De acordo com artigo de Jean Guisinel entitulado «Ventes d’armes: Le Drian vise pourquoi l’Arabie saoudite», publicado no jornal francês “Le Point”, a França alcançou em 2015 resultados recordes em termos de novos contratos para exportação de armas, quase o dobro do valor de 2014. Paris espera um 2016 concorrido, devido à celebração do contrato de aeronaves de caça Dassault Rafale para a Índia durante a visita do presidente francês ao país em 24 de janeiro e a vitória no concurso australiano para a construção de submarinos não nucleares.
No entanto, neste último caso, a França enfrenta forte pressão do grupo japonês Mitsubishi Heavy Industries. Mas o mercado mais importante considerado, é sem dúvida a Arábia Saudita, que não era mais um forte cliente francês desde as décadas de 1970 e 1980. Em Paris, há dificuldades no diálogo com o vice-príncipe herdeiro e ministro da defesa Mohammed bin Salman e sua ligação francesa na Arábia passa pelo general Ahmed al-Assir que fala a língua francesa (é graduado da Academia Militar de Saint-Cyr). No entanto, ele não tem peso político real. As relações entre França e Arábia Saudita passam agora a anos de vacas gordas, e podem vir ainda mais contratos, fazendo os sonhos dos produtores de armas franceses se tornarem realidade.
Recentemente, rumores na imprensa francesa falam sobre a possibilidade da adquisição de tanques Leclerc pela Arábia Saudita com referências ao Ministro da Defesa francês, Jean-Yves Le Drian, que disse que há negociações para a venda de um fantástico número de tanques. No entanto, outras fontes do Ministério da Defesa não dão como certo, dizendo que “seria desejável”. Há informações de que o Leclerc se saiu muito bem nas provas requisitadas pelos sauditas ao exército dos Emirados Árabes Unidos no final de novembro de 2015. Além disso, os militares da Arábia Saudita teriam ficado muito impressionados com as realizações dos tanques franceses em combates no Iêmen.
As ações dos Huthis danificaram apenas nove tanques, um dos quais foi destruído. Além disso, estes tanques mostraram resultados muito bons na eliminação de alvos. Isto foi indicado por várias fontes francesas. A expectativa de venda de Leclerc para a Arábia Saudita parece ser verdadeira, porque Riad está planejando implantar uma nova brigada blindada com 200 tanques modernos, 50 dos quais parecem ser para ressarcir perdas. O único “porém” é o fato de que não há nada de concreto sobre um contrato, ou até mesmo uma fala de autoridades, mas apenas uma promessa de proposta para haver um concurso. Ele seria em breve anunciado, com as presenças do francês, juntamente com os alemães, com o Leopard 2 e os turcos com o Altay.
Após o fim da Guerra Fria, os franceses desfrutaram de importantes contratos com a Arábia Saudita, trazendo bons lucros para a indústria de defesa francesa. Mas após a venda das fragatas (contratos Sawari e Mouette), estes contratos deram origem a graves conflitos em matéria de comissões, tanto na Arábia Saudita como na França, com o empresário Ziad Takkieddine.
Os franceses estavam vendendo armas para a Arábia Saudita ao valor de 500-600 milhões de euros por ano, mas em sua opinião, não era o suficiente. Paris propôs as vendas dos projetos FREMM e Gowind para a Arábia (ambos sendo construídas pela associação DCNS), além de 30 patrulheiros, cuja construção inicialmente foi proposta pelo estaleiro Océa. Em seguida, começaram a aparecer ofertas de empresas concorrentes, Kership, Couach e Constructions Mécaniques de Normandie (CNIM).
De acordo com as informações mais recentes em primeiro lugar ficou a última empresa, que é de propriedade do empresário Iskandar Safa. Note-se que estes eventos têm ocorrido nos últimos anos, e a maioria terminou em fracasso. Além disso, os sauditas estão financiando um contrato para o fornecimento de armas para o Líbano (programa Donas), no valor de 2,3 bilhões de euros, mas o contrato nos últimos meses, enfrenta um problema de pagamento de comissões secretas. De acordo com a informação disponível, o governo francês está agora empenhado em garantir que essas comissões não sejam pagas aos partidos da oposição libanesa. O problema parece estar resolvido, do lado francês foi dito que só seriam pagos os subornos a membros da família real saudita.
Um sinal da retomada foi o retorno da delegação francesa a Beirute em 18 de Janeiro. Todos sabem o quão próximo do coração o ministro da Defesa francês leva o seu papel na venda de armas. Ele adere à linha do presidente e direciona todos os seus esforços nas monarquias sunitas do Golfo. Apesar de terem menos dinheiro por causa da queda dos preços do petróleo, aos olhos de Paris isso parece não ser um problema, uma vez que essencialmente não há outra saída, aliando-se ao suporte desses países em seu confronto com o Irã.
Os sauditas, por alguma razão desconhecida, também se recusaram a aceitar a compra de obuseiros autopropulsados CAESAR, do grupo Nexter. O ministro da Defesa, prometeu também vender à Arábia Saudita quatro satélites: dois de reconhecimento óptico e dois de comunicações. Para este fim, as duas maiores empresas nacionais a Thales-Alenia Space e a Airbus se ofereceram para juntar forças. No entanto, deve notar-se que até hoje, a oferta francesa sofre forte pressão dos concorrentes americanos. Apenas esperando a data da saída do presidente Barack Obama da Casa Branca para aumentar a pressão. Temos de nos apressar: Logo a janela de oportunidades se fechará.
TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: Junker
FONTE:BMPD
Pois é … quiseram apostar no Abrams e não no Osório que ganhou em todos os requisitos, todos os competidores….
Pena para eles e para o Brasil!
CM
Pois é, uma informação subentendida do texto é que os sauditas não estão satisfeitos com o desempenho dos caríssimos M1 Abrams americanos. Vídeos na internet, mostram estes sendo destruídos facilmente por ATGM´s de fabricação iraniana Toophan. Que por ironia são cópia dos TOW americanos.
As perdas de tanques M-1 Abrams devem-se muito mais à incompetência dos sauditas do que eventuais deficiências do CC norteamericano, que já provou sua capacidade em outros conflitos. Ademais, um TOW ou seu genérico iraniano destroem facilmente qualquer carro de combate que atingirem. Basta ver outros vídeos na internet onde tanques T-72 sírios são destruídos em explosões espetaculares.
Por favor, saberia informar que métodos/manobras os sauditas estão usando e que tem-se mostrado deficiente/comprometedor antes à ameaça de combatentes portando mísseis anti-carro?
Bom dia amigo AT-26 Xavante! Eu não sou muito familiarizado com táticas de emprego de Carros de Combate mas segundo o comentarista Ilya Ehremburg em outro post, os sauditas estariam cometendo o erro de isolar as formações, ou utilizando-os para proteção dos acessos sem o apoio da infantaria. Ademais, como ele bem asseverou, as atuais armas anti-carro tornou o mundo dos Tanques muito mais inseguro.