O ministro da Defesa Celso Amorim, disse na quarta-feira necessidade crescente do Brasil para proteger suas fronteiras, a Amazônia, e enormes descobertas de petróleo offshore levaria a aumentar gradualmente os gastos com defesa em um quarto para chegar a cerca de 2% do PIB do país.
Durante uma entrevista na Cimeira de Investimento Reuters América Latina, Amorim disse que os alimentos valiosa do país, água e fornecimento de energia poderia eventualmente torná-lo alvo de uma “disputa por recursos naturais.” Dado o crescimento recente da economia do país, acrescentou, o Brasil deve gastar mais em preparação e sua capacidade de “reagir ou dissuadir qualquer tentativa de invadir o nosso território.”
O Brasil tem boas relações com todos os dez de seus vizinhos sul-americanos, e não foi à guerra com qualquer um deles desde o século 19, então os gastos com defesa tem sido historicamente visto como uma prioridade de segunda linha.
Mas o governo do presidente Dilma Rousseff está sob pressão da opinião pública para melhor defender suas fronteiras de drogas e contrabando outro por causa de uma epidemia de crack nas cidades brasileiras.
Atualmente, o Brasil gasta cerca de 1,6% do PIB em defesa, outros países, incluindo Rússia e os Estados Unidos, gastam mais de 4%, de acordo com o Stockholm International Peace Research Institute. No ano passado, o número chegou a mais de 61 bilhões de reais (30,3 bilhões de dólares), a defesa do Brasil ministério.
Nos próximos anos, disse Amorim, o Brasil deve gastar perto de 2% do PIB, um percentual mais em linha com a de outros grandes países em desenvolvimento, como Índia e China. O ministro não deu nenhuma linha do tempo para quando essa meta pode ser alcançada, mas disse que, hipoteticamente, poderia demorar até dez anos.
Aumento dos gastos, disse Amorim, também ajudaria a alimentar uma indústria nascente, mas crescente, de defesa no Brasil, que poderia fornecer as armas e equipamentos necessários para cumprir as metas do governo de defesa.
Devido a regras estritas que exigem que as empresas brasileiras têm uma quota nas compras de defesa, por si só ou através de parcerias com empresas estrangeiras, as indústrias locais devem beneficiar da necessidade de equipamentos, incluindo satélites, helicópteros, veículos blindados e navios. Para melhorar as patrulhas de fronteira muito necessários, por exemplo, Amorim espera que as empresas brasileiras no prazo de quatro anos para ter know-how suficiente por conta própria para abastecer o país com aviões não tripulados.
Amorim disse que o governo deve trabalhar para convencer a sociedade brasileira que o ramp-up dos gastos vale a pena, especialmente porque muitos brasileiros continuam cautelosos quanto das forças armadas do país. Militar no Brasil governou o país numa ditadura que durou duas décadas, terminando em 1985.
O Brasil também vai trabalhar com os seus vizinhos, acrescentou, para assegurar que a cooperação regional pode crescer junto com aventuras militares e contratantes.
Este mês, o Brasil assinou um acordo com a Colômbia, no valor de 10 milhões de dólares, para a compra de navios de patrulha que serão usados para monitorar o Amazonas e seus afluentes. Brasileiro avião-fabricante Embraer, por sua vez, trabalha com parceiros argentinos no desenvolvimento de uma aeronave de carga planejada, que é esperado para competir com outros pretensos sucessores ao envelhecimento da Lockheed Martin C-130 Hercules.
FONTE: MercoPress