ONU reembolsou um terço das despesas e zerou o que devia ao País
Os gastos do Brasil com a Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti (Minustah), iniciada em 2004, ultrapassavam, em setembro, R$ 1,9 bilhão em números históricos, segundo resposta do Ministério da Defesa ao requerimento apresentado pelo Estado sob a Lei de Acesso à Informação.
Corrigido pelo IPCA, o valor ultrapassa R$ 2,3 bilhões, dos quais pouco mais de um terço (US$ 325.672.182,55, o equivalente a R$ 800,7 milhões em reais deflacionados pelo mesmo índice) foi reembolsado pela ONU.
A entidade, segundo o Ministério da Defesa , pagou tudo o que devia ao País pelas operações no país caribenho até o fim do terceiro trimestre de 2013, Eventuais atrasos, diz o documento, devem-se a processos bancários, mas “não comprometem” o recebimento dos reembolsos.
De acordo com o levantamento fornecido pela Defesa, o ápice dos gastos da missão ocorreu em 2010. Naquele ano, o valor histórico (sem correção)dos desembolsos foi de R$ 673.855.411,25 -ou R$ 793.334.221,00 no valor corrigido pela inflação (até setembro de 2013).
O aumento nas despesas, de mais de 400% em relação a 2009, deveu-se à ajuda humanitária por causa do terremoto que atingiu o Haiti em 12 de janeiro de 2010 e à instalação do 2o Batalhão de Infantaria (Brabat 2). O Brasil tem o comando das tropas da Minustah, instituída pela Resolução 1542 do Conselho de Segurança da ONU, de 30 de abril de 200
4. Seu objetivo é restaurar a ordem após um período de insurgência e tumulto que se seguiu à queda do presidente Jean-Bertrand Aristide. Para cumpri-lo, as tropas enfrentaram grupos armados.
O governo brasileiro avalia que, sob o ponto de vista da garantia da segurança, a Minustah tem sido bem sucedida, com o desmantelamento de gangues que antes agiam livremente na capital, Porto Príncipe. Em sua ação para retomada das áreas domin adas por esses grupos, os militares acumularam know how depois utilizado em favelas do Rio de Jane
iro. Há ainda ações de pequeno porte, mas de grande repercussão local, como obras e organização de serviços públicos. E iniciativas do governo local, como a criação de subsídios para que as crianças pobres possam ir às escolas (que no Haiti são privadas), cujos resultados só aparecerão em anos.
O histórico de missões da ONU no Haiti não dá muita esperança de encerramento próximo para a Minustah. Desde 1993, já houve outras quatro, sem sucesso. Para a pesquisadora Renata Giannini, doutora em Estudos Internacionais pela Old Dominium University (EUA), uma hipótese para explicar esses problemas é a conturbada história do país, o segundo das Américas a obter a sua independência (o primeiro foi os EUA), mas que teve vários ditado res que se declararam líderes vitalícios e presidentes assassinados.
Há ainda a crônica pobreza da população. Ela lembra que o terremoto no Chile foi pior do que o do Haiti, mas o número de mortes entre os haitianos foi muito maior, pela carência local.
“Uma das coisas que o Brasil procura fazer para aumentar seu papel internacional é participar mais das ações da ONU, porque pleiteia um lugar permanente no Conselho de Segurança”, explica a pesquisadora. Ela lembra que a atuação brasileira não é só com tropas. “Há militares fazendo assistência humanitária e trabalhos de engenharia, nos chamados
projetos de rápido impacto.”
Uma fonte do governo brasileiro disse ao Estado que o Brasil já está reduzindo seu contingente no Haiti, mas o ritmo e a magnitude da retirada obedecem a determinações e calendário ditados pelo Conselho de Segurança da ONU. No país caribenho, não há mais exército, e a Polícia Nacional Haitiana ainda está sendo constituída.
FONTE: Estado SP
Argumentação impecável Gilberto.
Conseguiu visibilidade e respeitabilidade internacional em RESOLVER uma situação que outros não conseguiram.
Hoje tem de se abater deste custo, por exemplo, os recursos obtidos pelo Ministério da Defesa no treinamento de GLO para tropas estrangeiras que passou a ser feito no Rio de Janeiro a serviço da ONU.
A IMAGEM do Brasil será BOA para uma geração inteira de Haitianos o que resultará em negócios e oportunidades no país.
Mesmo AGORA os militares brasileiros pretendem levar seus novos blindados Guaranis e fuzis IA2 para mostrar aos demais militares que CERTAMENTE apresentaram relatórios sobre estas armas e veículos aos seus comandos de origem que poderão gerar interesses de compra destes itens.
Além disso foi a exemplar e eficiente atuação do General Carlos Alberto que fez com que a ONU fizesse um pedido ESPECIALÍSSIMO de requerer um militar já na Reserva para chefiar a MONUSCO, missão ainda mais difícil que APARENTEMENTE ele desempenha com igual e RÁPIDO sucesso contra todas as expectativas…
Criticar este gasto é só para quem acha que o país não merece ou não é capaz de ser protagonista no cenário internacional. Ainda bem que o governo não acha e nossos militares continuam mostrando uma imensa capacidade de fazer de um modo DIFERENTE E EFICAZ.
E os militares já perceberam que PARTICIPAR destas missões prioritárias é um EXCELENTE CAMINHO de aumentar os recursos tanto para as tropas como para os programas prioritários dos Comandos e aumentar e estabelecer conhecimentos operacionais em novos cenários pelo mundo.
Um exemplo CLARO é a aceleração do Programa de aquisição do veículo blindado sobre 4 rodas que foi adiantado de 2 a 3 anos pela POSSIBILIDADE do Brasil ser convidado a AMPLIAR sua participação na UNIFIL (no Líbano) com tropas terrestres.
Os efeitos POSITIVOS nas forças são tantos e muitos que os próprios militares que antes eram reticentes com estas missões (dadas pelo governo petista) cada vez mais entendem as evidentes vantagens e oportunidades que elas ENSEJAM…
Claro com a ressalva NECESSÁRIA que o RISCO inerente desta exposição e a responsabilidade eventual dela decorrente TAMBÉM AUMENTA…
O quê o Brasil conseguiu no Haiti ??? Só esses gastos enormes e milhares de haitianos vindo pra cá, querendo entrar no País pelo Acre………