A história do mineiro de Ponte Nova, Mateus Sereno, começa com a dúvida de quase todos os jovens prestes a concluir o ensino médio: qual carreira seguir? Em meio a pesquisas sobre diferentes cursos, a Força Aérea Brasileira lhe apresentou uma opção e um sonho: o de ser aviador.
A expectativa começou a tomar contornos de realidade nesta quinta-feira (14/01). Quando Mateus iniciou o estágio de adaptação militar na Academia da Força Aérea, localizada em Pirassununga (SP).
“Eu acordava, normalmente, às 6 horas, para ir à aula às 7 da manhã. Passei a acordar às 5h30. Usei a meia hora extra em treinamento físico. Depois do almoço, passei a ir à biblioteca para estudar. Eu só ia embora para casa quando achava que tinha visto matérias o suficiente. Muitas vezes os estudos iam até tarde. Era uma rotina cansativa, e que sacrificava muito a vida social, mas eu tinha em mente que era um esforço que renderia uma vida inteira de frutos pela frente”, descreve Mateus sobre as horas dedicadas aos estudos serem recompensadas com a aprovação na primeira tentativa no processo seletivo.
Os 138 jovens recém-chegados integrarão o Primeiro Esquadrão do Corpo de Cadetes da Aeronáutica. No total, serão 178 aviadores, 40 intendentes e 16 infantes. Sendo, 118 egressos da Escola Preparatória de Cadetes do Ar (EPCAR), além de cinco estrangeiros que realizam o curso como resultado de um acordo de cooperação entre o governo brasileiro e nações amigas.
Entre as 34 mulheres que alcançaram a vaga para ingressar na AFA, está Gabriela Ariana Fernandes de Oliveira. Natural de Pirassununga (SP), a jovem desde criança tinha o sonho de seguir na área médica. Mas mudou os rumos dos seus sonhos na formatura do namorado na Escola Preparatória de Cadetes do Ar (EPCAR) em 2013. “Vendo 200 meninos chorando ao cantar a Canção do Adeus eu sabia que não encontraria aquela energia, união, amizade, como quiser chamar, em mais lugar algum. De alguma forma eu queria fazer parte daquilo como nunca senti querer fazer parte da medicina”, conta.
Os futuros cadetes se apresentaram na AFA munidos com documentos e malas, prontos para o início do processo de adaptação à nova rotina. Nesta primeira fase, os candidatos, agora chamados de estagiários, passam por atividades doutrinárias e administrativas que têm como objetivo mostrar as peculiaridades da vida militar.
Segundo o Comandante do Corpo de Cadetes da Aeronáutica, Coronel Ricardo Feijó Pinheiro, as próximas semanas serão um período importante. “O estágio irá proporcionar condições de integração do jovem civil com a doutrina militar, além de aperfeiçoar o condicionamento físico do futuro cadete”, explica.
Os candidatos sabem que este é um período de ambientação, e que exigirá dedicação e uma dose perseverança. “A mistura do cansaço físico com o mental e a distância por um tempo razoavelmente grande de casa e de toda rotina que já estou acostumada vai ser complicada, mas eu escolhi estar lá dentre estar em outros lugares, acho que pensar no porque eu estou ali vai me ajudar”, afirma Gabriela.
O processo seletivo pelo qual os candidatos a carreira militar de oficiais da Aeronáutica nas áreas de aviação, infantaria e intendência incluiu prova escrita, teste físico, exame médico e psicológico. Os candidatos ao curso de aviação também realizaram teste de aptidão à pilotagem militar.
Nos próximos quatro anos, eles irão enfrentar uma rotina intensa de estudos, formação ética e moral e de exercícios físicos, necessária para a formação de um oficial da Força Aérea Brasileira. O curso também inclui treinamentos operacionais, como salto de pára-quedas, treinamentos em cenários de emergência, sobrevivência na selva e no mar, instrução de tiro, dentre outras. Os cadetes, ao concluírem o curso, conquistarão o diploma de graduação em Administração com ênfase em Administração pública, além do diploma de graduação da especialidade escolhida. Após formados, irão atuar nas diversas unidades da FAB espalhadas pelo país.
Assista ao vídeo e conheça como é a carreira de piloto militar
FONTE: AFA