O novo sistema de mísseis antiaéreos S-500 será uma resposta eficaz à aproximação da defesa antimíssil norte-americana das fronteiras da Rússia.
As tropas da Defesa Aeroespacial (DAE) contam receber pelo menos cinco sistemas S-500 no âmbito do programa estatal de armamentos até 2020.
Pelas suas capacidades de combate esse sistema antiaéreo será significativamente superior ao atual sistema S-400 Triumf e ao seu análogo estadunidense THAAD. Segundo informações disponíveis ao público, o alcance de detecção de alvos do S-500 será superior em 200 quilômetros ao do S-400, ou seja, cerca de 800 quilômetros. Segundo informou o comandante da Força Aérea da Rússia Viktor Bondarev, ela será capaz de cumprir missões de intercepção de mísseis táticos e de mísseis de médio alcance, assim como de alvos orbitais.
Os peritos avançam diversas suposições acerca das futuras características desse sistema superpoderoso e misterioso, mas todos são unânimes em considerar que o S-500 irá aumentar bruscamente o poder da defesa aeroespacial russa. O novo sistema poderá cumprir missões tanto da defesa antimíssil, como da defesa antiaérea, reunindo num mesmo sistema ambas as soluções, refere o editor principal da revista Vozdushno-Kosmicheskaia Oborona (Defesa Aeroespacial) Mikhail Khodarenok:
“Esse sistema permitirá eliminar mísseis balísticos de médio alcance e ogivas de mísseis balísticos intercontinentais, na sua trajetória final, com uma eficácia bastante elevada. Quanto ao equipamento do exército russo com esses mísseis, o prazo mais otimista parece ser por enquanto o ano de 2017. Será o S-500 capaz de eliminar mísseis do sistema antimíssil dos EUA e os seus elementos instalados no continente europeu? Isso seria uma tarefa bastante difícil até para o S-500, porque o míssil teria de alcançar o antimíssil do potencial adversário. Tanto um como outro voam com velocidades próximas do limite.”
Assim, para alcançar o míssil interceptor, o sistema teria de ficar instalado na proximidade imediata das rampas de lançamento da defesa antimíssil. Nos últimos tempos a comunidade de peritos tem debatido bastante os trabalhos de desenvolvimento de novos tipos de armas numa série de países – as armas hipersônicas e cinéticas. Sabemos que os norte-americanos estão desenvolvendo determinadas pesquisas nessa direção. Muitos peritos pensam que o programa militar para a criação de novos tipos de armas espaciais está a decorrer nos Estados Unidos a velocidade de cruzeiro. Nesse contexto é importante saber se o sistema S-500 será capaz de combater os novos tipos de armas. Será, e com bastante eficácia, afirma Mikhail Khodarenok:
“O S-500 Triumfator-M poderá, além do mais, atingir mísseis de cruzeiro hipersônicos com velocidades de 5.500 quilômetros por hora, ou superiores. Essa tarefa não estava ao alcance das gerações anteriores de sistemas antiaéreos e este sistema será o primeiro a cumpri-la. Para isso ela tem de estar equipada com um radar extremamente potente e com um sistema informático muito avançado.”
Entretanto, é de extrema importância que os desenvolvedores do sistema excluam ao máximo a intervenção humana em todas as fases de detecção, preparação do lançamento e no processo de pontaria. Isso pressupõe o mais alto grau de automatização deste sistema.
Hoje as tropas da DAE russa estão equipadas com mísseis antiaéreos de médio alcance S-300PM, com mísseis antiaéreos de grande e médio alcance S-400 Triumf, assim como sistemas combinados de artilharia e mísseis de combate de proximidade Pantsir-S. Os novíssimos S-500, que já representam os sistemas de quinta geração, permitirão à Rússia dar uma resposta eficaz às ameaças aeroespaciais do seu provável adversário. Segundo os peritos, será precisamente o sistema S-500 a desempenhar um papel de extrema importância na proteção das forças estratégicas nucleares do país contra um ataque inesperado de mísseis balísticos e de cruzeiro inimigos.
As tropas da DAE depositam grandes esperanças nesses mísseis antiaéreos. Segundo tinha anteriormente declarado o gabinete de projetos Almaz-Antey, a empresa que desenvolveu esse sistema, o S-500 começará a ser entregue ao exército russo em 2017—2018.
Fonte: Voz da Rússia
O que ficou resolvido com a ida do pessoal do EB para Rússia para avaliar o Pantsir não se houve falar mais nada.
Antes de mais nada, não sou anti-americano.
