Pretória, 21/03/2014 – Brasil e África do Sul vão intensificar as ações de cooperação na área de Defesa. Nos próximos meses, será ampliada a oferta mútua de cursos de formação de praças e oficiais em escolas militares dos dois países. Também serão iniciadas tratativas e trocas de informações nas áreas de cibernética e de inteligência.
As medidas foram anunciadas pelos ministros da Defesa dos dois países, Celso Amorim e Nosiviwe Mapisa-Nqakula, durante reunião realizada nesta quinta-feira (20/03) na sede do Ministério da Defesa da África do Sul, em Pretória, capital do país. Para concretizar a parceria e assegurar o andamento das ações bilaterais, foi acertada a realização de uma reunião anual entre os ministros.
O detalhamento do quantitativo de vagas para formação de militares, assim como a definição da agenda de encontros para tratativas dos assuntos que integrarão o conjunto de ações de fortalecimento da cooperação serão realizados nos próximos meses.
Brasil e África do Sul mantém uma forte parceria bilateral em áreas diversas. Na Defesa, os dois países mantém intercâmbios de formação de oficiais, realizam exercícios militares conjuntos e desenvolvem, há quase uma década, projetos comuns de equipamentos de defesa.
Para Celso Amorim, Brasil e África do Sul são “parceiros ideais em defesa”. De acordo com o ministro, além de terem visões geopolíticas semelhantes, os dois países adotam postura independente no mundo, estão em estágios semelhantes de desenvolvimento, e também possuem desafios e necessidades comuns no campo tecnológico.
Míssil de quinta geração
O principal projeto militar bilateral é o míssil ar-ar de quinta geração A-Darter. Projetado para ser utilizado pela aviação militar de ambas as nações, o A-Darter encontra-se em sua fase final de desenvolvimento, etapa que inclui estudos para industrialização do equipamento.
O A-Darter é um míssil de curto alcance, projetado para atingir alvos aéreos em até 12 km. O equipamento tem componentes fabricados na África do Sul e no Brasil, com ampla transferência tecnológica e integração entre as indústrias dos dois países. A participação brasileira no projeto envolve as empresas Avibrás, Mectron e Opto. Pela parte sul-africana, a responsabilidade é da empresa Denel – estatal que responde pelos principais projetos de defesa do país.
Pela parte brasileira, a gerência do contrato de desenvolvimento do A-Darter cabe à Comissão Coordenadora do Programa de Aeronave de Combate (Copac) da Força Aérea Brasileira (FAB). Atualmente, o Brasil mantém nove militares na sede da empresa, nos arredores de Pretória, aos quais cabe a tarefa de acompanhar o atual estágio do projeto.
Segundo os engenheiros brasileiros e sul-africanos que trabalham na atual fase do projeto, o míssil deverá ser finalizado no segundo semestre de 2015. Os testes do equipamento já estão sendo realizados nos aviões Gripen da Força Aérea da África do Sul. Segundo especialistas, esse fato deverá acelerar a integração do armamento à aviação militar do Brasil, uma vez que o país contará, a partir de 2018, com versão mais moderna do Gripen, a NG, em sua frota.
Cooperação Sul-Sul
Desde 2006, quando foi assinado o contrato para desenvolvimento do equipamento, o Brasil enviou 64 profissionais civis e militares à África do Sul, a maioria engenheiros, para participar diretamente do projeto. “Esse é o tipo de cooperação sul-sul que procuramos”, celebrou o ministro Celso Amorim durante visita às instalações da Denel, local onde pôde ver o protótipo do A-Darter.
O projeto do míssil A-Darter foi citado expressamente durante a reunião bilateral entre Amorim e Mapisa-Nqakula como exemplo de parceria bem-sucedida. “A cooperação sul-sul é prioridade em nossa política externa”, disse a ministra sul-africana, ressaltando também a importância da troca de informações e da realização de exercícios militares conjuntos com as Forças.
Em comunicado divulgado à imprensa, os ministros mencionaram a disposição de Brasil e África do Sul em fortalecer a relação entre as indústrias de defesa dos dois países. Uma das possibilidades nesse campo é o desenvolvimento conjunto de um novo míssil ar-ar de longo alcance – até 100 km.
Os dois ministros também renovaram o compromisso estratégico de cooperar multilateralmente no âmbito da Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul (Zopacas), e por meio de exercícios navais no âmbito do IBSA-MAR, organismo que reúne os dois países mais a Índia. Mapisa-Nqakula mencionou as preocupações da África do Sul com as ameaças à segurança do Atlântico Sul, a exemplo das ações de pirataria. Ela ressaltou que a região é uma prioridade de seu país.
Congo
Ainda na reunião com Amorim, a ministra sul-africana parabenizou o Brasil pela atuação do general brasileiro Carlos Alberto dos Santos Cruz no comando da Missão de Estabilização da Organização das Nações Unidas (ONU) da República democrática do Congo (Monusco, sigla em inglês). Segundo Mapisa-Nqakula, Santos Cruz tem realizado um “trabalho extraordinário, com entusiasmo e determinação” no restabelecimento da paz no país africano.
Em Pretória, Celso Amorim também manteve reunião com a ministra sul-africana das Relações Internacionais e Cooperação, Maite Nkoana-Mashabane. Os encontros são parte da viagem de quatro dias que Amorim realiza à África com o objetivo de estreitar a cooperação em defesa com os países do continente. A agenda inclui ainda encontros com ministros da defesa e outras autoridades de Moçambique, República Democrática do Congo e Angola.
