Por Guilherme Wiltgen
O dia 12 de junho foi de intensas atividades na Passex com a Marine Nationale. Na parte da manhã, foram executados fainas tipicamente marinheiras, com a realização do Light Line e Leap Frog, e o período da tarde, foi dedicado às operações aéreas com as aeronaves AH-11A Super Lynx, do Esquadrão HA-1 embarcada na Fragata Nietrói, o IH-6B Jet Ranger, do Esquadrão HI-1 embarcado na Fragata Greenhalgh, e o SA319B Alouette III, da Flotille 22S embarcado na FASM Georges Leygues.
CROSS-DECK
Durante o briefing, realizado no COC da Niterói, o CC Alexandre Moura, acertou os últimos detalhes do voo e aproveitou para checar as características do convoo do Georges Leygues, antes de realizar o primeiro pouso a bordo. Durante este briefing, aproveitamos para solicitar à Marinha francesa, autorização para que desembarcassemos da aeronave no convoo, afim de fotografar o nosso Lince decolando e pousando no navio francês. Com o “AFI” (“Afirmativo”), nos dirigimos para o convoo da Niterói para embarcarmos no Super Lynx.
No convoo, a equipe do DAE (Destacamento Aéreo Embarcado), preparava a aeronave para voo, enquanto o CC Porto realizava o check pré-voo.
Antes do início de qualquer atividade aérea, o pessoal do DAE se organiza para realizar a Patrulha do DOE (Danos por Objetos Estranhos), rotina de segurança de voo onde todos ajudam a recolher qualquer objeto que se encontre no convoo, que possa ser arremessado pelos fortes ventos produzidos pelo rotor principal do helicóptero, vindo a causar danos em algum tripulante ou na própria aeronave.
Durante a realização do Cross-Deck com as Marinhas amigas, nossos pilotos tem a oportunidade de realizar pousos e decolagens em navios com convoos de variados tamanhos, formatos e diferentes circuitos de aproximação, assim como se familiarizar com os procedimentos dos orientadores estrageiros, facilitando a interoperabilidade da Marinha do Brasil quando em manobras internacionais.
Pontualmente as 13:30hs, decolamos com o Lince 09 da Fragata Niterói, para iniciarmos o cross-deck com a FASM Georges Leygues (D 640).
Assim que desembarcamos do Lince 09, fomos conduzidos pelo orientador francês para o interior do hangar, onde fomos recepcionados por uma tripulante do navio, que imediatamente nos condiziu ao passadiço da FASM Georges Leygues, onde fomos recepcionados pelo Captain Jean-Marin d’Hébrail, Comandante do navio, e pelo CC Andrade, oficial de Ligação da MB, para acompanhar os exercícios junto com a Marine Nationale.
Neste curto espaço de tempo, o Captain d’Hébrail, contou rapidamente um histórico do navio, quando atuava como fragata antissubmarino e agora, integrada à Missão Jeanne d’Arc.
Após a atenciosa recepção, voltamos ao hangar para continuar o cross-deck a bordo do Lince 09.
Enquanto isso, o SA319B Alouette III realizava o cross-deck com a Fragata Greenhalgh e o IH-6B com a Niterói.
Encerrado o cross-deck com a Georges Leygues, nos dirigimos à Fragata Greenhalgh, a aeronave francesa para a Niterói e o IH-6B para o Georges Leygues, para mais vários pousos e decolagens, circuitos e aproximações por ambos os bordos da fragata.
Completado o exercício com a Fragata Greenhalgh,iniciamos o nosso retorno à Niterói, assim como todas as aeronaves envolvidas também retornaram para seus navios base, encerrando o Cross-Deck.
Trânsito sob ameaça submarina com participação do P-3AM
As 16:30Hs, o GT entrou em trânsito sob ameaça submarina, na aérea designada “POLUX”. Afim de garantir a segurança do Submarino Tamoio (S 31), foi acertado que a FASM Georges Leygues não utilizaria o seu VDS (Sonar de Profundidade Variável) DUBV 43C, durante todo o exercício, que durou 4 horas.
Assim como tem ocorrido em outros exercícios da MB, o P-3AM Orion, do 1º/7º GAV (Esquadrão Orungan) da Força Aérea Brasileira (FAB), também participou deste, tendo a bordo um observador da MB, assim como no Tamoio também embarcou um observador da FAB.
Tiro antiaéreo sobre Granada Iluminativa (GIL)
Das 20 até as 22:30hs, os navios se posicionaram para realizar o exercício de tiros contra granada iluminativa (GIL), já em outra aérea pré-definida, designada “Vega”.
Coube a Niterói fazer o disparo da GIL com o canhão de 4,5 polegadas, inicialmente por bombordo e depois por boreste. Assim que a mesma foi disparada e abriu no céu escuro, iluminando de laranja a superfície do mar, todos os navios abriram fogo, com a Niterói atirando com o seu canhão Trinity, de 40mm, com excelentes resultados. Só era possível ver as traçantes cortando o breu da noite em alto mar.
As Fragatas da Classe Niterói, receberam, durante a ModFrag, dois reparos simples Bofors SAK CIWS Mk3 40 mm/L70 (um de cada bordo), operado por controle remoto, o que proporcionou uma melhora sensível na precisão de tiro.
Trânsito sob ameça de superfície
Finalizando o segundo dia da PASSEX, no período compreendido ente as 24:00hs até as 4:00hs da manhã, os navios realizaram treinamanto de trânsito sob ameaça de superfície.
Com o NPa Grajaú (P 40) como figurativo inimigo, foi simulado um ataque ao GT como se fosse um “Fast Attack Craft”, armado de mísseis antinavio. O helicóptero AH-11A Super Lynx também participou, realizando missão de esclarecimento noturno e ataque. Durante os voos de esclarecimento noturno o Lince 09 utilizou, além dos seus sensores, o FLIR, conseguindo uma identificação positiva do alvo, mantendo uma distância segura, preservando a sua posição e a do GT, evitando assim de emitir sinais eletrônicos desnecessários.
NOTA do EDITOR: Mais sobre a Fase Naval, será abordada na próxima parte desta cobertura sobre a PASSEX.
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Sim, existe uma diretora de tiro que trava no alvo.
Prezados,
Vocês colocaram que o canhão Bofors CIWS MK3 40mm como operado por controle remoto. Por acaso ele também é operado na Niterói por guiagem radar?