de produção, dos quais 218 máquinas estão atualmente em serviço com o Exército Argentino.
TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: Junker
FONTE: bmpd
Basicamente é um Marder que foi acrescentado um L-7… não tem “DNA” israelense, e sim alemão. o reforço na blindagem da torre e a melhora dos optrônicos serão uma boa opção apara manter a cavalaria da Argentina atualizada, embora certamente serão subutilizadas já que o país não pretende adquirir o Lahat nem as munições auto propulsadas israelenses… na minha opinião faltou uma estação RC 7,62.
O texto também não menciona se as outras versões, o TAM-VCA 155mm AP e o IFV TAM-VCTP também serão contemplados com a modernização
Topol…
A torre remodelada é claramente de inspiração israelense…
Para mim torre remodelada claramente tem mais semelhanças com as versões modernas do leopard ou do que com qualquer versão do merkava ou outro blindado israelense heheheh.
inspiração pode ser… DNA é outra coisa, tem a ver com a origem.
É praticamente outro veículo. Tém que ser muito avaliado para não haver arrependimentos.
A aparência do carro não nega o DNA israelense, visto que a torre está muito parecida com a dos Merkavas, embora seja exagero dizer que o carro argentino se transformou em uma versão menor do MBT israelense.
De toda é interessante imaginar um retrofit israelense nos nossos Leo 1A5, que poderiam receber também um canhão de 120mm
sim, gostaria de ver os nossos Leo 1A5 com canhao de 120mm ou 130mm, quem sabe? Mas creio que seria mais adequado a Rheimetall ficar a cargo…e nem sei se isso seria possivel, apesar de que parece que existiu um prototipo de Leo 1AX com canhao de 120mm do Leo 2.
Tireless, não entendo nada de mbt´s mas não seria melhor adquirir (numa situação econômica melhor, claro) Leopard´s 2 ou invés de reformar o 1, como fez o Chile, por exemplo?
Segundo se diz o peso do Leo2 seria inadequado para o solo brasileiro.
Fernando,
HMS,
Não creio que o problema seja pressão sobre o solo… Tecnicamente, os MBTs de geração atual fazem menos pressão no solo que MBTs de geração anterior… Por tanto, pra mim, muito do que se fala por aí é lenda de internet…
O maior problema estaria relacionado a infraestrutura para operar esses MBTs. Pontes e rodovias precárias, estradas de ferro ( que virtualmente não existem )… Esses seriam os principais fatores que inibiriam o uso de máquinas excessivamente pesadas. E isso termina relacionado a problemas inerentes a logística.
Transportar um MBT como esses exige veículos especializados, o que demanda considerável investimento… Caminhões pesados e carretas com mecanismos que distribuam melhor o peso são indispensáveis, e manter esse aparato termina se constituindo em um custo extra considerável para manter qualquer força mecanizada.
Também não é segredo que os MBTs atuais são beberrões por excelência, além de terem motores mais potentes para compensarem seus pesos. Isso tudo implica em custo operacional e manutenção.
Saudações.