FONTE: Assessoria de Comunicação Social (Ascom) – Foto: Jorge Cardoso/Denel
Acho que estamos no caminho certo, pena que demoramos tanto, sobre o A-Darter é um começo para a 5a. geração, quem sabe depois vem o BVR. Não podemos esquecer que atualmente varios componentes desses misseis são produzidos em outros paises o que de certa forma gera dependencia porém indireta. Em armamento estratégico quanto maior a verticalização melhor.
e uma das maiores vantagens em minha opinião é que poderemos ter um bom estoque de mísseis já que serão fabricados no brasil e quando chegar a hora deles voarem (espero que não chegue) não precisaremos ficar pedindo encomenda estrangeira urgente e sofrendo com embargos, restrições e chantagens para fornecimento como ja aconteceu com alguns países sul-americanos
verdade.
A nossa preocupação com o nosso quintal é valida mais com esse orçamento pinga ,pinga e os cortes para chegarmos a ter uma Mb com um nível aceitável para impor dissuasão como nosso ministro costuma falar vai demorar muito tempo .Falam que Deus é brasileiro que continue sendo
O Adarter, um míssil com a capacidade do Rdarter (40-60Km) mas com maior manobrabilidade e um “Meteor” do sul e teríamos capacidade para o Air-superiority…
Só uma observação de uma coisa boba mas que me incomodou muito: no infográfico do MD tem um erro ortográfico “calda” (de chocolate) ao invés de “cauda” do jacaré.
Caro amigo, vc que luta pelo português correto, está coberto de razão.
O jacaré, animal assassino, nasce pequenino, depois ele se desenvolve e vira um bichão…………..e aí ninguém pode com ele.
O português incorreto é assim tbm………..um errinho aqui e outro alí, vão montar depois tremendo mau exemplo para os leitores.
Caro por esse motivo acredito muito no Gripen NG pela “necessidade” Sueca, eles não brincam com isso lá, desde os anos 50 deixam muito claro que se “Ivan” tentar vai no minimo sair ferido… Com reabasstecimento aéreo, missies RB-15 junto com os Gripens da nossa Marinha e dos da Africa do Sul fechamos a “avenida”.
Depois dessa declaração de “amor” de “Ivan” se fosse os Hermanos já encomendava um esquadrão de SU-34 com aqueles mísseis supersônicos Anti Navio, “Ivan” venderia com bom desconto, não estaria nem ai para os Typhoons, o foco seriam os Navios e, os Typhoons não conseguiriam chegar a tempo… Isso naturalmente seria um jogo de Xadrez não acredito em conflito na America do Sul.
Já tmeos mísseis Surface-to-0surface da Avibrás, uma nova guiagem está sendo desenvolvida, provavelmente contará com GPS, teremos em breve mísseis antinavio brasileiros. a Africa do Sul domina tecnologia de mísseis muito mais do que nós, mas somos uma nação sedenta por tecnologia e ainda temos mercado em crescimento. A Parceria atingira muito bem os dois países, com benefícios para os dois. Sem contar a integração e a Força do BRICS no Atlantico Sul. Só falta a argentina tomar vergonha e investir mais na sua economia e estabilização das suas forças.
Temos falado da importância dessa integração Brasil / África a tempos , não vejo como ser diferente, a passagem de forças oponentes por esse corredor do Atlântico Sul tem que se tornar extremamente perigosa , temos que fazê-la tornar-se perigosa , por isso essa integração.
É sabido que o conflito das Malvinas não acabou … sequer começou.
Depois de sermos traídos no TIAR não vejo como pensar em outros aliados se não aqueles que se assemelham a nós e sofrem os mesmos tipos de pressões colonialistas e extrativistas.
É sabido também que Brasil e África do Sul são Brics e isso nos fortalece***, não devemos nos subordinar subservientemente a países e coalisões ainda que com forças militares superiores.
Temos que nos preparar para um futuro que tudo será escasso … minérios , combustíveis, terra fértil e água serão disputadas metro a metro seja voando seja na baioneta.
***Na crise da Criméia um político russo comparou Malvinas e Criméia, como tudo deu em “”nevis”” a favor da Rússia, nada impede terem trocado cabeças , ou seja :
Vocês não se metem com a Criméia a gente não se mete com as Malvinas.
Portanto amigo, confia no Senhor teu Deus e somente no Senhor teu Deus e deixa teu fuzil lubrificado e carregado.
“Mapisa-Nqakula mencionou as preocupações da África do Sul com as ameaças à segurança do Atlântico Sul, a exemplo das ações de pirataria. Ela ressaltou que a região é uma prioridade de seu país.”
E aqui faço meu comentário já que a prioridade da MB é a mesma da Marinha da África do Sul…
A Marinha brasileira tem investido em sua capacidade de patrulhamento e expandido suas operações do outro lado do oceano, em águas africanas. Particular atenção é dada ao Golfo da Guiné para combater crescentes ameaças de pirataria e narcotráfico.
É bem verdade que as ações ocorrem ainda num contexto em que forças americanas, britânicas e francesas demonstram crescente interesse pelo Atlântico Sul…
Para aqueles menos atento aos fatos vai uma dica: a distância entre Natal(RN) e Dacar, capital senegalesa, é menor que a linha que une os extremos do Brasil. A partir daí nota-se a importância estratégica desta região no contexto da segurança da navegação marítima em nosso mar territorial e além…
Faço um adendo lembrando que, a coordenação entre forças brasileiras e africanas deverá evoluir nos próximos anos, já que, desde o ano passado a Marinha aceitou um convite da União Africana para revisar sua estratégia de defesa marítima. Encontra-se em andamento tratativas para que a MB e marinhas africanas possam expandir sistemas de monitoramento marítimo conjuntos.
Grato.