Companhia terá empréstimo para o desenvolvimento da nova geração dos jatos comerciais E-Jets e o do jato executivo Legacy 500
A Embraer terá um empréstimo de R$ 1,411 bilhão do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para o desenvolvimento da nova geração dos jatos comerciais E-Jets (E2) e o do jato executivo Legacy 500, além de investimentos sociais. Um dia após a divulgação de sua nova política operacional, a aprovação do projeto, anunciada na noite de quarta-feira, 05, é emblemática para as mudanças recentes no banco de fomento, cujos objetivos incluem focar em inovação tecnológica.
A renovação da linhas de aviões comerciais da Embraer foi anunciada oficialmente em junho passado, durante o Paris Air Show. A segunda geração dos E-Jets terá três modelos. O E-Jet 195 E2, com capacidade para até 132 passageiros, será a maior aeronave civil já fabricada pela companhia. O investimento no desenvolvimento será de US$ 1,7 bilhão em oito anos.
O empréstimo do BNDES virá de um conjunto de linhas de financiamentos no âmbito do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), voltado para a aquisição de bens de capital e inovação. Outra fonte de recursos é a linha BNDES Proengenharia, com condições especiais para investir em engenharia.
Procurada, a Embraer informou, em nota, que “o projeto abrange o desenvolvimento de tecnologias a serem utilizadas nas unidades de negócio da aviação comercial e executiva, além de investimentos em iniciativas educacionais nas comunidades onde a empresa está presente”. A contratação do empréstimo foi informada ao mercado na noite de quarta.
Ainda segundo a nota da Embraer, o financiamento “tem por objetivo o investimento em inovação tecnológica, em linha com as prioridades do banco”. Segundo o superintendente da Área Industrial do BNDES, Maurício Neves, a tendência é de crescimento nos desembolsos para projetos de inovação. No ano passado, foram R$ 5 bilhões.
“A inovação é prioridade e foi reafirmada como tal com a nova política operacional”, disse Neves à reportagem.
Com a nova política, por exemplo, somente os setores industriais prioritários poderão pedir ao BNDES até 70% do total investido no projeto. Alguns dos setores contemplados são bens de capital, complexo eletrônico, cadeia de petróleo e gás e o complexo industrial da saúde. Os segmentos não prioritários poderão pedir no máximo 50% do investimento ao BNDES.
Segundo Neves, a intenção é reduzir os valores emprestados com taxas subsidiadas. Assim, as grandes empresas deverão recorrer aos bancos privados ou complementar o financiamento com o BNDES com taxas de mercado – opção oferecida pelo banco de fomento.
Os projetos de inovação, porém, entram em linhas de financiamento específicas, com maiores taxas de participação do empréstimo do BNDES no total investido. Alguns exemplos citados por Neves são o Prosoft (para o setor de tecnologia da informação), o Profarma (para o setor farmacêutico) e o Proengenharia (cujo principal cliente é a indústria automotiva).
“35% dos carros fabricados no Brasil usaram o Proengenharia na fase de desenvolvimento”, disse Haroldo Prates, chefe do Departamento da Indústria Metal-Mecânica e da Mobilidade do BNDES.
FONTE: Exame