1° Grupo de Aviação Embarcada operou a bordo do porta-aviões da Marinha entre 1965 e 1996
Imagine pousar um avião de aproximadamente 9 toneladas em apenas cem metros de uma pista de pouso de aço que balança no meio do mar. Foi esse o feito realizado há exatos 50 anos, em 22 de junho de 1965, quando o primeiro P-16 Tracker da Força Aérea Brasileira (FAB) pousou a bordo do Navio Aeródromo Ligeiro Minas Gerais (A 11), da Marinha do Brasil. Durante o pouso, a desaceleração brusca levava a aeronave de 200 km/h a 0 km/h em pousos segundos.
“Não é tão difícil assim quanto a turma fala!”. Quem brinca é o Brigadeiro Luiz Carlos Boavista Acciolly, já na reserva, piloto de P-16 com a experiência de ter sido do 1° Grupo de Aviação Embarcada entre 1960 e 1969.
Ele estava lá no dia do pouso pioneiro, mas em uma função bem específica: ele era o Oficial Sinalizador de Pouso, responsável por conduzir a tripulação da aeronave até o toque no convoo do porta-aviões. “O mais importante de tudo é conhecer os pilotos: o oficial sinalizador de pouso não sinaliza para um piloto que não seja do esquadrão dele. Tem que conhecer os pilotos muito bem”, explica o Brigadeiro, na época no posto de Capitão.
O primeiro pouso a bordo do NAeL Minas Gerais foi realizado pelo então Major Antônio Claret Jordão, tendo como co-piloto o Capitão Iale Renan Accioly Martins de Freitas. “Foi uma alegria para todos nós. Por uma dessas coincidências foi o Jordão, que era uma das figuras mais queridas na embarcada”, lembra o Brigadeiro Accioly.
Já no dia seguinte, os P-16 da FAB realizaram 36 pousos e decolagens a bordo. O objetivo era tornar o Grupo de Aviação Embarcada apto a cumprir suas missões de patrulha marítima e guerra antissubmarino a partir do porta-aviões. “A gente operando a partir da Base Aérea de Santa Cruz ficava muito limitado. O avião era para operação a bordo de navio aeródromo”, lembra.
Uma das características marcantes eram as asas dobráveis, necessárias para que os aviões coubessem no hangar do porta-aviões. Também havia um gancho para pouso: o P-16 enganchava em um dos seis cabos colocados sobre o convoo e assim conseguia parar rapidamente. A bordo, as aeronaves possuíam sistemas para localizar submarinos, além de poder levar torpedos e foguetes.
Entre 1961 e 1996, a FAB operou 13 aviões P-16A e oito P-16E. Entre 22 de junho de 1965 e 13 de agosto de 1996, o Grupo de Aviação Embarcada registrou 1.382 dias no mar com suas aeronaves, tendo realizado 14.072 pousos diurnos e 2.674 noturnos. Os P-16 foram aposentados em 1996 e as atividades de patrulha marítima e de guerra antissubmarino foram assumidas pelos aviões P-95 Bandeirante Patrulha e mais recentemente pelo P-3AM Orion, ambos baseados no continente.
Já o NAeL Minas Gerais operaria até 2001, tendo, ainda naquele ano, realizado operações com os caças AF-1 da Marinha do Brasil.
FONTE: FAB
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De fato Marco o Tracker provou seu valor assim como os
pilotos argentinos, mas, apenas 5 aeronaves estavam
disponíveis e não todas ao mesmo tempo o que é considerado
muito pouco para lidar com um esquadrão de submarinos
nucleares de ataque.
Muito do que você escreveu é especulação, como no caso do
HMS Onyx e do HMS Spartan .
Tenho no meu “favoritos” um site em espanhol no caso de você não
conhece-lo e para mais alguém que tenha interesse no assunto,
que dá uma boa ideia de como foram as operações aeronavais.
http://www.institutoaeronaval.org e depois seleciona “Malvinas” no
menú principal.
