Por Nick Giambruno , Editor Sênior
Eles se encontraram em segredo para planejar um ataque devastador … Dois homens poderosos, em conluio, dentro de um palácio no Oriente Médio. Em setembro de 2014, o secretário de Estado dos EUA John Kerry voou para a Arábia Saudita. Ele estava lá para se encontrar com o rei Abdullah, governante do país e um dos homens mais ricos do mundo. Observadores bem informados dizem que Kerry e Abdullah elaboraram um plano nesta reunião para destruir seus inimigos comuns: a Rússia e o Irã. Para realizar o ataque, eles não usariam aviões de combate, tanques ou mesmo tropas terrestres. Eles usariam uma arma muito mais poderosa …
Petróleo
O petróleo é o bem mais negociado do mundo. A Arábia Saudita é o maior exportador mundial de petróleo. Ela tem, sem dúvida, mais controle sobre o preço do petróleo do que qualquer outro país. Fontes dizem que a Arábia Saudita concordou em inundar o mercado de petróleo nessa reunião secreta. O objetivo era reduzir o preço do petróleo. Isso prejudicaria as economias da Rússia e do Irã. Ambos dependem fortemente da venda de petróleo.
Eles queriam ferir a Rússia, que apoiava seu inimigo regional, o presidente sírio, Bashar al-Assad. Eles queriam ferir o Irã, pela mesma razão. O Irã é um rival geopolítico feroz dos sauditas na região.
Sua estratégia tem tido algum sucesso. Como se pode ver no gráfico abaixo, o preço do petróleo caiu mais de 70% desde a reunião secreta de John Kerry com o rei Abdullah, em setembro de 2014.
Há muitos conflitos no Oriente Médio, mas os preços do petróleo estão em queda. E, apesar de desaceleração econômica da China, ela ainda importou mais petróleo em 2015 do que em 2014. A China é a consumidora de petróleo número dois no mundo, atrás dos EUA. Os problemas fariam a demanda por petróleo subir, e não cair. Mas o mistério é explicado pela guerra do petróleo dos sauditas e sua estratégia de inundar o mercado para levar à falência seus concorrentes.
O outro alvo da Arábia Saudita
Os sauditas também declararam guerra à indústria de petróleo de xisto dos EUA. Na década de 1990, os EUA importavam cerca de 25% do seu petróleo da Arábia Saudita. Hoje, por causa da alta da produção de petróleo de xisto nos EUA, nós importamos apenas 5%.
Ao manter o mercado saturado com petróleo, os sauditas estão dirigindo o preço para baixo. Eles esperam dirigi-lo lá em baixo o tempo suficiente para levar à falência a indústria de xisto … porque o petróleo de xisto custa mais do que petróleo saudita para produzir. Isso vai eliminar um dos seus principais concorrentes e proporcionará os sauditas recuperar quotas de mercado perdidas. Mas a guerra econômica nem sempre sai conforme o planejado. Os sauditas cometeram um erro colossal.
Empalado em sua própria espada
Eu acho que os sauditas exageraram a mão … demais. O petróleo perfaz 90% das receitas do governo saudita. Assim, a queda de preço tem sido muito dolorosa. Eles estão sangrando através de suas reservas. O mercado está colocando mais pressão sobre a sua paridade cambial do que em qualquer momento de sua história. Por mais de 30 anos, a Arábia Saudita tem atrelado sua moeda ao patamar de 3,75 riais por dólar norte-americano. Para manter isso, é necessário um grande estoque de dólares norte-americanos. Com suas historicamente grandes reservas, isso nunca foi um problema.
Mas agora, o orçamento Arábia está sob forte pressão. O governo só fica à tona drenando suas reservas cambiais. Isto ameaça a capacidade da Arábia Saudita de manter a paridade cambial. Se a moeda quebrar – que é exatamente o que o mercado espera – o Rial seria desvalorizado. Isso aumentaria o custo de vida dos sauditas em todas as classes. Iria aumentar também a agitação social.
Os sauditas também estão perdendo bilhões com guerras imprudentes no Iêmen e na Síria. Os sauditas pensaram que poderiam apoiar rebeldes sírios armados e derrubar o governo Assad em questão de meses. Eles achavam Assad iria cair tão facilmente como Kadafi na Líbia em 2011. Foi um erro de cálculo brutal. Há também a guerra da Arábia no Iêmen, vizinho do sul da Arábia Saudita. Os sauditas lançaram a guerra, em março de 2015. Eles queriam restabelecer um governo “amigo” dos sauditas. Os sauditas pensaram que a intervenção iria durar alguns meses, então eles declarariam “missão cumprida” e iriam para casa. Não foi isso que aconteceu.
