Comando da Força de Submarinos
A obstinação do homem em possuir um engenho dotado de capacidade de ocultação para surpreender e destruir precede à própria concepção do Princípio de Arquimedes – século III a.C.
Os séculos XVI, XVII, XVIII e, notadamente, o século XIX foram palco de experimentações, as mais diversas, para dotar um barco da propriedade de submergir com o propósito de possibilitar o seu emprego bélico.
O avanço tecnológico observado no desenrolar da Primeira Guerra Mundial propiciou profunda transformação no submarino. Os pequenos barcos utilizados para fins limitados se tinham transformado em navios de considerável raio de ação. O submarino não mais se confinava ao papel defensivo, afirmara-se como arma dissuasória por excelência. Desde o emprego em guerras, o submarino afundou mais navios do que qualquer outro meio de destruição.
O Brasil não passou alheio ao desenvolvimento da tecnologia de submarinos. Destaco o gênio inventivo de um dos precursores no projeto de submersíveis no País, o Tenente Engenheiro Naval Emílio Júlio HESS, que cedo discerniu que “é o valor militar que justifica o submarino e define sua importância como arma de guerra”. O Programa de Construção Naval de 1904, por entender assim, comportou a encomenda de três submersíveis da Classe “Foca” e um Navio Tender ao estaleiro italiano Fiat – Saint Giorgio, sediado em La Spezia.
Em 17 de julho de 1914 era criada, por decreto do Exmo. Sr. Almirante Alexandrino de Alencar, a Flotilha de Submersíveis, provar, por absoluto, profundo conhecimento profissional, técnica apurada, boa higidez e moral elevado. A adaptabilidade a condições de desconforto de qualquer natureza, um acurado espírito cooperativo e camaradagem são habilidades desenvolvidas que terminam por nos fazer um tanto destemidos em presença do risco.
A Força de Submarinos é, pois, morada da abnegação, da devoção extrema, do amplo sacrifício em prol do aprestamento adequado ao cumprimento de sua destinação. Sua trajetória centenária está marcada por sobrepujar um rol intérmino de desafios e aí reside o que nos credencia a absorver a preparação e a capacitação requeridas para operar o primeiro submarino com propulsão nuclear projetado e construído no Brasil, por brasileiros.
Encerro ao expressar os meus cumprimentos e a minha gratidão as senhoras e senhores submarinistas honorários, em especial aos ora agraciados, bons companheiros e belos amigos que temos, que dedicados e no anonimato se ocupam e contribuem para a subsistência de uma força naval submarina moderna, crível e aprestada para defender o patrimônio brasileiro no mar e os caros interesses da nossa gente. Reitero, por fim, que reside aqui o alicerce da defesa marítima do Brasil.
Glória à Flotilha!
MARCOS SAMPAIO OLSEN
Contra-Almirante
Comandante
Só falta submarinos ,se é que alguém me entende.