Por Priscila Jordão E Brad Haynes
SÃO PAULO (Reuters) – A fabricante de aeronaves Embraer revisou para baixo sua previsão para a receita em 2015 nesta quinta-feira e estendeu o cronograma para seu jato de transporte militar KC-390, diante da redução do orçamento do governo federal para o setor em meio ao ajuste fiscal.
A companhia reduziu sua estimativa de receita líquida em 2015 para uma faixa entre 5,8 bilhões e 6,3 bilhões de dólares, ante 6,1 bilhões e 6,6 bilhões de dólares anteriormente, devido a uma redução de 300 milhões de dólares em receitas esperadas no segmento de defesa e segurança.
Segundo a empresa, a desvalorização do real frente o dólar e a diminuição no ritmo de desenvolvimento de determinados contratos de defesa e segurança motivaram a queda na previsão. Assim, a receita de defesa e segurança deve terminar 2015 entre 800 milhões e 950 milhões de dólares, disse a Embraer.
Com isso, a Embraer agora espera as primeiras entregas do cargueiro KC-390 no primeiro semestre de 2018 ante prazo originalmente estabelecido para o segundo semestre de 2016.
Após voo inaugural em fevereiro, a campanha de ensaios em voo do KC-390 agora está prevista para começar no terceiro trimestre de 2015 e deve durar em torno de 18 a 24 meses, recebendo a certificação até o final de 2017, disse a fabricante no balanço do segundo trimestre.
A empresa está trabalhando no cargueiro sob encomenda do governo brasileiro. O avião, o maior já desenvolvido e produzido no Brasil, é resultado de acordo firmado em 2009 com a Força Aérea Brasileira (FAB).
A notícia fazia as ações da companhia recuarem 6,85 por cento às 13h24 na bolsa brasileira, enquanto o Ibovespa recuava 0,94 por cento.
O presidente-executivo da Embraer, Frederico Curado, disse em teleconferência com analistas que os cortes de defesa estão concentrados no KC-390 e na modernização de caças, que terão seu escopo reduzido.
NÚMEROS TRIMESTRAIS
No segundo trimestre, a Embraer teve avanço de 24 por cento do lucro líquido sobre o mesmo período do ano anterior, a 405,5 milhões de reais. A receita líquida subiu para 4,661 bilhão de reais, crescimento de 19 por cento em relação a semelhante período do ano passado, principalmente devido à valorização do dólar ante o real.
Foram entregues 27 aeronaves comerciais e 33 executivas, ante 29 aeronaves comerciais e 29 executivas de abril a junho de 2014.
A companhia registrou, porém, piora na margem bruta para 19 por cento, ante 21,9 por cento no segundo trimestre de 2014, devido principalmente a uma revisão da base de custos para determinados contratos no segmento de defesa e segurança.
O Ebitda caiu 6 por cento, a 548,2 milhões de reais, com a margem Ebitda passando a 11,8 por cento, ante 14,8 por cento. A margem operacional caiu para 6,8 por cento, ante 10,6 por cento.
A carteira de pedidos firmes (backlog) terminou o trimestre em 22,9 bilhões de dólares, seu maior nível histórico, segundo a Embraer, frente a 20,4 bilhões de dólares ao fim de março e de 20,9 bilhões de dólares no final de 2014.
A dívida líquida totalizou 1,585 bilhão de reais, ante 1,865 bilhão ao fim do primeiro trimestre.
O governo ainda deve cerca de 370 milhões de dólares em recebíveis que a Embraer está trabalhando para obter, disse Curado.
O executivo acrescentou não esperar que as receitas de defesa se recuperem no ano que vem, mas que não vê “novas surpresas” do governo brasileiro afetando seus contratos de defesa no ano que vem. Além disso, afirmou que não deve haver novos cortes da projeção de receita no segmento de defesa da Embraer em 2015.
A Embraer também revisou estimativas para margens consolidadas em 2015, para as quais espera um impacto positivo advindo do câmbio. A estimativa para a margem operacional (Ebit) foi elevada para uma faixa de 8,5 a 9,0 por cento, ante 8,0 a 8,5 por cento, e da margem Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) subiu para 12,6 a 13,6 por cento, frente a 12,0 a 13,0 por cento anteriormente.
Vamos compreender uma coisa o que comanda a relação do KC-390 é o contrato, a Embraer dizer que vai atrasar a entrega é um jogo de pressão em cima do governo pela falta de pagamento. O governo é que vai dizer se aceita isso em luz dos compromissos contratados ou coloca os pagamentos em dia. Isto tem cheiro de confronto desde a barração do premier russo e as relações da empresa com o governo vem numa clara ladeira abaixo…
Até onde eu sei todo atraso (governo ou Embraer tem punição ou multa contratual) esta “iniciativa unilateral” da Embraer está cheirando a mais confrontação e os últimas ações da companhia estão numa escalada de retirada ou diminuição das atividades no Brasil.
