Por Denis Lerrer Rosenfield
Fronteiras não são meros traçados geográficos feitos para delimitar territórios que configurem a existência de um estado. Mapas são folhas, impressas ou digitais, que nos apresentam, a cores, os limites de um país. À força da repetição, terminamos por nos acostumar com tais desenhos, como se fossem naturais e, de certa maneira, inalteráveis.
O olhar atento a um mapa internacional, porém, nos mostraria a extrema volatilidade de certos marcos territoriais. Um mapa de 50 anos atrás não tem muito a ver com um atual. Fronteiras, neste sentido, são convenções que pressupõem o reconhecimento de outros, através de tratados internacionais.
O Brasil é um país continental, rico em água, minérios, petróleo, solo fértil, clima saudável e ameno, entre outras riquezas naturais, que nos tornam, normalmente, objeto de cobiça internacional. Não são poucos os países e entidades internacionais que já contestam a soberania nacional sobre a Amazônia, como se ela fosse um patrimônio internacional, e não uma parte do território de nosso país.
O exercício efetivo da soberania nacional exige que fronteiras sejam defendidas, que os territórios fronteiriços tragam a marca de uma política nacional de defesa. Melhor prevenir hoje, que ser refém, no futuro, de uma eventual perda de território. Ou ainda, fronteiras, embora reconhecidas em seus traçados, podem ser simplesmente desconsideradas como nos casos do contrabando, do tráfico de drogas e de armas, e do terrorismo.
Há poucos dias, o Paraguai emitiu uma nova oficial contra o governo brasileiro, relativa a uma suposta ingerência dos militares brasileiros em seu território. O Brasil rechaçou fortemente essa declaração, porém ela é, em si mesma, reveladora. Na verdade, as Forças Armadas, sob a coordenação de seu Estado-Maior Conjunto, estavam realizando a operação Ágata, de proteção de fronteiras.
Ocorre que essa operação flagrou vários barcos que estavam infiltrando contrabando em nosso país. Os militares foram recebidos a tiros e revidaram. Exerciam a defesa de nossas fronteiras. No entanto, o Paraguai parece considerar que teria o direito de contrabandear produtos para o Brasil, pois é disto, precisamente, que se trata. Uma eventual retratação brasileira significaria, de fato, o reconhecimento de que o contrabando, em nosso país, deveria ser algo “natural”.
Tomemos um caso emblemático. O contrabando de cigarros está inviabilizando a indústria nacional, com perda de tributos, desemprego crescente, podendo atingir, se persistir, a agricultura familiar aqui envolvida. Seus efeitos são perversos com prejuízos econômicos e sociais, inclusive de queda de arrecadação.
O governo, no entanto, tem tido uma política de aumento de tributo sobre esse produto em nome da defesa da saúde, como se a sua consequência fosse uma diminuição do seu consumo.
Ora, o consumo permanece o mesmo, só que, agora, o produto consumido é fruto do contrabando do Paraguai, em condições de produção de higiene precárias. Contudo, tal produto tem um preço extremamente competitivo, sobretudo para as camadas de baixa renda. O país perde em todos os aspectos, inclusive no tributário.
Como se isso não fosse suficiente, a atual equipe econômica, com problemas de superávit primário, cogita aumentar ainda mais o imposto, em um verdadeiro tiro no pé. Conseguirá com isto reduzir os tributos que almeja aumentar — o contrabando não é tributado! —, além de criar problemas graves de sustentabilidade da indústria nacional.
O problema é particularmente grave por afetar diversos setores da economia, alcançando, no caso dos cigarros, a expressiva cifra de 32% do mercado nacional. Desde 2011, houve um aumento extraordinário de imposto, quando da introdução de um novo modelo tributário, chegando a 110% no acumulado de três anos. As classes menos favorecidas tiveram um aumento de 115%, enquanto as de maior poder aquisitivo um de 63%. É todo esse segmento de menor preço que se torna vítima do contrabando.
Somando todos os setores que se tornam reféns do contrabando, a evasão tributária chega à exorbitante cifra de R$ 100 bilhões, que poderiam ser utilizados em investimentos e benefícios sociais.
Contudo, no Brasil de hoje, parece que não há algo ruim que não possa piorar. O Exército está desenvolvendo todo um projeto de defesa eletrônica de fronteiras, o Sisfron, que tem a ambição de abarcar todo o território nacional. Trata-se de um projeto arrojado, próprio de um país moderno, que está sendo implantado, inicialmente, no Mato Grosso do Sul, devendo, imediatamente, alcançar os estados do Paraná e Mato Grosso.
