O comandante do Exército, general Enzo Peri, afirmou esperar que o governo libere recursos orçamentários até o fim do ano para projetos considerados estratégicos para a área de defesa tocados pelo Exército, entre os quais o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron), Projeto Guarani e Astros 2020.
“Temos esperança de que até o fim do ano outros descontingenciamentos venham favorecer nossos projetos estratégicos”, disse o general, após participar em Brasília de cerimônia em comemoração ao Dia do Soldado, destacando que foram autorizadas duas liberações de recursos desde o bloqueio orçamentário anunciado no início do ano. “Embora (os projetos) estivessem no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), este ano, pela primeira vez, foram atingidos (pelo bloqueio de recursos), mas temos essa expectativa, essa boa esperança”, afirmou Peri.
O contingenciamento de verbas e cortes orçamentários atingiram os principais projetos da área de defesa este ano, conforme reportagem publicada ontem. Do total previsto para 2014, o Ministério da Defesa informou ter empenhado 88%, pouco menos de R$ 4 bilhões, mas efetivamente pagou 36%, cerca de R$ 1,5 bilhão. Empresas do setor se queixam do ritmo de liberação dos recursos.
FONTE: Valor Econômico – Por Bruno Peres.
O general tá reclamando de falta de verbas?, pois ele que se prepare. Caso as pesquisas que estão publicando por aí estejam corretas, já temos nova presidente. Pelo histórico dela, o soldado do futuro do Exército brasileiro combaterá com arco e flecha, borduna e zarabatana.
Dando sequencia ao meu comentário anterior, as FFAA deveriam se concentrar na sua atividade fim que é a defesa da Nação, e para tal função se aparelharem. Nessa linha, descartam-se os caros meios de projeção de poder. Em tempos de paz (e vacas magras), reduzir custeio significa maximizar recursos. Assim, a FAB poderia, por exemplo, extinguir o GTE e transferir o 1º/2º GAv para Brasília, sendo que este assumiria as aeronaves e função de transporte presidencial.
Eu, particularmente, acredito que os contingenciamentos de recursos para satisfazerem as necessidades operacionais das Forças Armadas estejam mais associadas às políticas internas de gerenciamento de questões fundamentais nas áreas de conhecimento científico, absorção de tecnologia de ponta, infraestrutura inadequada, capacitação de pessoal, logística favorável, parque tecnológico compatível, mobilizações política-sociais, entraves burocráticos, etc, do que mais especificamente à falta de recursos do tesouro nacional ou a sua simples liberação. Pois, dinheiro existe e todos nós sabemos disso.
Os contingenciamentos, parecem fazer parte de uma estratégia de negócio. Por outro lado, temos que entender as nossas próprias limitações em pesquisa e inovação, daí estarmos sempre buscando a tal de transferência de tecnologia e essa danada é cara prá chuchu…e remete a parte interessada em recebê-la a uma série de dúvidas razão. também, pelas quais os contratos demoram a ser assinados e mesmo depois disso, há sempre uma pulga atrás da orelha. Mesmo assim estamos avançando, talvez não com a velocidade que muitos gostariam, isto é o Brasil ame-o ou deixe-o !!
Contingenciamento de verbas para a Defesa sempre ocorreu, com o agravamento da crise fiscal o GF deve arrochar mais ainda. Por outro lado, dada a quantidade de projetos que as três Armas assumiram (alguns questionáveis do meu ponto de vista), cada Arma deveria focar em um projeto prioritário e canalizar as escassas verbas para sua implantação. Como exemplo, creio que a Marinha deveria focar nos NaPa 500 e submarinos convencionais em detrimento da reforma do Opalão e guarnição aérea e do SubNuc, o Exército no projeto Guarani e Sisfron e a FAB na aquisição dos Gripen (inclusive cancelar a modernização dos A-1 e adquirir mais unidades do Gripen). Também ajudaria a racionalização de recursos como medida de economia (por exemplo um centro único de instrução e treinamento de pilotos de helicóptero e uma única escola preparatória de cadetes para as três Armas).
Como que o governo quer que os empresários invistam no setor de defesa se para liberar as verbas é um Deus nus acuda.
“Temos esperança de que até o fim do ano outros descontingenciamentos venham favorecer nossos projetos estratégicos”
Sei não, com essas eleições por vir, qualquer coisa serve de munição para o adversário político do governo, poderão vir com aquele papo, “O governo não investe na saúde mas está gastando milhões com armas”, dessa forma o GF deverá optar por aguardar, sempre foi assim com decisões delicadas em época eleitoral.