Ao ser derrotada na escolha dos novos caças da FAB, a Boeing chamou a atenção pelo tom conciliador do seu comunicado.
Lamentou, mas evitou criticar, como fez a francesa Dassault, a escolha do sueco Saab Gripen no lugar de seu F/A-18. E sugeriu mais operações no Brasil, onde é parceira da Embraer.
Consultada, a Boeing diz que manterá o acordo para ajudar a vender o promissor cargueiro militar KC-390 da Embraer no exterior. Mas não é só. Em 6 de dezembro passado, 12 dias antes do anúncio da licitação dos caças, a Boeing e a mesma Saab que a derrotou no Brasil, associaram-se para disputar um bilionário programa de aviões de treinamento para a Força Aérea dos EUA.
É negócio de gente grande, para produzir por baixo 350 aviões na próxima década. E qual foi uma das primeiras empresas consultadas para participar do projeto a ser apresentado? A Embraer, diz a Boeing.
Como já será o palco principal da integração dos sistemas do Gripen no Brasil, a Embraer também poderá ficar no centro de um dos principais programas militares do mundo.
Você pode perguntar se não é estranho a Boeing e a Saab serem aliadas, e certamente haverá francês especulando sobre o resultado da compra da FAB. Quantas vezes não ouvi que “os EUA preferem ver a vitória de um avião sueco com partes americanas do que a de um francês”.
Pode ser, mas mesmo o Gripen deverá ter um radar francês, feito por uma das vendedoras do derrotado Rafale. É assim nesse mercado.
Donna Hrinak, a influente representante da Boeing que virou o jogo em seu favor e só se viu derrotada pela caguetagem de Edward Snowden, sempre disse que os caças seriam “a cereja do bolo, mas não o bolo”.
De tempos em tempos, há a chance de a indústria dar um salto tecnológico. Os famosos jatos regionais da Embraer são filhos do programa ítalo-brasileiro do caça AMX. Algo semelhante pode estar à porta.
FONTE: Folha de SP
Torço para esse triângulo se fortaleça cada vez mais, não somente na questão caça e sim em todo o leque de opções/oportunidades para as F.A. e que agregam desenvolvimento / conhecimento ao país com uma Ind. sólida, duradoura e competitiva … Ninguém me tira da cabeça que quem esta por trás de tudo isso e jogou M. no ventilador foi a Lockheed Martin que a tempos tem uma disputa interna, briga de cachorro grande, com a Boeing.
Sds. e parabéns a FAB
Na verdade a associação da Boieng com a Saab, nunca me passou desapercebida no quesito, “se não der cá, vamos pegar lá”….
Agora, é fazer o serviço da segurança de dados do projeto NG Br muito bem feito, porque as pontas estão sendo interconectadas em um hipotético movimento touché a la gringo…
É o jogo do gato e rato…quem for mais “liso”…passa a rasteira no outro…
Grato.
Bem analisado…
Erro grave do repórter da FSP em :
“mas mesmo o Gripen deverá ter um radar francês, feito por uma das vendedoras do derrotado Rafale”.
A Thales iria fornecer a parte AESA (“antena” com os módulos MMIC’s) do radar AESA para o Gripen NG em 2008, porém houve mudança em 2009, sendo escolhida a Selex Galileo (ítalo-inglesa) que nada tem a ver com a Thales.
Tenho cantado esta bola a um bom tempo. Creio que seria ótimo um consórcio para competição da USAF T-X entre a Boeing+Saab+Embraer.
Vamos precisar de um treinador avançado. As opções seriam o M-346, Yak-130 e KAI T-50. Mas quem sabe teremos um T-X ou como muitos gostariam de chamar um futuro AMX-T II ou T-X BR.