Graças a ele, as fronteiras brasileiras passarão a ser mais bem protegidas, com redução significativa do contrabando, do tráfico de armas e de drogas, além do controle ambiental e da vigilância sanitária. Ele permite, efetivamente, a comunicação e a interação entre vários órgãos do Estado. Recentemente, o vice-presidente da República esteve visitando Dourados, em Mato Grosso do Sul, para constatar pessoalmente essa experiência piloto de um país que avança em sua modernização. Os elogios foram grandes.
Acontece que esse projeto, que tinha uma previsão orçamentária para este ano de R$ 285 milhões, foi objeto de um corte de 40%, passando para R$ 171 milhões. Na verdade, o valor previsto já era uma ninharia, sobretudo considerando a sua relevância nacional e os ganhos daí derivados, inclusive de arrecadação.
Um orçamento exíguo foi ainda objeto da tesoura, como se ela não se importasse com o tecido cortado e o seu desenho. No caso, até os números protestam contra essa tesoura. Só o ganho da redução do contrabando já contrabalançaria o seu investimento, sem falar da criação de empregos e da diminuição da criminalidade.
Urge que o país encare o seu futuro e pense no que é melhor a médio e longo prazos. Contudo, parece que estamos reduzidos a uma visão imediatista, própria de um estado que não consegue se safar da armadilha por ele mesmo criada.
FONTE: O Globo Coluna Opinião
Denis Lerrer Rosenfield é professor de Filosofia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Assim não tem jeito!! É impossível combater a criminalidade em nossas grandes cidades e que se alastra pelas cidades do interior, potencializada pelo tráfico de droga e de armas via nossas fronteiras escancaradas. Eu nāo sei porque o Brasil ainda não criou a sua PFF (Polícia Federal de Fronteira) e a sua Guarda Costeira, e essa Força Nacional? Por que não institucionalizá-la de vez e profissionalizar e mandá-las proteger e fiscalizar permanentemente as nossas fronteiras. Tem alguma coisa errada nesse desgoverno do PT, não é só a corrupção, a incompetência também vai marcar e desgoverno!!!
Fala sério…existem muitas pessoas alienadas que não conhecem a história do próprio país…amigos peguemos um Pandiá Calogeras para ler e depois discutamos sobre a maneira menos complexa para proteger nossas fronteiras…posso concordar que as barreiras físicas, visíveis, tenham uma maior importância no terreno…concordo também que deveríamos ter um conjunto de bases ao longo das nossas fronteiras…com apoio logístico necessário às tropas…podemos concordar que nossos combatentes não têm a capacitação profissional necessária para as missões desta categoria? Que precisamos de profissionalização além de condições de trabalho melhores? O povo apoia suas forças armadas e entende ser necessárias para a defesa do seu país…mas tem pouco ou nenhum poder de influenciar nesse terreno…devemos compreender de uma vez por todas que os lobbies internos e externos são poderosos e precisamos ser mais agressivos com a nossa política e diplomacia.
Gostaria de entender se realmente o artigo em tela foca nos cuidados e na atenção que o GF deveria ter e dar à defesa do país ou apenas chamar a atenção para o apoio que deve ser dado a indústria e o consumo de cigarros em território nacional, face as perdas de arrecadação supostamente declaradas e ao flagrante consumo de produtos semelhantes contrabandeados do Paraguay. Parece mais propaganda subliminar, coisa de filósofo!
É mais que claro que o governo atual como também o governo anterior e meia duzia de esquerdas não estão nem um pouco preocupado em monitorar as fronteiras pois há algo de interesse por eles junto com os países bolivarianos. Sabemos que a maioria dos vizinhos do Brasil não serve de nada pra gente, alias só atrapalham.