O Tracker mostrou toda a sua utilidade na guerra das Malvinas, plantou somoboias, localizou atacou sub inglês com torpedo (5 de maio 82), vetorou ataque de Heli contra outro sub Inglês, localizou a frota inglesa a noite, plantou somoboias abrindo passagem para a frota argentina em águas com subs nucleares à espreita e depois, desde terra, voou diuturnamente todo o resto do conflito monitorando a frota inimiga inclusive conseguindo evadir-se contra os Harriers e tudo isso sem perdas! Os Ingleses simplesmente não tinham uma aeronave com tal utilidade e persistência. Estima-se que os Trckers Argentinos atacaram o Sub convencional Inglês Ônix e também mantiveram Sub nuclear Spartan na defensiva, impedindo o que seria uma armadilha quando a frota Inglesa se afastou para Leste tentando colocar a frota principal Argentina no caminho de seus subs. Ao sul o Belgrano não tinha tal cobertura.
Caro Guilherme, queria fazer apenas uma pequena retificação no texto. O A12 tem 4 cabos no Aparelho de Parada, enquanto o A11 tinha 6.
Parabéns pela reportagem, que traz uma nostalgia dos tempos românticos do “Mingão”.
Fabio,
Obrigado pelas suas observações, já retifiquei o texto da FAB.
FA
Ó Minas Gerais,ó Minas Gerais,quem te conhece não esquece jamais.ó Minas Gerais !
o Minas Gerais era operacional, enquanto o São Paulo…
Excelente reportagem, época de uma Marinha operativa.
Valeu pela matéria.
As aeronaves adquiridas pela MB são 04 células do C-1A Trader, que estão sendo modernizadas nos EUA para o padrão Turbo Trader.
Abs
Guilherme durante muito tempo o Minas Gerais foi o NAU capitânia da Armada e teve vários navios de escolta e algum exercício militar realizado com a FAB ou outras Forças o Grupo-Tarefa capitaneado pelo Minas Gerais conseguiu repelir esses ataques e em confrontos simulados com outras Marinhas conseguiu vence-las, Luis Martini suas histórias nesse casos são bem vindas.
Meu caro Guilherme, como veterano da Embarcada, queria te agradecer pela atenção à memória da minha unidade. Muito orgulho em relembrar, sempre, as nossas peripécias, e em vê-las consideradas e lembradas. Tenho certeza que é uma característica da enorme maioria dos outros ex-integrantes do Grupo, pelo que te agradeço. Permita, além disso, te pedir que consideres a possibilidade de me conceder o crédito pela foto do enganchamento, tirada num embarque realizado entre 27MAI e 06JUN91. Desde já te agradeço.
Nesse caso meus parabéns Sr, Luís Martini… com certeza um privilégio trabalhar no Minas Gerais.
Sr. Luis Martini Thiesen,
Agradeço o seu contato e fico feliz de ter um veterano do 1º GAE entre os nossos leitores.
A foto já está com os devidos créditos e, caso tenha mais fotos destes tempos de embarque no saudoso “Mingão” e que possa compartilhar com a gente no DAN, nos mande por e-mail, que teremos prazer em postar para manter viva a memória do 1º GAE.
Forte abraço,
Voces estão errados o que vai ser modernizado é outro modelo de aeronave tracker e serão só duas celulas!
Vendo essa imagem de dois tracker assim sobre o A-11 dá para perceber porque a marinha insistiu nessas aeronaves, elas são enormes! Operando duas já deve bastar para operar o navio por bastante tempo longe de casa fazendo delivery.
Agradeço ao DAN por poder apreciar esta belíssima reportagem.
Bons tempos, quando tínhamos uma Marinha que funcionava.
Assisti ao vivo estas maquinas de guerra manobrarem no Mingão (que considero o único que tivemos).
Da para acreditar que chegamos nesta situação nos tempos presentes????
…………..esse modelo foi modernizado pela Argentina em Israel e os brasileiros serão modernizados nos EU…..um ótimo avião…………
Não é este modelo de anv que a Marinha esta buscando comprar e modernizar?
Proud, é o próprio… mas o P-16 era ASW assim como o S2T e o C1-A é uma variante desse avião especializada em COD/AAR
Caro Gilherme,
Belíssimo registro. Excelente coletânea de fotos.
Obrigado por compartilha-las.
Saudações.
Obrigado RR!
FA