As estrelas políticas e econômicas estão se alinhando contra os sauditas. É o seu momento mais vulnerável desde que o reino foi fundado em 1932.
Investimento de Crise Básico
Os sauditas estão tendo algum sucesso. No ano passado, pelo menos 67 empresas de petróleo dos EUA entraram com pedido de falência. Analistas estimam que até 150 poderiam seguir. A indústria de petróleo de xisto está em “modo de sobrevivência.” E a crise no mercado de petróleo pode se espalhar. Isso porque muitos bancos fizeram grandes empréstimos a essas empresas de petróleo de xisto hoje em dificuldades. Uma onda de falências significa que esses empréstimos poderiam não ser pagos, o que seria uma grande ameaça para os bancos. É o potencial para desencadear outra crise no sistema financeiro. Os sinais de alerta estão aí. Eu não possuiria ações de qualquer banco que tem grande risco de exposição ao xisto … nem manteria minhas economias de vida lá.
Os sauditas têm prejudicado a indústria de petróleo de xisto os EUA. E eles continuam a causar mais danos. Mas eles não levarão à falência todos os produtores. A indústria de xisto tem mais poder de sobrevivência do que a Arábia Saudita. Alguns produtores dizem que ainda são rentáveis, com petróleo a US$40 . E o seu ritmo de inovação irá conduzir a um custo ainda menor. A indústria vai sobreviver.
Tudo que os sauditas têm feito é criar uma crise existencial para eles próprios. Se os sauditas não pararem de inundar o mercado, e não há sinais de que eles vão, eles não estarão dando um tiro no pé … mas sim na própria cabeça. A Arábia Saudita vai entrar em colapso ou se render – e vai parar de inundar o mercado.
TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: Junker
FONTE: internationalman.com
Esta matéria é tudo que venho dizendo a pelo menos um ano, os EUA inventou esta estratégia para atingir o Irã e a Rússia, chamou a Arábia Saudita para o jogo mas foi incapaz de enxergar que os Sauditas também viam a indústria do Shale-oil Americano com seu inimigo comercial…
Faz tempo que o gás americano esgotou para a manutenção desta estratégia e os resultados não foram o que os americanos esperavam (nem para o Irã e muito menos para a Rússia) e para surpresa deles, Americanos, os Sauditas quando contatados se RECUSARAM a parar com a ação. Finalmente os americanos perceberam a sub-agenda saudita e os Sauditas ao receberem a solicitação americana de parar com a manipulação de baixar o preço do petróleo perceberam que a Sub-Agenda estava próxima de se concretizar.
Resumo da ópera, neste momento a operação destinada a prejudicar o Irã e a Rússia fracassou e só teve sucesso colateral parcial atingindo a Venezuela. Só que agora é um duelo comercial EUA e Arábia Saudita onde o Reino quer submeter os EUA novamente a condição de Dependente energético. Sem esta relação de forte dependência a importância da Arábia Saudita na política dos EUA e Ocidente se enfraquece e se torna um perigo REAL e IMINENTE para a dinastia reinante dos SAUD.
A questão é SE e QUANDO o gás dos SAUDITAS vai acabar, um duelo onde quem piscar primeiro tem muito a perder…
Se os Sauditas piscarem antes o Shale-oil sobrevive e seu eterno cliente e fiador não volta ao passado e guardará um rancor da iniciativa e tentará substituí-o por fontes mais próximas e controláveis (Venezuela e Brasil).
Se os americanos piscarem a indústria do Shale-oil quebra e o plano americano de se afastar da dependência energética do Oriente médio e do constante envolvimento político na área vai para o ralo. Ficando os EUA mais algumas décadas atrelado ao Oriente Médio política e energeticamente…
Eu torço para os Sauditas sejam vitoriosos pois a última coisa que eu gostaria de ver é os americanos DECIDIREM em sigilo que o controle do petróleo do pré-sal brasileiro é necessário para a Segurança Americana…
As consequências seriam terríveis ao Brasil…
Discordo Giba……
O grande projeto dos EUA hoje em dia é tornar-se autossuficiente em petróleo e gás visto que um dos itens que mais pesa na balança comercial deficitária dos EUA é justamente a importação de petróleo. Segundo algumas projeções, caso os EUA deixem de importar petróleo a balança pode aproximar-se de um equilibrio ou mesmo tornar-se favorável. Ademais, com os custos de energia baixos (hoje em dia o milhão de BTU de gás nos EUA custa 1,75 dólar enquanto aqui custa 12 dólares) irão promover efeitos benéficos na economia, em especial no setor manufatureiro, visto que o preço baixo da energia tende a impactar mais do que o custo da mão de obra.
