Por Guilherme Wiltgen
Linköping – Suécia: A pacata cidade do sul da Suécia, com pouco mais de 100 mil habitantes, acostumada em ver os caças fabricados pela Saab (Svenska Aeroplan Aktiebolaget) cortarem os seus céus, a partir de agora, aguarda o mais novo caça da família Gripen.
O rollout do Gripen E aconteceu no último dia 18 de maio, e estão previstas três aeronaves para a fase de teste do novo avião, que foi adquirido pelas forças aéreas sueca e brasileira. O Gripen E é a nova geração do já consagrado caça multi-função Gripen.
O novo caça também evolui com novos equipamentos integrados no Gripen E e, que foram testados e comprovados no programa de demonstração do Gripen 39-7 (JAS39 D), durante o qual a aeronave voou mais de 250 horas na Suécia, Reino Unido, Índia e Suíça desde 2008. A aeronave de teste 39-8, apresentada nessa cerimônia, em breve será seguida por mais duas, a 39-9, que será utilizada para o desenvolvimento e verificação dos sistemas táticos e a 39-10, que servirá para a verificação final da célula e dos sistemas.
Rollout do Gripen E
O evento mais esperado por todos era a apresentação da nova geração de caça da família Gripen e o início da materialização do tão esperado programa F-X2 da Força Aérea Brasileira.
O evento contou com a presença de executivos da companhia sueca, entre eles, Håkan Buskhe (CEO da Saab), Marcus Wallenberg (Presidente do Conselho de Administração da Saab) e Ulf Nilsson (Chefe da Divisão de Aeronáutica da empresa), além de diversas autoridades como Peter Hultqvist (Ministro da Defesa da Suécia), do Major-General Mats Helgesson (Comandante da Força Aérea sueca), do Tenente-Brigadeiro do Ar Nivaldo Luiz Rossato (Comandante da Força Aérea Brasileira), autoridades dos países usuários do Gripen, executivos de empresas participantes do programa e convidados especiais.
Durante uma das suas participações na cerimônia de apresentação, Håkan Buskhe disse que “países necessitam de defesas aéreas modernas para garantir a sua soberania nacional e, ao mesmo tempo, que estes custos com relação a outros investimentos precisam ser razoáveis. Para tanto, a Saab desenvolveu métodos de projeto e produção para o Gripen E visando aumentar as capacidades e diminuir estes custos”, destacou o executivo.
Gripen E(volution)
A evolução (Evolution) marcou a apresentação do novo caça sueco, que, apesar da semelhança física com as suas versões anteriores, elas terminam aí. O Gripen E possui significativos avanços em relação as versão C no que diz respeito a aviônica, performance e, principalmente, na capacidade de combate pois, além de poder transportar mais armamentos no estado-da-arte, a nova versão tem uma motorização mais potente e capacidade de carregar mais combustível, possibilitando a aeronave permanecer mais tempo “on station”.
O Gripen E esta equipado com uma sofisticada suíte de sensores que inclui o moderno radar AESA (Active Electronically Scanned Array), IRST (Infra-Red Search and Track), sistema de guerra eletrônica (EW – Electronic Warfare) e datalink, que segundo a Saab, tornam a versão “E” em um moderno caça, preparado para atuar nas mais modernas arenas do combate aéreo.
O Gripen E para o Brasil
O rollout do Gripen E teve um significado muito especial, não só para nós brasileiros que participaram da cerimônia, mas principalmente para o nosso País, que adquiriu 36 unidades, sendo 28 monoplace (versão E) e 8 biplace (versão F), previstos no Programa F-X2, anunciado em 18 de dezembro de 2013.
Além de proporcionar uma salto tecnológico à FAB, elevando as suas capacidades, o Brasil também receberá a transferência de tecnologia, através da cooperação industrial da Saab com diversas empresas, entre elas a Embraer, que vai fabricar o caça nas suas instalações em Gavião Peixoto, e a Akaer, com soluções em engenharia. Esta cooperação faz parte do conceito “Triple Helix” aplicado pela Saab que envolve três partes, onde a primeira é a pública, através das agências e do governo, a segunda é a indústria, buscando suprir as necessidades com tecnologias, e a terceira a acadêmica, que pesquisa o desenvolvimento tecnológico e o aplica na indústria, o que vai gerar desenvolvimento e independência ao Brasil. Para isso, hoje mais de 50 engenheiros brasileiros já estão trabalhando no projeto na Suécia e até 2022, serão mais de 350, que vão passar por todo o processo de conhecimento na fábrica da Saab, em Linköping.
