Projetos querem fazer do equipamento um gadget acessível
‘Selfie’ do futuro
Se um consumidor é apresentado a um novo gadget, certamente vai querer usá-lo para tirar fotos de si mesmo. E isso vale para os drones, veículos aéreos não tripulados, que há anos são usados para fins militares e, agora, quando se tornam cada vez menores, podem chegar ao admirável mundo do consumo de massa.
Na semana passada, dois projetos alcançaram marcas notáveis no site de crowfunding (financiamento comunitário) Kickstarter com a ambição de permitir às pessoas comuns fazerem Selfies via drones. O Hexo Plus, que se anuncia como “sua câmera aérea autônoma” é compatível com uma câmera GoPro – marca popular entre os praticantes de esportes radicais – e se propaga como “um drone inteligente que segue e filma você automaticamente”.
Ele tem um concorrente igualmente criativo. O AirDog, como o próprio nome diz, promete fazer do drone um novo cão de estimação, que segue seu dono onde quer que ele vá, tira fotos e filma enquanto isso.
Futurologia? Não para quem se dispôs a pagar para financiar esse projeto. O Hexo Plus esperava levantar US$ 50 mil via crowfunding. Em apenas três dias, levou mais de US$ 700 mil. O AirDog também superou rapidamente sua meta de US$ 200 mil.
No Festival Internacional de Publicidade de Cannes, semana passada, o Twitter ofereceu uma demonstração da empresa Dronie, com conta patrocinada no microblog, que permitia ao público do evento a fazer videos Selfie de graça por meio de drones.
Os drones já são usados por imobiliárias, para fotografar imóveis; por produtores rurais, para checar as condições da lavoura e, pelo menos na imaginação de alguns executivos da Amazon, poderão no futuro entregar encomendas.
Mas seu uso em larga escala nos populares Selfies pode trazer sérios desafios ao controle de tráfego aéreo.
Em abril, um atleta de triatlon australiano foi atingido por um drone que fotografava o evento. No ano passado, o Congresso americano solicitou à Federal Aviation Administration (FAA, agência regulatória de aviação civil) que criasse regras para permitir o uso seguro de drones nos Estados Unidos e deu um prazo até setembro de 2015.
Professor de direito na Universidade de Washington e especialista em robótica, Ryan Calo afirma que os acidentes se tornarão menos comuns à medida que os drones estão se sofisticando e se tornando mais seguros e autônomos.
Por enquanto, seu conselho é: voe com precaução.
FONTE: O Globo