Por Filipe Rosenbrock
Marinheiro de primeira viagem, subi a bordo do mais antigo navio da Marinha Brasileira em operação: Corveta Imperial Marinheiro. Juntamente com 17 estudantes de jornalismo da faculdade Ibes Sociesc, Blumenau, embarcamos a convite do Capitão-de-fragata da reserva Rafael Lopes de Matos.
Primeira impressão
Inicialmente fomos saudados calorosamente pelo pessoal da Delegacia da Capitania dos Portos de Itajaí. Logo após, subimos a bordo e fomos agraciados com o carisma dos marinheiros da Imperial. Recebemos instruções de segurança e conhecemos os diversos compartimentos do navio.
A missão da corveta é SALVAMAR, Serviço de Busca e Salvamento da Marinha do Brasil. Os navios integrantes tem como objetivo rebocar navios e atender os pedidos de socorro das embarcações de guerra ou não. O programa conta com Lanchas, helicópteros e mergulhadores.
Bem servidos
Ficamos cerca de quatro horas navegando, então almoçamos um excelente cardápio a bordo: refrigerante, arroz, batata frita e strogonoff. Fiquei “mareado”, enjoado, durante boa parte da viagem. Mas nada que pudesse estragar minha alegria. Assistimos uma simulação de incêndio e aprendemos as noções básicas de navegação.
Falta de investimento
A Imperial tem 60 anos — bateu quilha em 1953. O zelo dos marinheiros com seu “local de trabalho” é enorme, mas a antiga embarcação já apresenta cansaço: está corroída em diversos pontos. Ela faz parte de uma família de dez corvetas, mas só há duas operando. O motor de 1.080 bhp, seis cilindros a diesel, ainda é o original.
A fronteira marítima do Brasil é de 7367 quilômetros. Mas para cuidar dos três estados do sul, o Comando do 5º Distrito Naval tem a disposição apenas quatro navios, entre eles o V-15. Com a defesa estratégica dos campos de petróleo do pré-sal, recém descobertos, a esperança é que a Marinha seja reequipada e modernizada.
O amor a pátria é visível nos olhos dos marinheiros quando se fala da aquisição de novos navios e da possível construção submarino nuclear brasileiro, que finalmente deve sair do papel. Porém, o descaso do governo com as forças armadas é evidente. Compartilho com vocês um vídeo do Imperial saindo ao mar:
FONTE: Farol Blumenal
NOTA DO EDITOR: O titulo original menciona o navio como o mais antigo da MB, porém, cabe a nós do DAN, lembrar que os navios mais antigos da Marinha do Brasil são o G-17 Potengi e o Monitor Parnaiba U-17, ambos construídos em 1938.
Nossos agradecimentos ao nosso leitor Claúdio Lisboa pela lembrança.