Por Fernando Scheller
Consórcio liderado pela empresa ficará responsável por sistema que trará mais tecnologia ao monitoramento das fronteiras do País
A Embraer levou a melhor na disputa pelo contrato do novo sistema de monitoramento de fronteiras do Exército, o Sisfron, estimado em cerca de R$ 12 bilhões, que se estende por dez anos. O projeto havia atraído a atenção de vários pesos pesados, como a Odebrecht, a Queiroz Galvão e a Andrade Gutierrez, que participavam da disputa em associação com grandes grupos internacionais de defesa e tecnologia.
O consórcio Tepro, que saiu vencedor, é liderado pela Savis Tecnologia e Sistemas e pela Orbisat Indústria e Aerolevantamento – as duas empresas são controladas pela Embraer Defesa e Segurança. O contrato envolve o fornecimento de equipamentos e a construção de novas instalações para os quase 17 mil quilômetros de fronteira seca do País. A área inclui as divisas com 11 países, englobando 12 Estados brasileiros e cerca de 27% do território nacional. Um dos objetivo do Sisfron é dar mais agilidade ao combate ao crime organizado, como o contrabando e o tráfico de drogas.
A decisão anunciada ontem pelo Exército considerou o Tepro o único consórcio apto a levar o empreendimento adiante. De acordo com comunicado divulgado pela Embraer, agora começa a fase de ajuste de valores do contrato, o que pode alterar um pouco o valor final do Sisfron.
Em um primeiro momento, o trabalho ficará restrito à região Centro-Oeste, com a instalação de equipamentos em uma área que ficará a cargo da brigada de fronteira baseada em Dourados (MS). Segundo apurou o Estado, a implantação do plano começará pela região por causa da maior facilidade de instalação das antenas, radares e sensores que permitirão o monitoramento em tempo real das fronteiras.
À medida que o projeto se desenvolver, a Embraer será obrigada a fazer investimentos complexos em infraestrutura, com a instalação de antenas em regiões de mata fechada, por exemplo. Segundo especialistas na área, isso provavelmente exigirá a parceria com empreiteiras para obras de engenharia.
Além de integrar as diferentes tecnologias a serem usadas – que poderão ser fornecidas, em parte, por companhias estrangeiras -, a Embraer também terá de construir a infraestrutura e levar o número de pelotões de fronteira de 21 para 49. O projeto inclui também o uso de veículos aéreos não tripulados, que, junto com os radares, ajudarão os pelotões a monitorar atividades suspeitas nas fronteiras à distância.
Escolha. A opção pela Embraer pode ser entendida como uma forma de proteger não só a propriedade intelectual da tecnologia aplicada no monitoramento, mas também como uma maneira de evitar que informações sigilosas sobre a segurança das fronteiras do País caiam nas mãos de grupos estrangeiros.
Uma das exigências do governo em projetos para a área de segurança nacional é a transferência irrestrita da tecnologia de todos os softwares e hardwares utilizados. Para assegurar esse direito, o governo estaria até disposto a desembolsar um valor maior no contrato.
Para a Embraer, o contrato significa a garantia de uma receita considerável durante um período relativamente longo. A empresa não ficará, porém, com todos os repasses do governo – terá de remunerar tanto as fornecedoras de equipamentos quanto as empresas que contratar para obras de engenharia.
A área de defesa vem ganhando espaço dentro da Embraer, que registrou lucro de R$ 114,8 milhões no segundo trimestre de 2012, queda de 25% em relação ao ano anterior. A receita, porém, subiu 56% na mesma comparação, atingindo R$ 3,385 bilhões. O mercado de defesa representou 15,6% do faturamento entre abril e junho de 2012, ante 14,7% do segundo trimestre do ano passado.
Na mesma comparação, a participação da aviação executiva diminuiu de 18,2% para 15,5% da receita. A maior parte do faturamento da Embraer continuou a se concentrar na aviação comercial, cuja fatia subiu para 68,1% no segundo trimestre, ante 65,4% de igual período de 2011.