É impressionante comose pode distorcermuma informação quando se quer:
1′ Sisfron foi criado no governo Lula, ele concluiu o Sisvan que custou 1, 4 bi e não esqueçam do escândalo gerado e a entrega a um consórcio liderado pela empresa americana Raytheon Company, ainda para complementa-lo implantou o calha norte, a Operação Ágata que compreende nossa fronteira aérea, terrestre e fluvial apoiando as forças estaduais. Modernizou as principais policias de nosso país com equipamentos jamais pensados para os Estados. Ainda assim tem uma programação que contempla entre tantos, LPR, Corveta Classe Barroso, Prosub, Amazônia Azul, Napaoc, IA2, Vital de Oliveira, KC 390, HX BR EC 725, programa nuclear da marinha, Gripen NG, Napa 500, Astros 2020, mesmo incompleto ainda a defesa aérea com iglas, SAAB RBS 70 faltando o Pantsir mas confirmado pelo MD. A defesa NBR e diversos programas em parcerias com empresas de capital nacional com Avibras S 300 e Vant Falcão, Embraer EDS sivam sipam etc. Bem esqueci muitas mas fica claro que não faltam projetos em programas esclarecido na END. Bem não é o que se deseja, talvez, mas é o melhor que temos ejjá tivemos e a cereja do bolo é o proheto de nação fator mais importante. Abcs
Meu caro Leornado. Onde estão os frutos desta programação que você citou? Algumas delas nem do projeto saiu, Corveta classe barroso? kkkk, Não têm previsão de construção, só meros estudos. KC 390 está indo para o fundo do saco com os cortes orçamentários e entrega adiata somente para 2019. Napa 500 idem e vários outros problema de gestão de um desgoverno?
Senhores devemos parar com esta politicagem e partidarismo que temos em nosso país? O que estamos ganhando com isto? Nem um é mais do que o outro, nosso sistema de governo está em frangalhos é falho, nossas intituições e poderes constituidos desde o judiciário com algumas excessões até o executivo e legislativo estão sem credibilidade. Nosso sistema visa a opinião de minorias que estão no poder em detrimento da maioria? Querem exemplos? Onde já se viu um governo que têm a pior aprovação em décadas conseguir continuar no poder? Tendo várias fechas aprontando por uma linha de corrupção nunca antes encontrada em nosso país, alcançando até os mais altos escalões? Repito nosso sistema de governo está afundado, desenganado, só hnão ver quem não quer. Não adianta ficarmos aqui dizendo que um fez isto ou aquilo puxando a sardinha pra isso ou aquilo. “É OBRIGAÇÃO DO GOVERNO FAZER MELHORIAS”, e não devemos realçar estas melhorias como se tivessem feito um milagre. Se fulano fez, não fez mais do que obrigação. O que não fez ficará para o próximo. O que temos que ter em vista que não é de partidos que nosso país vais andar. Cada um é eleito com intuito de fazer melhorias e isto passa de um governo para o outro. O que não podemos perder é o fio da meada. Nosso país já têm o livro branco de defesa, estamos seguindo? Não. Então vamos coocar nossa cabeça no lugar, vamos perseguir nossas metas, vamos extirpar o que não presta de nosso pais que é esse partidarismo exarcebado onde cada um quer ser mais do que o outro, sendo que são a mesma coisa. Todos nós iremos pro mesmo buraco, somos todos pó, somos todos brasileiros e devemos lutar pelo nossa nação e não pelos nossos partidos e seus idealizadores. Abraços senhores.
O primeiro mapa não mostra a real dimensão territorial do Brasil, se limitando ao continente. O uso insistente do mapa apenas nessa configuração não permite que a sociedade brasileira saiba do tamanho preciso do Brasil. Porque a mídia faz isso? E não é por falta de conteúdo!
Como convencer o brasileiro da importância do mar territorial do país se nos é apresentado repetidamente o mesmo mapa de sempre? Portanto, o Brasil não é só um país continental como é “dito” no texto, mas também extra-continental, que extrapola a superficie terrestre – além claro do espaço aéreo! A FAB também tem responsabilidade no tráfego aéreo do setor e apoio logístico que o exército precisa.
Antes de falar de traços geográficos delimitados e com frases de efeito como em “tecido cortado” tenha pelo menos a real noção de fronteiras do Brasil, porque todas essas palavras jogadas na tela não definem o real tamanho dos limites do país. Reclama-se de uma verba exíqua por rum lado, mas do outro está criticando os investimentos do prosub! Não temos solo fértil apenas em terra, mas também no solo e subsolo do mar territorial.
O conflito da lagosta (parece que teve do camarão também) exemplifica na prática a importância que é dispensada pela sociedade dessa parte do Brasil. Marinha e FAB foram mobilizadas para defender nossos interesses marítimos naquela situação contra a França. Fronteiras podem não ser meros traços geográficos, mas essa análise limitada que nos apresenta acaba sendo mera retórica redundante, onde defende apenas um lado do Brasil.