Entre as empresas brasileiras subcontratadas ainda temos, a AEL Sistemas, Inbra, Atech, Mectron e GE Celma.
Esse diferencial foi presença marcante da cerimônia, onde em vários momentos, foi ressaltado o envolvimento brasileiro no desenvolvimento do caça, com declarações do Presidente da Embraer Defesa & Segurança, Jackson Schneider, quanto a cooperação industrial entre as duas empresas e do Comandante da Aeronáutica, Brigadeiro-do-Ar Nivaldo Rossato, que destacou que o Gripen E, um equipamento inovador de tecnologia de ponta, vai ser um divisor de águas para a indústria de defesa e que o projeto é estratégico para o Brasil. “A qualificação de recursos altamente especializados, acompanhada pelo processo de transferência de conhecimentos proporcionará um novo impulso ao desenvolvido do nosso complexo científico tecnológico, o que julgo ser um dos mais importantes legados desse projeto promissor”.
O Comandante da FAB relembrou que a proposta apresentada pela Suécia no Projeto F-X2 foi a que melhor “consubstanciou” a intenção da Força Aérea Brasileira de absorver tecnologia, mas também de participar do seu desenvolvimento. O Brigadeiro Rossato também afirmou que, ao lado da nova aeronave de transporte KC-390, a Força Aérea Brasileira aprimora suas capacidades operacionais e fortalece os alicerces necessários para a garantia da soberania do espaço aéreo brasileiro e que a médio e longo prazo, o Gripen E vai constituir a espinha dorsal de caça da FAB.
Os primeiros F-39, designação do Gripen E na FAB, devem chegar em 2019 para integrar o Primeiro Grupo de Defesa Aérea (1ºGDA), sediado em Anápolis (GO), e 2024 é a previsão para o recebimento dos últimos.
Em termos operacionais, os primeiros pilotos brasileiros já receberam treinamento na Suécia nos Gripen C/D e estão devidamente capacitados e habilitados como instrutores, se constituindo no passo inicial para disseminação de uma doutrina operacional no novo caça.
De acordo a Saab, o primeiro voo do protótipo deve acontecer ainda este ano em Linköping.
NOTA do EDITOR: O Defesa Aérea & Naval agradece a Saab e a Saab do Brasil pelo convite para participar deste dia histórico para aviação mundial.
Topol, também não entendi a escolha do IRIS-T, afinal, o que será do A- DARTER. Com relação ao míssil BVR, até agora ninguém (FAB) falou nada sobre qual será e isso me causa preocupação. Gripen Ng sem BRV num vai fazer muita diferença. Além deste pacote acrescentaria um míssil anti-navio. Todos os Grifos brasileiros deveriam estar aptos a disparar este tipo de arma ar-mar.
Precisamos é comprar o Meteor, isso sim…. com Gripen E, Meteor, E-99 (R-99A) e KC-390 tanker , Link BR2 e Litening III a FAB estará no mesmo patamar das melhores forças aéreas do mundo.
Também acho que deveriam ter escolhido as GBU-39 no lugar das spice 250 israelenses. E não precisamos de Iris-T, investisse esse dinheiro no A-Darter que inclusive está com as “parcelas” atrasadas !
E mais casulos Litening que são verdadeiros multiplicadores de força quando bem utilizados, e mais casulos Sky Shield para supressão de defesas… até que amadureça a ideia do Gripen Growler, depois investir tudo nele… segundo lote pelo menos 8 Growlers.
Os dois pilotos brasileiros que foram para Suécia treinar no Gripen C/D já estão aptos a serem instrutores eles vão passar esse conhecimentos para os pilotos daqui nos simuladores. Do jeito que a coisa está a FAB parece que já desistiu de alugar caças Gripen C/D.
É o Gripen Cabeça de Baleia Beluga, eta carlinga feia meu . . . . . ficou testudo.