FONTE: O Estado de São Paulo
Eu acho trágico, ainda mais lendo esse trecho: “O projeto havia atraído a atenção de vários pesos pesados, como a Odebrecht, a Queiroz Galvão e a Andrade Gutierrez, que participavam da disputa em associação com grandes grupos internacionais de defesa e tecnologia…” São as empresas mais corruptas e inescrupulosas do mundo, estamos mal se elas estão no páreo, então não tenho dúvidas que esse dinheiro vai para campanha política, essas “empresas” são o lixo do lixo do lixo, estão envolvidas em todos os esquemas de corrupção das últimas décadas.
Devagar quase parando
Estamos centralizando demais essas atividades na mão de uma única empresa, a prudência recomenda dividir isso com pelo menos uma ou mais empresas. A Embraer deveria cuidar de questões de monitoramento aéreo aerotransportável, aviação de combate e transporte. Aliás, já está na hora de aproveitarmos um dos programas militares para fomentarmos mais uma empresa. Se fosse do MD, eu teria incentivado a união da AKAER com a Avibras e a ODS.
Até mais!!! 😉
Será que agora aumentou a possibilidade de um KC-390 AEW ?
Tudo ali na mesma casa, eu mesmo fabrico e compro de mim mesmo e ainda dou manutenção. Dinheiro para o desenvolvimento vai ter e a necessidade do aparelho existe, está aí então…
Os gráficos demonstram que a área de vigilância é retrita mas sinceramente acho que a capacidade de vigilância deveria ser muito maior, ninguém pagaria 12 bilhões para ter uma Linha Marginot… vai saber.
Verdade mesmo caro colega Stadeu, mas acredito que como está sendo implantando equipamentos novos na totalidade da área de vigilancia o alcance dos sensores certamente ultrapassa o limite das fronteiras secas, porém divulgar isso ou requisitar esse parametro no edital não soaria bem aos nossos vizinhos que se sentiriam invadidos e seria anti ético mas na realidade todos nós sabemos que é assim que funciona.
Dessa forma não será uma Linha Maginot e sim uma Redoma Maginot e não ofereceremos a possibilidade do inimigo simplesmente contornar pelas Ardenas
Entendo que deveríamos ater visão total da América do Sul, uma grande faixa do Atlântico e também do Pacífico, como parte da Unasul o Brasil teria interesse em fornecer informações em tempo real a seus componentes .
Stadeu, vale lembrar que os radares de alerta antecipado do SIVAM conseguem por vezes captar aeronaves até sobre o Caribe, inclusive cooperamos com países fronteiriços em seu controle aéreo. Não vejo porque seria diferente agora. Mesmo porque simplesmente não existe como fazer uma rede de sensores e radares defensivos na fronteira sem que se ganhe capacidade de monitorar os países vizinhos. Mas é claro, não existe sentido em sair por ai gritando essa capacidade, é melhor fingir que não tem e os nossos vizinhos fingem que não sabem.
Lucas Senna, sabe como é , é bom saber, é bom lembrar e muito importante falar, e falando em falar :
“””””””Según el periódico panameño La Estrella, el gobierno de Juan Carlos Varela decidió suspender el proyecto de instalación de 19 radares italianos y prepara acciones legales contra la empresa Selex, filial de Finmeccanica. La decisión la anunció el ministro de Seguridad Pública, Rodolfo Aguilera.”””””
E ainda tem general que acha que não se investe em defesa no Brasil.
O alarme vai soar, agora tem que melhorar o tempo que a polícia vai levar para chegar ao local do crime!
Os gráficos e o texto parecem indicar que a reportagem é de 2012, é isso mesmo?
Bom, parece que agora vai finalmente sair do papel o sistema que o Brasil já deveria ter em funcionamento pleno!
Sds.