Ja que é para falar dos limites e recursos do Brasil em jogo trasse um panorama completo do mapa e riquezas que temos sem dar as costas para o oceano voltado apenas para a fronteira terrestre, para que a nossa noção de soberania não acabe nas praias.
Caro, o mapa eu coloquei apenas para mostrar a fronteira mencionada no texto.
Caro Luiz, na minha concepção eu estava criticando a opinião do jornalista da globo e não ao DAN, achei que o mapa fosse uma ilustração da Globo. Desculpe a má interpretação!
Mas isso não muda o fato de que fronteira, pelo menos em se tratando do Brasil, é um tema mais abrangente que o setor terrestre, apesar de que ele pode ser tratado individualmente.
Eu sei que as coisas não estão lá uma maravilha,mas quem começou a modernizar as FA brasileiras foi o atual governo Lula/Dilma,o governo anterior a eles pouco fez, e no entanto se exibem hoje como imaculados e perversamente,sorrateiramente,tentam perpetrar um golpe,contra a democracia !
O Sisfron foi concebido no governo Lula, se não fosse esse governo, talvez o projeto de vigilância de nossas fronteiras sequer teria iniciado !
Cesar, esse eh seu ponto de vista a partir de uma data, entao significa q vc nao fez uma retrospectiva p dar conteudo crivel ao q vc afirma. Por mais de 10 anos fizeram-se imumeras tentativas primando pelo fechamento do cofre do governo e evitando q mais prejuizo fiscal fopsse produzido ate entao (vide Bcos Estaduais) pra comecar se nao fosse isso, a reforma de nossa moeda e outras coisas , jamais q este desgoverno teria condicoes financeiras para fazer tantas merlas q ai estao, pior ainda, alem de nao conseguirem entregar nada do q comecaram a mais de 12 anos, queimaram toda a gordura c aquela conquista durissima q citei. Tantos desperdicios, mal gastos aliadas a corrupcao absurda , mentiras e outras cositas, ja estao levando o Brasil pra bem perto do fundo do poco. Os meios militares q foram adquiridos pelas FAs, sao meras gotas de agua num oceano…….eh so para ufanistas e cegos ladrarem por ai e tecerem loas . O tao amado lulladrao nao concebeu nada, alias, nem poderia, nao sabe ler, escrever, entender ou compreender absolutamente nada, o brasileiro medio deste pais sente a maior vergonha de ter visto este safo passsar por aqui. Sua preciosa entao , conseguiu ser pior ainda…..arrogante, mentirosa, etc……….vc esta muito mal em seus elogios e escolhas…..revise sua opiniao tosca sem paixao pra comecar. PS ainda assim respeito sua opiniao e agradeco a vc a oportunidade de lancar uma luz sobre ela. Sds
Também respeito a sua opinião meu caro Celso,embora não concorde com oque você disse, ficarei com a minha opinião mesmo ! Sds !
Quando eu falo que o que o governo tem feito com a Defesa Nacional é o cumulo da irresponsabilidade as pessoas ficam reclamando mas…É VERDADE!
Quando vejo que essas barquinhas de alumínio não nosso recurso para patrulhar a maior rede hidrográfica do mundo e associo a informação que somos uma das 10 maiores economias, fico indignado!
Temos que investir em defesa para valer , essas compras conta gotas são simplesmente
ridículas .
Precisamos substituir essas barquinhas por no minimo uma centena de lanchas CB-90(de prateleira) para áreas fluviais , comprar 1000 Sherpas/Tupi, retomar a fabricação dos guaranis , comprar uns 50 RBS-23 Bamse , comprar mais RBS-70 e o RBS-90 também, comprar um sistema antiaéreo de grande alcance para proteger grandes áreas estratégicas( Spider israelense), uma duzia de helicópteros pesados Chinook ,
Acorda povo manso do Brasil o povinho sem ação sem coragem so sabemos reclamar
Precisamos desde jà fortalecer cada vez mais a nossas fronteiras , chega de fica só de blà blà blà meter o pau novizinhos que ñ quere respeita a nossa soberania deixa passar todo dia armas inlegais e contrabandos diversos vamos dà um basta nisso tudo !
Só tenho algo à disse: Acorda Brasil !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!