O recentes e aumentos de atividades e investimentos nos EUA e Europa vão indicando o mesmo sentido…
Toda área administrativa foi separada da área industrial e realocada para São Paulo capital e para mais perto do Aeroporto Internacional de saída…
Me parece claro que a diretoria namora seriamente em se desvencilhar do BRA… da EmBRAer a longo prazo… Quem sabe se incorporar a Boeing…
Se o governo não agir este bando de executivos do mercado vai, sob aplausos dos coxinhas pátrios e elogios da Folha/Estado de SP, sequestrar e exportar a empresa inteira para fora do país…
Caro Gilberto você começou muito bem informando sobre a pressão que a Embraer esta fazendo no governo federal e que é justificável afinal a empresa de SJC é a contratada para o andamento do programa KC-390.
Sim acredito firmemente neste posicionamento da Embraer que querer os seus pagamentos em dia para que o andamento do programa não seja alterado e que as entregas ocorram dentro do prazo estipulado,infelizmente isso já foi afetado com um atraso de aproximadamente 24 meses em cima da data originalmente prevista. As punições contratuais estão previstas para ambas as partes mas a empresa contratada no caso a Embraer tem todas as condições de cumprir com seus prazos o problema são os atrasos constantes dos pagamentos ou seja se tem alguém que vai pagar multa será o governo federal.
Muitas das manobras que a Embraer vem tomando é para maximizar recursos e ampliar a produtividade, passar uma linha de montagem para o exterior não é problema algum visto que provavelmente deve estar falando da família Phenom que sera fabricada nos EUA que por sinal é o seu maior mercado.
Mudar o quadro administrativo para SP é uma forma de centralizar toda a cadeia de comando e gestão hoje o corpo diretor não precisa estar fixo dentro da fábrica quando as decisões são tomadas dentro de salas e não na linha de produção, com tal medida ainda livra mais espaço para as operações na unidade de SJC que briga hoje por espaço.
A Embraer não pode sair do Brasil, primeiro porque ela é uma empresa de capital nacional e isso implica em vários benefícios fiscais e fomentos industriais, apesar de ter sido privatizada o capital ainda é nacional mas é óbvio que uma empresa deste porte tem outras plantas na Europa e EUA sem contar na contribuição pequena mas existente na China (até quando não sabemos).
As unidades de fabricação nos EUA Phenom & Super Tucano (em parceria com a Sierra Nevada) contribuem para expandir capacidades e não travar novos processos aqui, na Europa mais especificamente em Portugal temos uma fábrica de componentes mas é para alimentar o complexo sistema logístico implantado na produção de aviões.
Não tenho algum da Embraer deixar o Brasil porque esta possibilidade não existe, incorporar a empresa junto a Boeing é uma possibilidade que para ser bem sincero duvido muito afinal não estamos mais naquelas vacas magras do começo dos anos 90, hoje temos folego para bater de frente e segurar a onda.
Os programas militares são um problema neste momento a resposta é SIM, mas com calma vão ser colocados nos trilhos e em breve as entregas começam, a nós resta aguardar as cenas dos próximos capítulos.
Normal , tentaram criar um engodo para cancelarem o Fx2 ,mas a ameaça de ser acionados na OMC fez os atordoados recuarem , agora irao meter a mao em todos os projetos da FAB para economizarem oque pretendiam com o NG cancelado !
Oportunidade de ganhar dinheiro e tirar o Brasil da crise financeira está aí. Mas não há vontades.
Sds
Acreditar que só resolvendo estes problemas de pagamentos com a Embraer resolveriam os problemas da crise financeira é um pouco demais né, mas já seria algo e falta sim muito empenho por parte do governo trazer mais interessados para nossos produtos militares.
Sou muito a favor de criar uma agência de exportação de equipamentos militares para o exterior assim alavancando este mercado que foi sendo depreciado ao longo dos anos e que hoje demonstra que tem todo o potencial para retomar o crescimento.
Mudança na postura governamental de outra forma ou seja tratar assuntos de defesa como de estado e não de governo para que vários programas em andamento tenham sua devida continuidade independente de qual governo esteja atuando.
São muitos pontos mas que podem dar ótimos resultados futuramente, mas agora é hora de acertar as contas e tocar os projetos.
Dinheiro tem para pagar a Embraer e investir no projeto, somente cortar 100 mil cargos comisionados e 40 ministérios.
Acabar com cartão corporativo, acabar com 900 milhões liberados pelo GF para partidos políticos somente para esse ano.
Oportunidade esta aí, com vários países querendo trocar seus aviões cargueiros militares. E Brasil saindo um pouco das commodities.
Por isso a popularidade do GF está em 7%.
Sds
É estava demorando, esse desgoverno não para de fazer mercadoria, até quando!!?