A meu ver, essa foi uma iniciativa isolada dos sauditas visando estrangular e acabar com o setor do xisto nos EUA, que é formado em sua maioria por pequenas e médias empresas, bem diferente do modelo tradicional compostos por grandes multinacionais como a Exxon e a Chevron ou mastodontes estatais como a PETROBRÁS E ARAMCO. E embora no curto prazo a estratégia de fato esteja dando certo, a longo prazo tende a fracassar pois a tendência será o desenvolvimento de métodos mais baratos de exploração do xisto.
Quanto à Rússia, e ao contrário do que você afirma, ela foi sim fortemente afetada pelo despencar do preço do petróleo tanto que o PIB russo sofreu uma brutal queda de 3,7% em 2015 o que certamente irá impactar no tesouro especialmente agora em que o déspota do Kremlim precisa bancar duas guerras. Não é à toa que o desenvolvimento do PAK FA está enfrentando problemas.
Por fim eu mais uma vez discordo de você. Quero sim que os EUA não apenas obtenham a independência energética como passem a ser exportadores de petróleo e gás. E que juntamente com outros novos produtores como o Brasil, que para tanto precisa se livrar do bisonho regime de partilha do pré-sal, possa quebrar de uma vez com o abusivo cartel da OPEP.
Há contradições absurdas no texto.
Primeiro: John Kerry teria planejado com o rei saudita a derrocada econômica dos russos e dos iranianos, às custas da sobrevivência de grandes empresas americanas e da própria estabilidade do sistema bancário estadunidense? Vai sonhando…
Outra: saturar os mercados de petróleo não traria qualquer mudança à economia iraniana, que à época da aventada reunião, estava sob embargo econômico, impedido de exportar 90% do seu petróleo.
Mais uma: o que os EUA têm feito desde a citada reunião é exatamente o contrário do que diz o texto, ao se aproximarem do Irã, inclusive ao custo de sua histórica relação de amizade com Israel, que se mostrou abertamente contrário ao acordo nuclear das potências com o Irã, mas liderado pelos EUA. Esse acordo abre a economia iraniana e suspende as sanções de exportações até então existentes e que oprimiam sua economia que, a partir de agora, certamente passará por um boom.
Se entendi direito o Jonh Kerry e o próprio governo Norte americano tramam para falir empresas e talvez bancos do seu proprio pais?? Que pais é esse?? Se fazem isso com seus próprios conterraneos o que não fariam com empresas e habitantes de outros países, aliás, já estão fazendo com esta gigantesca crise de refugiados que assola a Europa. Quem tem um parceiro como os EUA não precisa de inimigos.
Que malvados são o Obama e o Kerry que prejudicam os próprios produtores de petróleo….tá na cara que esse dumping é uma ação unilateral saudita. Só que o autor do texto, pelo visto mais um conspiracionista russófilo, criou uma narrativa fantasiosa para engabelar os incautos e os convertidos.
Dizem que o feitiço volta contra o feiticeiro.
Mais um daqueles textos escritos para fiéis convertidos…
Tinha um comentarista aqui que jurava que o xisto era o futuro e que era um verdadeiro milagre a superprodução de shale oil americana que era responsável pela queda mundial dos preços pela lei da oferta e da procura.
Queria que ele tivesse lido essa matéria ! Dumping criminoso da Arábia Saudita que sangra pelo próprio umbigo para alimentar a sede imperialista de seus mestres norte americanos.
O espertalhão Abdulah vai acabar com suas reservas e jogar a toalha antes mesmo de que seus inimigos sintam o choque economico. Se Rússia e Irã dependem do petróleo para a sua economia, os sauditas dependem muito mais ainda… a que ponto chega a vassalagem, um país tão rico e tão bem armado, e ainda assim sem soberania nenhuma, come na mão dos EUA.
Ótimo artigo, muito claro e direto.