Más também não me deixo levar pela Síndrome do TOP GUN ou idolatria deste ou aquele.
Más queiram me desculpar ao amigos mais assíduos da terrinha do Tio Sam.
Galera, em termos convencionais, de fato os EUA são os imbatíveis, ainda que eu ache muita propaganda, haja vista que nunca pegaram cachorro grande que lhes fizessem pensar nos custos de uma investida no mesmo nível de aparelhamento, más isso não vem ao caso.
Agora, uma coisa é real e é FATO.
Os Russos estão a pelo menos uns 15 anos frente no que se refere a tecnologia de mísseis.
E isso, contando com o fato de que a estrutura do país quebrou com o fim da URSS.
Posso estar errado, más se não fosse por este episódio, o distanciamento nesta área seria ainda maior.
RL,
Os sistemas russos evoluíram principalmente devido principalmente ao fato dos potenciais adversários estarem ao lado… Sempre se esperou uma onda massiva de ataque vinda do oeste, na forma de aeronaves táticas e estratégicas, além de mísseis de variados tipos; o que demandou a criação de um poderoso sistema em camadas… No mar, inferioridade soviética também teria que ser compensada de alguma forma; e essa forma foram os mísseis anti-navio de tantos modelos e alcances que dominaram o inventário russo… Um exemplo similar ao russo é Israel, com sistemas de defesa em camadas que vão desde o Spyder, passando pelo Iron Dome e o Arrow…
Os americanos, por outro lado, sempre contando com a distância como aliada, nunca precisaram pensar em ameaças táticas; somente as estratégicas, como bombardeiros carregando mísseis de cruzeiro ou os mísseis balísticos intercontinentais… Por isso que sistemas antiaéreos americanos são raros e mais voltados para as médias e altas altitudes… Contudo, seus modelos mais avançados do Patriot e o novíssimo THAAD não devem absolutamente nada aos sistemas russos mais potentes atualmente em serviço… E para complementar as defesas, os americanos parecem investir pesado em armas de energia dirigida.
Já no mar, os americanos sempre contaram com o poderio de seus porta-aviões para prover o escudo de defesa de sua frota, utilizando o poderio aéreo para caçar os navios adversários, não havendo em si uma alta prioridade em desenvolver mísseis anti-navio; apenas modelos mais simples ( como o Harpoon ). Contudo, prevendo a possibilidade de um ataque de saturação, os americanos desenvolveram o sistema AEGIS, e com ele um poderoso sistema de interceptação a ser alocado nos seus então novíssimos destróieres e cruzadores, preparando as defesas aéreas sobre o mar de uma tal maneira que os russos até aqui não igualam em escala… E passaram também a investir pesado em mísseis anti-navio de maior alcance, quer seja para dotar seus próprios navios ou as aeronaves navais; um desenvolvimento também acompanhado pelos europeus…
Em suma, não é uma questão tecnológica… É questão de necessidades/prioridades, que culminam em doutrinas específicas de defesa…
RL,
Eu também sou favorável à uma mescla na defesa antiaérea… E, nesta mescla, nos sistemas de mais capazes eu priorizaria (enquanto não formos capazes de desenvolver os nossos próprios) os sistemas russos… E, não por considerá-los mais ou menos capazes… Apenas por questões “meramente” estratégicas… Já na defesa aérea, um pequeno punhado de Suchois para fazer uma dobradinha hi-low até que seriam providenciais… Mas, neste caso específico eu priorizaria, SEMPRE, meios ocidentais… Os “porquês” eu deixo para uma outra oportunidade, apesar de já ter dado umas pistas em outros comentários mais antigos… Mas, enfim, só delírios desejosos de um amante da arte estratégica independente….! … 😉
Caro RL
“Os Russos estão a pelo menos uns 15 anos frente no que se refere a tecnologia de mísseis.”
Muito pelo contrário, o THAADS americano, que já está sendo exportado, apresenta capacidades anti-mísseis muito superiores do que qualquer SAM em operação como o S-400.
Somente o radar SPY-2 possui mais de 1000km quilômetros de alcance, ou seja, mais alcance e maior resolução do que o futuro radar do S-500.
Além disso os mísseis THAADs possuem veículos exoatmosféricos capazes de abater alvos a mais de 150.000 metros de altitudes, cinco vezes mais alto do que os atuais S-400. Se o S-500 terá capacidade comparável isso é algo que ainda não está pronto e deverá ser demonstrado.
Por enquanto os russos não tem nada que se compare às capacidades do sistema AEGIs ou do THAADS americano.