Por Guilherme Wiltgen
A convite da Marinha do Brasil (MB), o Defesa Aérea & Naval (DAN) está em Punta Arenas (Chile), e vai embarcar no NPo Alte Maximiano (H 41) para participar da OPERANTAR XXXIII, a mais complexa operação realizada pela MB.
Com previsão para suspender hoje (02.03) no final da tarde, e após navegar pelos canais chilenos, o “Tio Max” vai iniciar a travessia do “Drake” até a Baía do Almirantando, na Ilha Rei Jorge, onde se encontram o NapOc Ary Rongel (H 44) e os Módulos Antárticos Emergenciais (MAE), da Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF).
Pelos próximos 4 dias, o “Tio Max” será a base do DAN para mais uma cobertura do Defesa Aérea & Naval.
O DAN agradece a Marinha do Brasil e a Secretaria Interministerial para os Recursos do Mar (SECIRM), por esta oportunidade ímpar de poder conhecer o Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR) e de mostrar toda a sua importância aos nossos leitores.
traga nos uma matéria sobre o 14 X , tudo quieto estamos curiosos por noticia sobre esta tecnologia
Muito bem Wiltgen, que venham muitas informações ( como sempre ) e esclarecimentos sobre todo este projeto da MB no continente Antártico. Parabéns e boa viagem.
FA
este site está de parabéns……toda a equipe com excelente notícias em primeira mão e in loco ……
Outro assunto importante, sr. Editor, é a reduzida presença brasileira no local. A presença contínua de um país no continente austral é crucial para uma futura e eventual exploração de recursos naturais (em 2048 se dará a revisão do Protocolo de Madri), ou para a apresentação de reivindicações territoriais, se isso vier a ocorrer. Nos anos recentes, vê-se várias nações ampliando sua atuação na Antártida (Índia, Coreia do Sul), em certos casos com a construção de estações no interior do continente (China e Chile), enquanto o Brasil pena para manter sua única base, que, por sinal, fica situada fora do círculo polar (66⁰ 6/10 S).
O fato é que o Brasil não dá a importância devida à Antártida. Somos o sétimo país mais próximo do continente, e até o pequeno Uruguai já possui uma segunda estação lá, ainda que sazonal. Há iniciativas louváveis no interior, como os módulos brasileiros não tripulados Criosfera 1 e Criosfera 2 (este será transportado no próximo verão; aquele, conforme declarações do glaciologista Jefferson Cardia Simões, da UFRGS, receberia instalações para acomodar os pesquisadores em sua expedição anual).
De modo geral, contudo, a ciência antártica brasileira está voltada somente para a costa, mais precisamente para a área das pequenas ilhas Shetlands do Sul, já saturadas com quase vinte estações (na maioria de países pouco importantes no contexto antártico) e onde se produz, em grande parte, pesquisa de menor importância, quando comparada ao que fazem países como Chile, Argentina, Alemanha, Itália, Japão, França, Austrália, Rússia e Estados Unidos. Todos esses países têm mais de uma estação no continente (alguns têm várias) e, com exceção da Autrália, não limitam suas bases à zona costeira.
Trata-se, portanto, de área altamente estratégica, não somente pelos aspectos territoriais ou de exploração de recursos naturais, mas pela proximidade com o Atlântico Sul, zona de interesse brasileiro, e também pela enorme influência exercida sobre a América do Sul, em termos climáticos. Fica aí mais uma sugestão de pauta.
Como pauta adicional, sugiro ao DAN que apure o atual status da reconstrução da Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF), destruída pelo incêndio do dia 25 de fevereiro de 2012.
A respectiva licitação está atualmente suspensa para verificação da real capacitação das empresas concorrentes que foram inabilitadas (FCR Finland –Finlândia e Tecnofast/Ferreira Guedes –Chile/Brasil): apenas uma concorrente, a chinesa CEIEC foi considerada habilitada para realizar a construção. O procedimento já fora suspenso em dezembro de 2013, para alteração das especificações técnicas, e o primeiro edital, quando lançado, previa custos menores e participação exclusiva de empresas brasileiras, mas não teve interessados.
Mesmo que o Proantar/MB procure dar agilidade ao certame, trata-se de um procedimento complexo, que envolve valores públicos relativamente vultosos, sendo assim sempre suscetível a atrasos. Isso para não se falar nos aspectos logísticos envolvidos, que determinam que as atividades de construção somente possam ocorrer durante os meses de verão antártico – são necessários, pelas estimativas apresentadas, pelo menos dois verões para a conclusão da obra.
A previsão inicial de finalização da nova EACF apontava para março de 2015, e foi postergada em um ano (para março de 2016) quando o atual edital foi apresentado, em julho de 2014. Com o atual andamento do processo, em que ainda sequer o contrato foi assinado, já que falta verificar a capacidade técnica das concorrentes finlandesa e chileno/brasileira, é realista pensar-se que outros atrasos podem ocorrer.
Os MAEs (Módulos Antárticos Emergenciais) foram instalados em 25 de março de 2013, com vida útil prevista de 5 anos, devendo durar, portanto, até 2018. Eles são, de fato, a atual base brasileira na Antártida, mas fica a pergunta: conseguirá o Brasil erguer a nova estação antes da desativação dos MAEs? Penso que seria interessante uma cobertura que tratasse dessa questão.
Fique tranquilo que o DAN está cuidando disso com seus 2 editores. Em breve novidades.
O DAN se destaca por este alto nível em suas publicações onde reproduções são necessárias mas a originalidade impera. Parabéns ao DAN por mais esta conquista!
Obrigado Leonardo. Infelizmente desta vez apenas um editor foi, mas outros artigos virão.
Wiltgen, quando disse que estava para fazer uma matéria especial nunca imaginei que seria desta envergadura. Caramba!
Parabéns ao DAN.