Entre os equipamentos que serão exibidos estão o Simulador do Míssil Superfície-Superfície Antitanque MSS 1.2 e o Simulador Tático de Consciência Situacional para Sistemas de Data-Link
A Odebrecht Defesa e Tecnologia e sua subsidiaria Mectron participam, pelo terceiro ano consecutivo, da 3ª edição da Mostra da Base Industrial de Defesa (BID), que acontece de 2 a 6 de setembro no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília.
Nesse evento será exibido o Simulador do MSS 1.2, míssil superfície-superfície antitanque, o SimTCS – Simulador Tático de Consciência Situacional para Sistemas de Comunicação por Enlace de Dados (Data-Links), além de modelos de outros produtos. ODT e Mectron também terão produtos em exposição no estande da Força Aérea Brasileira, como o MAA-1B, míssil ar-ar de curto alcance de quarta geração, e o MAR-1, míssil ar-superfície antirradiação.
Para Antonio Chaves, Responsável por Relações Institucionais da Mectron, a participação neste evento é importante, pois é mais uma oportunidade para ODT e Mectron apresentarem suas expertises, produtos e serviços a um público especializado envolvendo autoridades e representantes das Forças Armadas nacionais e estrangeiras. “Esta deve ser a maior edição desde o seu lançamento, em 2012, o que demonstra a crescente importância do setor e do número de empresas que produzem tecnologia de ponta no Brasil, em alinhamento com as diretrizes estabelecidas na END – Estratégia Nacional de Defesa.”
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Um míssil antitanque de infantaria precisa ser leve (máximo de 20 kg com o tubo) para que possa ser transportado por um homem, mas precisa ter uma ogiva pesada (pelo menos uns 5 kg) e calibrosa (acima de 110 mm) para que possa perfurar e neutralizar um carro de combate de 50 t.
Moral de estória: sobra pouco “espaço” pro motor e ele fica lento (subsônico) e com alcance reduzido (máximo de 4 km).
Já um míssil sup-ar de infantaria (manpads) precisa ser leve, pra poder ser transportado por um homem, mas por outro lado sua ogiva não precisa ser grande e nem ter grande diâmetro.
Moral de estória: sobra mais espaço para o motor e o míssil fica mais aerodinâmico, o que resulta em maior alcance (5 km +) e velocidade supersônica (Mach 2+)
Só como exemplo usando os mísseis citados, um MSS1.2 pode atingir um helicóptero pairado ou uma aeronave muito lenta e próxima, mas seu envelope operacional (alcance, velocidade e manobrabilidade) o limita na função antiaérea contra qualquer outra ameaça aérea.
Já o RBS-70 possui uma ogiva HEAT (carga oca) com 90 mm de diâmetro, revestida com 3000 balins, pesando cerca de 1 kg, o que limita sua eficácia contra pesadas blindagens dos MBTs, mas o torna terrível contra qualquer outro alvo no campo de batalha.
Ou seja, se um exército contar só mísseis RBS-70 não terá como neutralizar os MBTs. Se contar só com o MSS 1.2, não terá como neutralizar a maioria das ameaças aéreas.
Se formos unir as duas coisas: uma ogiva grande e pesada com um motor grande e potente, teremos um míssil supersônico com uma ogiva poderosa, só que aí o míssil fica grande e pesado, como o Hellfire, o ADATS ou o Spiral.
Excelente explicação, obrigado Bosco.
Não adianta nossas empresas de defesa desenvolverem produtos no estado da arte , se seu principal cliente não adquiri em grandes quantidades ( NESSE CASO AS FAA,s NACIONAIS ).
Uns exemplos de equipamentos nacionais que foram desenvolvidos e não adquiridos são ALAC ; GUARÁ.
O incrivel é que para aquisições externas há verbas , como no caso do RBS-70 , que em suma possui a mesma tecnologia de nosso MSS 1.2.
Essa situação só acarreta desnacionalização de nossa remanescentes empresas de defesa.
Ao passo que mundo a fora , os equipamentos desenvolvidos IN HOUSE , são os que recebem maiores enconmendas .
Foxtrot,
Não é bem assim…
O RBS-70 é um sistema que nasceu para um propósito diferente, tendo agregado a si outros sistemas necessários a sua operação para o meio específico em que se destina ( que é ser eminentemente um sistema anti-aéreo ), tal como o IFF. O míssil Bolide, com seu alcance maior e ogiva de fragmentação ( pré fragmentada ), também seria mais adequado para essa tarefa.
Mas é inegável que o sistema de guia e orientação do MSS 1.2, pelo que eu entendi do sistema brasileiro, o torna essencialmente um SACLOS, tal como sistema sueco… O MSS 1.2 também poderia, em teoria, ser utilizado contra aeronaves, mas é improvável que o faça com a mesma eficácia por conta de sua ogiva de carga oca de explosivo HMX ( que não seria a mais indicada para ameaças aéreas ).
A torre 7,62 mm REMAX para os Guarani deveria estar exposta no evento e também um protótipo da TORC 30 que está prevista para o ano que vem, outra que deveria ser mostrada com orgulho é a Arma Leve Anti Carro (ALAC) desenvolvida pelo CTEx e com certeza também um protótipo do novo Sistema de Acompanhamento de alvos aéreos Baseado em Emissão de Radiofrequência (SABER M200) , esse que deveria ser prioridade do CTEx, quem sabe teremos alguma novidade nesta 3ª edição da BID Brasil.