Reunidos nas instalações da Fábrica Argentina de Aviões (FAdeA), em Córdoba, norte do país, representantes do Brasil, Argentina, Venezuela e Equador trabalham no desenvolvimento conjunto da primeira aeronave de defesa da União Sul-Americana de Nações (Unasul). A iniciativa do Avião Regional de Treinamento, que está na fase de prospecção de financiamento, tem o objetivo de fomentar a integração continental e fortalecer a indústria de Defesa na América do Sul.
Quatro empresas brasileiras participam do projeto Avião Regional: Novaer, Akaer, Flight Technologies e Avionics – todas credenciadas como empresas estratégicas pelo Ministério da Defesa por desenvolverem tecnologias indispensáveis ao Brasil.
A aeronave será utilizada pelos militares sul-americanos para treinamento primário básico: primeiro contato do piloto militar com a aviação. Representantes dos quatro países envolvidos no consórcio já levantaram os requisitos técnicos indispensáveis ao Avião de Treinamento, bem como quais serão os custos do projeto. O momento agora é o de estruturar o financiamento que, no Brasil, deverá ser feito por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
“Entramos na fase pré-contratual e estamos encerrando os requisitos técnicos, logísticos e industriais do sistema. Depois disso poderemos realizar o contrato de desenvolvimento”, explica o coronel Ricardo Roquetti, representante do Ministério da Defesa no comitê técnico e no escritório gerencial do consórcio responsável pela produção da futura aeronave.
UnasurAero
Para viabilizar o projeto, será criada no próximo semestre a sociedade anônima “UnasurAero”. A corporação permitirá que as empresas envolvidas no projeto possam ser contratadas e remuneradas pelos materiais e equipamentos fornecidos.
“Os países envolvidos vão fazendo os pagamentos por etapa para a Unasur Aero, que posteriormente vai contratando as empresas com relação aos seus pacotes de trabalho”, explica o coronel Roquetti.
De acordo com o coronel, o Brasil deverá colaborar com cerca de 62% dos subsistemas. A fase de desenvolvimento do projeto terá um custo aproximado US$ 60 milhões. Com isso, pelo menos US$ 36 milhões serão destinados às empresas brasileiras. As empresas argentinas deverão participar com 28%, e as equatorianas e venezuelanas com 5% cada.
“Nosso trabalho é propiciar para as empresas brasileiras um ambiente de previsibilidade e confiança”, completa.
Demanda inicial
O gerente do Departamento de Produtos de Defesa (Deprod) do Ministério da Defesa, coronel Hilton Grossi, destaca que o projeto, ainda em fase de desenvolvimento, já conta com uma demanda inicial de 92 aeronaves, sendo que 50 deverão ser adquiridas pela Argentina, 24 pela Venezuela e 18 para o Equador.
Segundo Grossi, a Força Aérea Brasileira (FAB) não planeja a aquisição da aeronave, por não estar em fase de substituição da sua frota de treinamento. Entretanto, assegura que o projeto trará benefícios de médio e longo prazo à área de Defesa Brasil.
“Nosso grande objetivo é fortalecer a nossa capacidade produtiva e fomentar as indústrias nacionais estratégicas de defesa. Quanto mais tecnologia um país tem, mais autônomo ele fica”, analisa.
Montagem
Após a etapa de desenvolvimento, o projeto entrará na fase de produção, na qual as empresas de cada país contribuirão de alguma forma. Em princípio, as brasileiras participarão com as asas equipadas (Akaer), trem de pouso (Novaer) e painel de equipamentos (Avionics e Flight Tecnologies). A participação das empresas argentinas será com as portas, hélices, montagem de motor e assentos ejetáveis.
Benefícios
Para o Brasil e suas empresas, o projeto se apresenta como uma oportunidade de consolidar sua liderança regional, além de propiciar o ingresso de empresas nacionais em mercados normalmente dominados por chineses, russos e israelenses.
O programa também ajudará a desenvolver a indústria de defesa argentina, atualizando seus processos de gestão e tendo acesso às melhores práticas exercidas por nossas empresas. Além disso, vai suprir a necessidade operacional de 50 aeronaves para a Escola de Aviação Militar da Argentina.
Para o Equador e Venezuela, a grande vantagem é a participação em um processo de desenvolvimento, o que deverá fortalecer as indústrias desses países, além de suprirem suas necessidades operacionais de aeronaves de treinamento.
O projeto está completamente alinhado com a Estratégia Nacional de Defesa e o com as diretrizes do MD no esforço de fortalecimento da cooperação e do desenvolvimento regionais.
FONTE: ASCOM
Geopolítica é isso mesmo, certíssimo.
Agora só uma perguntinha, os assentos ejetores, esse é o grande lance, se for por parte da Argentina deve ser russo, nada contra e muito pelo contrário, eles trocaram os seus assentos ingleses a tempos atrás, aliás sabiamente porque esses assentos que tem no Brasil também , não funcionam em altitude zero, veja as notícias anteriores que deram em ejeção = a caixão, inclusive na AFA .
No you tube tem matéria sobre isso e vê-se claramente que assento inglês na Inglaterra funciona , mas pra nós não dá nem tempo de dizer amém quanto mais rezar o Pai Nosso.
ABS.
Será que não rola um LIFT não? Estilo o F5? March 1.3+, radar 120km+(De pref. AESA) e 4,5t de armas não? Ou quem sabe um L159 mais forte um pouco, subsônico, sei lá. Aí valeria a pena. Sem contar que teria vendedor no mundo inteiro até para forças mais simples.
Já ví esse filme antes, aí um país começa a não cumprir o prometido, começa a desandar o projeto e todos sabem que é um projeto simplesmente político. Aviões desse tipo Brasil e sua fábricas produzem com os pés nas costas.Não ví vantagens tecnológicas, mas políticas deve ter bastante.
As “vantagens tecnológicas” existem sim,
através das encomendas feitas às empresas brasileiras, destinadas a suprir 62% dos componentes destas 92 aeronaves.
Esta demanda criada pelo UNASUR, vai ajudar na sustentabilidade econômica da Akaer, Novaer, Avionics e Flight Tecnologies, que são empresas nacionais de tecnologia da industria aeronáutica.
Mas foram fazer um projeto logo em uma área saturada, já tendo vários modelos novos ou para modernizar. Deveriam lançar pela UNASUL um projeto mais ousado, quem sabe um avião de patrulha marítima ou caça de ataque leve, ou qualquer outra coisa mais simples que um caça principal e mais evoluída que esse aviãozinho.
Uma ótima notícia da integração da América Latina , o certo agora é adentrar mais países da AL no programa.